VW T-Cross Sense, Jeep Renegade STD, Hyundai Creta Action: SUV básico vale a pena?
Versões de entrada dos SUVs mais vendidos exigem cautela na hora da escolha
A Volkswagen movimentou a categoria dos SUVs compactos nesta segunda-feira (14) ao retomar as vendas do T-Cross Sense. Versão antes exclusiva aos consumidores PcD e adquirida somente na modalidade de venda direta, o catálogo passa a integrar a gama T-Cross como uma versão convencional, podendo ser adquirida por qualquer cliente interessado no modelo.
Tabelado em R$ 92.990, o grande apelo do T-Cross Sense naturalmente é o preço mais convidativo dentro da gama para quem deseja o SUV com motor 1.0 TSI e câmbio automático de 6 marchas. Mas será que a versão é uma boa escolha? Assim como nos concorrentes, a compra do T-Cross Sense é algo que exige uma ponderação bastante profunda, levando em conta, inclusive, a hora da revenda.
Com a versão Sense, a Volkswagen posiciona o T-Cross frente a concorrentes como o Jeep Renegade STD (R$ 92.990) e o Hyundai Creta Action (R$ 92.490), as respectivas versões de entrada dos dois modelos.
Para conseguirem preços mais competitivos, o problema, por assim dizer, dos catálogos básicos dos três SUVs é a lista de equipamentos de série extremamente enxuta. Não encontramos em nenhum representante do trio a central multimídia, por exemplo, hoje em dia um aparelho quase obrigatório quando estamos falando em um veículo nessa faixa de preço. Aliás, o Renegade STD e o T-Cross Sense sequer contam com rádio de fábrica, item que ao menos figura no Creta Action.
Ainda no caso do VW, faltam elementos prosaicos como o tampão do porta-malas, descansa-braço central, entre outros recursos. Ao menos o T-Cross Sense é equipado com 6 airbags e os controles de tração e estabilidade, dupla de segurança que também está presente nos rivais.
Claro que existem clientes extremamente racionais, dispostos a abrir mão de todos os recursos de conveniência e conectividade em busca do menor preço possível, entretanto um SUV compacto muito básico, como é o caso, certamente terá baixa liquidez no mercado de usados.
Outro ponto a ser considerado é que, para equipar minimamente as versões de entrada citadas aqui, é necessário gastar uma soma considerável com acessórios. Logo, fica o questionamento: não seria mais equilibrado partir para versões como o T-Cross 200 TSI automático (R$ 112.790), o Renegade Sport (R$ 105.290 com central multimídia) bem como o Creta Smart Plus (R$ 99.490)?
Claro que é enorme salto de R$ 19.800 entre o T-Cross Sense e o 200 TSI automático, porém a versão mais cara já conta com moderna central multimídia VW Play com tela de 10,1”, acendimento automático dos faróis, sensor de estacionamento, rodas de liga leve, descansa braço central, entre outros itens, alguns deles que dificilmente você conseguiria instalar como acessório.
No caso da relação entre o Creta Action e o Smart Plus, bem como entre o Renegade STD e o Sport, a vantagem dos catálogos mais equipados é ainda maior considerando que os seus respectivos valores não crescem tanto na comparação com as versões de entrada. Estamos falando de diferenças de preço de exatos R$ 7 mil entre as duas versões do Hyundai e R$ 12.300 entre os dois catálogos do Jeep.
Como constatamos em nossa análise, os SUVs “basicões” tendem a se tornar uma escolha justificável apenas se a sua ideia é adicionar um ou outro acessório, a exemplo da central multimídia, e já se der por satisfeito com os demais recursos que o carro entregar de série. Só não espere, no futuro, recuperar o valor gasto com os itens instalados após a compra do automóvel. Para quem busca mais conforto e considera fundamental que um carro moderno na faixa dos R$ 100 mil ofereça boa conectividade e mais recursos de bem-estar a bordo, é recomendável considerar os catálogos que já saem de fábrica com um nível superior de equipamentos.