VW começa a avaliar os elétricos ID.3 e ID.4 no Brasil e Argentina
Fabricante revela detalhes de sua estratégia de eletrificação para América Latina
Em apresentação realizada na última terça-feira (28), a Volkswagen América Latina começou a delinear sua estratégia para eletrificação do portfólio nos países da região.
A empresa anunciou a importação de algumas unidades dos elétricos ID.3 e ID.4 inicialmente para os mercados de Brasil e Argentina.
De acordo com Thomas Owsianski, presidente e CEO da Volkswagen da Argentina e vice-presidente de vendas e marketing da empresa para a América do Sul, a ideia com a iniciativa é apresentar os dois modelos aos principais mercados da região “em exposições, clínicas com clientes e test drives”, relata o executivo.
Atualmente o ID.3 é o modelo de entrada dentro da nova família de produtos 100% elétricos da marca alemã. O ID.4, por sua vez, traz uma concepção que remete a um SUV, com visual mais robusto e maior área livre em relação ao solo.
Segundo a VW, “dependendo da configuração, um modelo ID pode entregar entre 145 cv e 299 cv de potência máxima, números equivalentes a muitos carros esportivos. Já a autonomia pode variar de 330 km a 550 km. Ponto importante a ser exaltado é que um sistema de recarga rápida pode recuperar até 80% da bateria em aproximadamente 30 minutos, considerando a recarga DC (100 kW)”.
De acordo com o presidente e CEO da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, os modelos elétricos vão se juntar, no futuro, aos modelos híbridos e flex com etanol na região. “Teremos muitas novidades localmente em termos de eletrificação rumo à mobilidade sustentável”.
Centro de pesquisa no Brasil
Vale reiterar que o Brasil contará com um centro de pesquisa e desenvolvimento para incentivar soluções de propulsão limpa.
Na semana passada, a VW assinou com a Unicamp uma carta de intenção estabelecendo parceria com a universidade para estudos de reformadores e células de combustível a etanol.
Também está nos planos o desenvolvimento de veículos híbridos flex, tecnologia já oferecida pela Toyota no Corolla e no Corolla Cross produzidos no Brasil.
“Com isso, a empresa busca minimizar as mudanças nas plataformas atuais e foca na produção neutra de CO2. Com o apoio da marca Volkswagen, este centro será totalmente independente no desenvolvimento de tais tecnologias para o Grupo Volkswagen em nível global”, detalha a fabricante.
“Poder liderar, desenvolver e exportar soluções tecnológicas a partir do uso da energia limpa dos biocombustíveis se caracteriza como uma estratégia complementar às motorizações elétrica, híbrida e à combustão em mercados emergentes e é um reconhecimento enorme para a operação na América Latina. Vamos atuar em parceria com Governo, universidades e a agroindústria para que possamos trabalhar com o que há de melhor para o futuro da mobilidade”, finaliza Pablo Di Si.
Segundo estudo publicado pelo World Wildlife Fund (WWF) Brasil, até 2030 os biocombustíveis podem suprir 72% da demanda brasileira de combustível apenas pela otimização das pastagens degradadas atualmente sem competir com a terra necessária para a produção de alimentos. Atualmente várias pesquisas estão em andamento para garantir que essa abordagem permaneça sustentável.
Atualmente, apenas 1,2% do território brasileiro é utilizado para o cultivo de cana-de-açúcar, com 0,8% para produção de etanol (cana e milho). Quase 92% da produção de cana-de-açúcar é colhida no Centro-Sul do Brasil, e os 8% restantes são cultivados na região Nordeste. Isso significa que as áreas cultivadas para a produção de cana-de-açúcar estão localizadas a quase dois mil quilômetros da Amazônia.