VW Amarok V6 com 258 cv: argentinos avaliam a picape com motor mais potente

Mercado vizinho não só já tem a picape com mais potência, como a marca oferece tal opção por lá em várias versões
Volkswagen Amarok 2018

Volkswagen Amarok 2018 | Imagem: Divulgação

Desde o início do ano já se sabia que a Volkswagen havia revisado o motor 3.0 V6 turbodiesel da Amarok, o que levou a sua potência a subir de 225 cv para 258 cv, enquanto o torque foi de 56 kgfm para 59,1 kgfm. A expectativa era de que a novidade, fabricada na Argentina, chegasse por aqui em março. No entanto, sua estreia foi atrasada por conta da pandemia e ela ficará mesmo para 2021 no Brasil.

Os colegas do Argentina Autoblog já tinham avaliado essa nova Amarok V6 por lá na versão de temática escurecida Black Line. Porém, não só os argentinos já podem comprar a versão mais potente da caminhonete da Volkswagen, como também contam com opções diversas de versões equipadas com o propulsor revisado.

Dessa vez, foi testada a Amarok V6 de 258 cv na versão mais acessível: Comfortline, que custa 3.094.088 pesos argentinos, ou cerca de R$ 234,9 mil na conversão direta. Vale lembrar que a atual Amarok V6 mais barata no Brasil, ainda com 225 cv, é a configuração Highline, que não sai por menos de R$ 226.240.

A grande questão levantada pelos argentinos é se a Amarok Black Line vale os quase 1 milhão de pesos argentinos extras em relação à Comfortline V6. De acordo com a publicação, a primeira mostra uma vocação mais para picape de estrada, enquanto a segunda já está mais próxima de um veículo de trabalho. Inclusive trazendo itens “mais baratos” como faróis halógenos. 

Além disso, conta com para-barro, para-choque traseiro preto e barras na caçamba pensadas para atar cargas. Até mesmo os pneus desta configuração mais simples têm perfil mais agressivo e, com rodas de 17 polegadas versus 20 polegadas na Black Line, oferecem mais opções de escolha, seja para fora-de-estrada ou para o asfalto.

Volkswagen Amarok 2019
Volkswagen Amarok e seu motor V6 turbodiesel
Imagem: Divulgação

Por dentro foi notado uma diferença de acabamento na cabine. Principalmente nos bancos. A configuração mais simples com motor V6 traz peças com revestimento de tecido, enquanto as demais contam com acabamento de couro. Outra importante falta sentida é que os bancos não tinham o sistema ErgoComfort, mais indicados para conforto que os da versão básica.

Uma crítica da publicação que foi feita para a versão mais cara da Amarok V6 de 258 cv e mantida na Comfortline foi a ausência de importantes itens de segurança passiva e ativa. Conforme foi citado, a picape média da Volkswagen tem a arquitetura mais antiga entre todas as rivais do segmento naquele país. Então, nada de frenagem autônoma de emergência, por exemplo. Nenhuma Amarok argentina conta com airbags laterais de cortina ou para os joelhos do motorista nem como opcional.

Quanto à mecânica, foram feitos basicamente apenas elogios. O propulsor 3.0 V6 turbodiesel, agora com 258 cv e 59,1 kgfm de torque, permanece sendo apontado como um dos pontos altos da Amarok em relação às rivais. Também há a função overboost, que aumenta a potência para 272 cv por dez segundos entre velocidades de 50 km/h a 120 km/h. 

Com isso, as ultrapassagens e retomadas são feitas com vigor extra e não induzem o condutor a guiar em velocidades ilegais. Segundo a marca, o 0 a 100 km/h agora é feito em 7,7 segundos. No entanto, a VW da Argentina já avisou: se você comprou uma Amarok V6 de 225 cv, a marca não oferecerá o upgrade de potência para os modelos usados.

Para a transmissão, segue sendo utilizada a mesma caixa automática de oito velocidades, porém reprogramada para lidar com os maiores números de potência e torque, cujos picos acontecem em faixas ligeiramente diferentes de rotações. Conforme já havia sido apontado no passado, a Amarok é a única picape média daquele país que não oferece caixa reduzida. A VW daquele país chegou a testar uma transmissão manual com redução, mas a ideia foi vetada por “não haver demanda”. 

Uma das maiores diferenças da Amarok Comfortline para a Black Line foi sentida exatamente por conta dos pneus de perfil mais alto e as rodas menores. Na versão mais simples, a picape da Volkswagen é mais confortável, silenciosa e capaz na terra do que a opção mais cara. Na opinião dos argentinos, isso não significa que o modelo básico é mais instável, apenas que as rodas maiores tornam a condução no asfalto mais comunicativa e com aderência extra.

Na conclusão, a publicação argentina apontou que a VW Amarok Comfortline com motor V6 é a compra ideal para quem está interessado pela caminhonete naquele país. Traz um visual mais robusto, perde poucos equipamentos, mas está mais preparada para o trabalho pesado, além de já contar com um motor que rivaliza por lá com a Ford F-150 Raptor em desempenho.

Volkswagen Amarok 2018
Volkswagen Amarok V6
Imagem: Divulgação

Thiago Moreno

Thiago é jornalista do setor automobilístico desde 2008 e possui pós-graduação em Gestão Automotiva