Volkswagen Polo 50 anos: de inspiração ao Gol a carro mais vendido do Brasil
Hatch completa meio século sendo mais importante para o mercado brasileiro do que podemos imaginar
Se você conhece o Volkswagen Polo desde que ele chegou ao Brasil em 2002, saiba que a história dele é muito maior do que isso. O modelo foi, inclusive, muito mais importante para a indústria brasileira do que podemos imaginar.
Sabe o Gol, líder de vendas no Brasil por 27 anos e que com certeza você já andou muito nele? Foi inspirado no Polo. Isso mesmo, o Brasil precisava de um compacto para substituir o Fusca com desenvolvimento nacional. Assim nasceu o nosso querido Gol em 1980, muito baseado na primeira geração do Polo.
Receba notícias quentes sobre carros em seu WhatsApp! Clique no link e siga o Canal do AUTOO.
No começo, era Audi
Imagem: Divulgação
Mas vamos contar essa história desde lá do começo. Era 1975, na Alemanha, e o Audi 50 surgiu como uma opção urbana da marca de luxo, mas seis meses depois veio o Polo. Era praticamente o mesmo carro com logotipos trocados, mas foi logo um sucesso de vendas.
Em 1977 veio o primeiro sedã, que na época era chamado de Derby. Com duas portas, foi a base para o nosso Voyage, lançado aqui cinco anos depois. Outra variante surgida foi o primeiro Polo esportivo, o GT, que trocava o motor 1.0 de 50 cv por um 1.3 de 60 cv.
Imagem: Divulgação
Mesma plataforma, muitas melhorias
Imagem: Divulgação
A segunda geração foi lançada em 1981 se aproveitando da mesma plataforma A01, mas com algumas melhorias. Dos 3,50 metros de comprimento, o Polo foi para 3,66 m e trazia duas opções de carroceria. A hatchback tinha a traseira mais reta e se assemelhava a uma perua de duas portas. Já a Coupé trazia a tampa do porta-malas inclinada.
Imagem: Divulgação
A versão GT ganhou um compressor volumétrico e a potência subiu para 115 cv, um número bem alto para a época. Um facelift em 1990 ajudou a modernizar o visual, trocando faróis redondos por retangulares. O sedã continuou sendo chamado de Derby e vendido com duas portas.
Imagem: Divulgação
Terceira geração, primeira no Brasil
Usando a mesma plataforma do Golf, mas com algumas alterações, a terceira geração do Polo chegou na Europa em 1994 e teve versões hatch, sedã e, pela primeira vez, perua. O comprimento passou a 3,71 m e o entre-eixos foi ampliado a 2,40 m. Foi também o primeiro Polo GTI com um motor 1.6 16V aspirado de 120 cv que levava o hatch aos 100 km/h em 8,9 segundos.
Imagem: Divulgação
A família Polo também teve a versão Seat, que veio para o Brasil com o hatch Ibiza e o sedã e a perua Córdoba. Quem também veio via fabricação na Argentina foi o sedã Polo Classic, que tentou substituir o Voyage sem muito sucesso.
Finalmente no lugar do Gol?
Imagem: Divulgação
Em 2001 foi lançada a quarta geração do Polo com uma grande ruptura em termos visuais. Os faróis redondos voltaram em uma época onde isso já não era mais comum como em 1975, mas o estilo moderno e o interior bem acabado fizeram o carro chegar ao Brasil não como sucessor do Gol, mas acima dele.
Houve até uma tentativa de lançar uma versão 1.0 16V, que não vingou, e o Gol continuou seguindo seu caminho que só acabaria anos depois.
Imagem: Divulgação
O Sedan chegou em 2003 e a dupla passou por uma reestilização em 2006. Foi quando também trouxe poucas unidades do GTI de duas portas com motor 1.8 turbo de 150 cv de potência, uma raridade hoje em dia. Já com as vendas em baixa, o Polo saiu de linha no Brasil em 2015.
A história continua
Imagem: Divulgação
Enquanto a quarta geração era feita no Brasil, em 2009 a Europa já tinha a quinta que inspirou o facelift do Gol —que ficou conhecido como G6 por aqui— e também do Fox. Além do visual mais moderno, o Polo tinha reforços na segurança para atender às exigentes leis europeias. Trazê-lo para o Brasil seria muito caro na época.
A quinta geração do Polo teve versão sedã e uma aventureira —o CrossPolo—, além da sempre presente esportiva GTI, com um 1.4 turbo de 180 cv.
Enfim, o sucesso
Imagem: Divulgação
A sexta e atual geração —talvez a última— do Polo foi lançada na Europa em 2017 e pouco tempo depois volta ao Brasil para cumprir o seu papel: enfim dar a merecida aposentadoria para o Gol. Lançado com motores 1.0 aspirado e 1.0 turbo, o Polo é hoje o carro mais vendido do Brasil, atrás somente da picape Fiat Strada.
Só em 2024 foram 140.184 unidades emplacadas por aqui, um recorde para o modelo. O Polo é produzido nas unidades paulistas da Volkswagen em Taubaté e Anchieta, localizada em São Bernardo do Campo em sua versão hatch, a esportiva GTS com motor 1.4 turbo de 140 cv e a sedã Virtus, agora feito em São José dos Pinhais (PR).
Imagem: Divulgação
O que será o amanhã?
No começo do ano passado a Volkswagen encerrou a produção do Polo na Europa e transferiu sua produção para a África do Sul, de onde vai atender o mercado europeu e local. O vendido no Brasil, como já dito acima, é feito aqui mesmo.
A ideia é focar na fabricação de carros elétricos na Europa, mas o mercado não está reagindo de acordo com os planos. As vendas dos modelos movidos a bateria não engrenaram como as montadoras esperavam, o que pode dar uma sobrevida ao Polo.
A imprensa europeia já fala em uma “atualização extensa” do atual modelo neste ano, que já tem 8 anos de vida, um período longo para um carro na Europa.
Por aqui, devido ao sucesso do modelo no mercado, é impensável que a Volkswagen tire o Polo de linha tão cedo. Vai depender do impacto que o SUV Tera terá —com o perdão do trocadilho— nas vendas.
É possível que o novo modelo cative mais os compradores das versões top de linha, enquanto o Polo segue com suas opções básicas para vendas diretas e focadas em quem busca um carro barato. Saberemos disso daqui a alguns anos.