Teste: Volkswagen Virtus 1.6 MSI
Avaliamos a versão de entrada do sedã, que atua na faixa de R$ 60.000
Uma das poucas categorias que ainda oferecem mais condições de resistir ao avanço dos SUVs, até mesmo devido à peculiaridade de sua carroceria três volumes, os sedãs, em especial no segmento de compactos, mostram grandes evoluções nos últimos meses.
O Volkswagen Virtus, foco de nossa avaliação neste teste, é um bom exemplo. Em termos de entre-eixos e largura (confira os dados técnicos na ficha técnica abaixo), ele praticamente empata com o Jetta hoje em dia nas concessionárias, o que torna cada vez mais complicado classificar modelos como o Virtus usando a palavra “compacto”. No comprimento, contudo, os sedãs deixam mais claras as suas segmentações, com o Jetta atual atingindo 4,65 m e o Virtus indo até 4,48 m. A coisa vai ficar diferente com a chegada da nova geração do Jetta, quando o sedã médio vai se descolar de vez dos segmentos de entrada.
Mas não pense que essa diferença de 17 cm no comprimento entre o Jetta atual e o Virtus significa muita coisa. Com uma plataforma mais avançada e um projeto moderno, o Virtus consegue entregar um porta-malas maior, com capacidade para 521 litros em relação aos 510 litros do Jetta, assim como uma cabine bem mais espaçosa e confortável em relação ao primo que atua na categoria logo acima.
Por exatos R$ 59.990, o Virtus 1.6 MSI sai de fábrica oferecendo o essencial que se espera encontrar em um carro que está longe de ser popular. Estão em sua lista de equipamentos de série o ar-condicionado, 4 airbags, direção com assistência elétrica, rádio com Bluetooth, computador de bordo, alarme, travas e vidros elétricos, apenas para elencar os principais. Aceita uma sugestão? Vale a pena pagar R$ 2.950 pelo kit opcional Connect Pack e levar o Virtus MSI completo para casa. Com ele, o sedã recebe os importantes controles de tração e estabilidade, sensor de estacionamento traseiro (recurso que facilita muito as manobras em especial num sedã), rodas de liga leve aro 15”, volante multifuncional e central multimídia com suporte ao Apple CarPlay e o Android Auto, que, dentre outros recursos, permite espelhar seu aplicativo de navegação favorito.
Talvez o ponto mais crítico a respeito do Virtus de entrada vai para o nível de acabamento interno. A montagem da cabine em si é muito boa, mas a Volkswagen poderia ter escolhido materiais mais nobres para o interior. Os plásticos mostram-se simples demais e a ausência até mesmo do retrovisor elétrico é sentida em especial quando avaliamos Virtus MSI completo como é caso aqui. Nesse ponto, o Cronos Precision 1.8 manual, que tem preço semelhante ao Virtus 1.6 todo equipado, entrega uma cabine mais encantadora.
Se você tolera os plásticos mais simples do interior – ou isso não é algo tão decisivo na hora da compra para você – o Virtus brinda seu motorista com um bom conjunto mecânico.
Nós sabemos que a transmissão automática ganha cada vez mais a preferência dos brasileiros, mas o Virtus 1.6 MSI, até o momento oferecido somente com uma caixa manual de 5 marchas, entrega os ótimos engates que estamos acostumados com os câmbios da VW. As trocas de marchas macias, precisas e rápidas, aliadas com a boa ergonomia do sedã e a direção elétrica bem calibrada, tornam a condução do Virtus 1.6 algo simples e agradável. Na mesma linha, sua suspensão não surpreende ao adotar uma configuração bem convencional (McPherson na dianteira e eixo de torção nas rodas traseiras), mas o acerto para nosso piso é elogiável. O Virtus compartilha o bom comportamento dinâmico do Polo e um rodar confortável para o uso diário, características mais desejadas em um sedã com a proposta do Virtus.
Alguns podem alegar que o Fiat Cronos Precision manual tem mais torque graças ao seu 1.8 16V, mas o motor 1.6 16V presente no Virtus mostra-se na medida para o VW. Acelerações e retomadas não são de tirar o fôlego, mas mesmo rodando carregado o Virtus não fica devendo em desempenho. É possível realizar ultrapassagens na estrada sem sustos. Segundo dados oficiais, o Virtus 1.6 é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h na casa de 10 segundos e atingir 195 km/h de velocidade máxima, números que podemos classficar como aceitáveis. Ponto bem positivo vai para o consumo, que pode contempla médias de até 11,9 km/l na cidade e 13,8 km/l na estrada com gasolina, ou 8,2 km/l e 9,5 km/l, respectivamente, com etanol.
Um Cronos 1.8 manual pode até ostentar números máximos de potência (139 cv) e torque (19,3 kgfm) superiores, porém, como é mais pesado (1.248 kg), no fim das contas acaba entregando desempenho bem similar ao do Virtus 1.6, que registra 1.134 kg na balança.
Logo, apesar de ficar devendo um pouco no acabamento interno muito mais pela questão de “nobreza” (ou a falta de...) dos materiais, o Virtus 1.6 MSI ainda desponta como a melhor opção para quem está buscando um sedã na faixa de R$ 60.000 com câmbio manual. Você encontra opções semelhantes no mercado com preços parecidos, como é o caso do próprio Fiat Cronos, ou até bem mais competitivos, como um Toyota Etios Sedã, porém o Virtus se sobressai pelo design caprichado, o excelente nível de segurança e comportamento graças à sua estrutura moderna, o espaço interno adequado para 5 adultos bem como a elogiável capacidade de carga do porta-malas. Em resumo, o Virtus traz uma receita muito interessante para o segmento, que certamente deverá ser seguida pelos demais sedãs compactos em suas próximas gerações.
Se o seu limite de gasto fica na faixa de R$ 55.000, portanto abaixo do Virtus MSI e você também considera um sedã manual, nesse caso vale a pena partir para um Fiat Cronos Drive 1.3 manual.
Ficha técnica
Volkswagen Virtus 2018 MSI 1.6 16V flex manual 4p | |
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Preço | R$ 59.990 (06/2018) |
Categoria | Sedã médio |
Vendas acumuladas neste ano | 30.886 unidades |
Motor | 4 cilindros, 1598 cm³ |
Potência | 110 cv a 5750 rpm (gasolina) |
Torque | 15,8 kgfm a 4000 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,482 m, largura 1,751 m, altura 1,472 m, entreeixos 2,651 m |
Peso em ordem de marcha | 1134 kg |
Tanque de combustível | 52 litros |
Porta-malas | 521 litros |