Teste: Fiat Strada 1.4 2019
Veículo comercial mais vendido do país, Strada se despede da atual geração na linha 2019
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Este é quase um teste de despedida. Como já abordamos em várias oportunidades aqui no Autoo, a Fiat Strada finalmente vai ganhar uma sucessora já no começo de 2020. Veículo comercial mais vendido do Brasil, é bem possível que a Fiat manterá o nome Strada para sua futura picape compacta, afinal nenhuma fabricante descartaria um feito dessa relevância.
Convenhamos que, mesmo vendendo volumes respeitáveis a cada ano que passa, basta passar alguns dias atrás do volante de uma Fiat Strada para ver como o modelo já clama por uma renovação. Não é por acaso que, hoje em dia, são as versões mais baratas e voltadas ao uso comercial as que são as mais emplacadas. Isso não é sem razão, já que, se desconsiderarmos um retoque ou outro no visual, a Strada mantém a mesma plataforma e o projeto que conhecemos desde 1998.
Marca que sabe interpretar as demandas e necessidades do mercado como poucas (vide a criação da Strada Cabine Dupla), a Fiat soube trazer muitos clientes para a Strada com uma solução simples, porém eficaz. A estratégia foi adotar um eixo rígido com mola parabólica para a suspensão traseira da picape, tipo de configuração que, se não se destaca pelo conforto ou ganhos em comportamento dinâmico, ao menos confere muita robustez ao conjunto. Para quem precisa transportar cargas por aí no nosso piso repleto de buracos e demais imperfeições, ter um carro confiável é algo primordial e foi essa a chave do sucesso para a Strada.
Hoje em dia a Strada carece de um habitáculo mais moderno, já que sua cabine é apertada, o visual da parte interna está bem defasado e ela sequer oferece recursos como central multimídia de série ou muitos recursos de conforto, comodidade e conveniência. Mas é fato que, quem compra a Strada hoje em dia está muito mais preocupado com critérios objetivos e financeiros, como a manutenção barata, o custo acessível de peças e o baixo consumo do velho conhecido motor 1.4.
Claro que manter uma clientela fiel de clientes “PJ” é importante, mas a própria Fiat sabe que chegou um momento em que o público demanda por certas características que a Strada atual não consegue mais atender. Como parte dos consumidores do modelo são empreendedores que usam o carro para o trabalho e o lazer, é interessante oferecer um veículo mais versátil.
Já sabemos, por exemplo, que a próxima geração da picape compacta da Fiat terá comodidades como transmissão automática, sua carroceria cabine dupla terá 4 portas e o interior promete ser mais refinado e conectado.
Mesmo em sua linha 2019, a Strada transparece o quanto seu projeto já está datado por detalhes como a presença da direção hidráulica (os carros modernos, em sua maioria, migraram para a assistência elétrica) e o câmbio com engates longos e imprecisos. Sua concorrentes mais direta, a Volkswagen Saveiro, é uma picape com uma dirigibilidade bem melhor do que a Strada, isso sem falar que o habitáculo da Saveiro ainda mostra-se melhor aproveitado que o da Strada.
Enquanto a nova geração não estreia, a Fiat também impulsiona as vendas da Strada com promoções e ofertas bem agressivas, o que ajuda a entender porque tantas pessoas optam por ela.
Na tabela, a Fiat Strada hoje parte de R$ 51.990 na versão Working 1.4 cabine simples e pode atingir salgados R$ 79.990 na configuração Adventure 1.8 cabine dupla, mas é fácil encontrar o modelo nas concessionárias por R$ 41.072 no catálogo de entrada com os descontos para produtor rural e microempresários, o que torna o valor da picape bem mais convidativo. Em nosso teste, por exemplo, consideramos a versão Freedom cabine dupla, que tem um valor sugerido de R$ 75.990, mas o preço cai para R$ 60.032 com os mesmos descontos. Um expressivo desconto de R$ 15.958.
Se deve um projeto mais moderno, a Strada ainda se vira bem com seu motor 1.4 de até 88 cv e 12,5 kgfm de torque. Considerando que a Strada é muito mais utilizada para transportar cargas volumosas do que objetos de maior massa, as respostas da picape são equilibradas e dão conta do recado em grande parte do uso. A aceleração de 0 a 100 km/h na casa de 12,5 segundos nos sinaliza que a picape não é um carro rápido, mas esse nem é o foco da Strada. A contrapartida está em um consumo que pode alcançar 10,8 km/l na cidade e 12,3 km/l na estrada com gasolina segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular.
Para quem precisa de um carro para trabalhar e usar eventualmente com a família, é inegável que a proposta da Strada cabine dupla é uma alternativa até que interessante. Temos nela uma caçamba para 680 litros (volume que nenhum hatch ou sedan compacto consegue se igualar) e que ainda permite a você transportar alguns objetos maiores com facilidade. Se a ideia é só trabalhar, a Strada cabine simples oferece 1.220 litros na caçamba e suporta até 705 kg no compartimento.
Mesmo carregada ou com 4 passageiros nas opções cabine dupla, a Strada 1.4 não é um carro apático e responde até que bem às solicitações do pedal do acelerador. Falta, como já dissemos, um refinamento maior nas trocas de marchas. A posição de dirigir da Strada também está longe da ideal em especial para motoristas mais altos, que sofrem com o banco elevado demais. A ergonomia da cabine também não é das melhores, em especial para os controles do ar-condicionado.
Andar em uma Fiat Strada antes da renovação é uma experiência interessante. Ao mesmo tempo em que o modelo deixa claro porque vende tanto, transparecendo robustez na hora de levar cargas, a picape não esconde os pontos onde precisa ser modernizada. Com isso, só vale a pena optar pelo modelo atual se você quer aproveitar os preços muito agressivos que a marca vêm praticando para a picape, caso contrário, carregando no nome uma reputação invejável, a Strada em sua próxima geração deverá manter sua atual carteira de clientes e ter argumentos renovados para conquistar muitos mais.
Ficha técnica
| Preço | R$ NaN (10/2019) |
|---|---|
| Vendas acumuladas neste ano | 80.050 unidades |
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