Saiba como é andar nos novos VW ID.3 e ID.4
Elétricos da marca passaram por uma breve análise, onde foi possível conhecer mais de perto o potencial dos veículos
A Volkswagen já apresentou a sua dupla de carros elétricos, os VW ID.3 e ID.4, para a América Latina. No entanto, os modelos ainda estão em processo de homologação no Brasil, o que significa que não está claro nem mesmo qual versão dos modelos será vendida no país. Mesmo com essas incertezas, a marca convidou o Autoo para conhecer de perto os dois veículos.
Porém, não foi um teste completo e nem uma avaliação de primeira impressão com alguns quilômetros de duração. Pelo contrário, a avaliação foi curta, com menos de 2 km nas ruas ao redor do Jockey Club de São Paulo. Apesar dessa breve experiência, foi possível analisar alguns pontos da dupla de elétricos da Volkswagen.
Primeiro que tanto o ID.3 quanto o ID.4 surpreendem pelo desenho. São dois modelos com linhas modernas, rodas imensas para um veículo de passeio (aro 20" no ID.3 e 21" no ID.4) e a nova identidade visual da marca, que investe pesado no uso de LEDs. Eles estão presentes em todo o conjunto óptico, mas também na grade, como no VW Taos.
De acordo com a Volkswagen, este uso massivo de LED é por conta da nova filosofia da empresa de trocar os cromados pelas luzes. Com isso, a tendência é que haja cada vez mais filetes iluminados nos carros da marca, principalmente nos veículos mais sofisticados. Os dois elétricos também abusam da iluminação em seu interior, que é bastante minimalista e com menos botões, mas repleto de LEDs.
Tecnológicos ao volante
Como dito, foi um trajeto bastante curto com os dois carros, mas deu para tirar algumas impressões do comportamento deles. Meu primeiro contato foi com o ID.4, que é uma espécie de SUV. O primeiro ponto que me chamou a atenção foi que não precisei encostar em nenhum botão para dar a partida. Basta pisar no pedal de freio para o carro ser acionado.
Depois, chegou a hora de ajeitar o banco e a coluna de direção para o meu tamanho. O banco com ajuste elétrico não é novidade, mas o ajuste da direção tem uma particularidade interessante. Como o painel de instrumentos digital é preso na coluna, ele se movimenta junto com o volante. Dessa forma, ele está sempre visível e não é tampado pelo aro.
Para ampliar a visão do condutor, há ainda o head-up display. Só que ele é mais avançado do que as peças tradicionais, investindo em realidade aumentada para alertar o motorista. Por exemplo, quando um carro está à frente e o controle de velocidade de cruzeiro adaptativo está ativado, uma linha verde horizontal é traçada no veículo de fora a fora. É algo que realmente impressiona, pois chega a parecer um videogame. E o próprio ACC funciona muito bem, sendo capaz de parar o ID.4 (e o ID.3) por completo sem a intervenção do motorista. Já o auxílio de condução autônoma faz as curvas tão bem quanto um bom condutor humano. Mesmo assim, a recomendação é permanecer sempre com as mãos ao volante.
Os dois carros são equipados com o mesmo conjunto elétrico traseiro de 204 cv e 31,6 kgfm de torque. E mesmo pesando mais de duas toneladas, o ID.4 se saiu bem nessa primeira impressão, acelerando forte como qualquer elétrico.
Após encostar o SUV elétrico, chegou a vez de embarcar no ID.3. Menor, acabei ficando mais justo no carro, mas longe de ficar desconfortável. E como toda a tecnologia é a mesma, as sensações são parecidas com os dois carros. Dessa forma, o jeito foi me concentrar ao volante para comparar o desempenho de ambos.
Como o hatch pesa 300 quilos a menos, ele acaba sendo um pouco mais ágil. Mas a aceleração de ambos é impressionante, mesmo com a potência não figurando entre os principais atributos da dupla. De acordo com os dados da VW, o ID.3 faz de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos, enquanto seu irmão maior cumpre a mesma prova em 8,5 segundos. A velocidade máxima é limitada a 160 km/h em ambos.
Outra mudança é na autonomia dos modelos. O hatch tem bateria de 58 kWh, conseguindo rodar por até 426 km no ciclo WLTP. Já o ID.4 utiliza um conjunto maior, de 77 kWh, podendo rodar por 522 km, de acordo com o mesmo ciclo.
Neste primeiro contato, pouco deu para analisar sobre o desempenho e o comportamento dos carros em si, mas a tecnologia embarcada e o conforto merecem destaque. Resta saber qual será a versão escolhida para o mercado brasileiro e quanto irá custar a dupla de elétricos no Brasil. Só assim será possível entender o posicionamento dos carros e quais serão seus principais adversários.