Novo Fusca reúne diversão e nostalgia
VW surpreende no design e transforma seu clássico carro em esportivo com motor de 200 cv
E o novo Beetle, que não é mais “New”, virou Fusca no Brasil. A ousada ação da Volkswagen em retomar o antigo nome de seu clássico carro no País acompanha uma estratégia mundial que também relembra os antigos nomes do modelo em outros países, como “Escabajo” na Espanha e “Maggiolino” na Itália. Alguns gostaram, pois reacende a chama de um dos automóveis mais importantes da história, ao passo que outros não reprovaram a ideia por ela contrariar a ideia original do carro, que era ser um veículo popular.
O novo Fusca não é mais um carro do povo, nem de longe. Esse novo é caro a beça: começa em R$ 76.600 na versão de entrada, com câmbio manual de 6 marchas, e R$ 80.990 para o modelo equipado com transmissão DSG semi-automática de dupla embreagem, como o testado pelo AUTOO. Nas duas variantes o motor é o mesmo, no caso o formidável 2.0 TSI da VW de 200 cv e 28,5 kgfm - ele quase seis vezes mais potente que o primeiro Fusca, de 1938.
Porém, diferente do New Beetle, o novo Fusca é ainda mais fiel ao modelo original quando falamos de desenho. A nova geração do Beetle parece uma versão “bombada” no carro antigo e com roupas de grife modernas. A VW também tornou o design do modelo mais “masculino”, com formatos mais volumosos e detalhes que deixam o veículo com uma aparência “forte”, como a faixa de cintura alta, as avantajadas caixas de roda e o teto baixo ao estilo hot-rod. A versão anterior, por outro lado, era um tanto feminina - tinha até um vaso de flores no painel.
E os detalhes que rementem ao antigo Fusca também estão por toda parte. Quem se lembra do modelo clássico vai notar as soleiras nas portas, o parabrisa reto, as alças de borracha nas colunas, o porta-luvas na parte de cima do painel, entre outros.
Impressões ao dirigir
Além de tornar o design do Fusca mais interessante a VW também fez o carro se tornar um legítimo esportivo. Seu motor que o é o mesmo aplicado em modelos como o Jetta TSI e Tiguan, que já têm boa fama. Por isso o modelo tem respostas ágeis e quando provocado no modo “S” é um tanto instigante, com fortes arrancadas acompanhadas de um ronco alto com espirros do turbo entre as trocas de marcha. Até o volante é legal de segurar, ele é fininho como o Fusca antigo e as resposta são muito diretas, como as de um Audi A3.
Os 200 cv aparecem apenas 5.100 rpm, mas isso não é problema quando o torque máximo de 28,5 kgfm já está disponível a 1.700 rpm e assim continua até 4.000 rpm. Nessa toada, o Fusca tem força total em praticamente todos os momentos em que se pisa no acelerador. Boa parte do desempenho também é mérito do câmbio DSG, que realiza de trocas de marchas muito rápidas, tanto em modo automático como manual pela alavanca ou pelas borboletas no volante.
Nota-se também que o novo Fusca é “bom de curva”, pois conta com uma estrutura bastante rígida - é a MQB, a mesma usada no Golf VII e o Audi A3 - e uma suspensão muito firme. Esse último recurso, porém, tende a deixar o carro um pouco desconfortável e ruidoso para andar em vias apertadas e esburacadas de grandes cidades, como foi em nosso teste por São Paulo. Mas na estrada é um “senhor” automóvel, com boa aceleração e muito estável.
Segundo números da VW, o Fusca vai do 0 aos 100 km/h em 7,3 segundos e atinge até 210 km/h de velocidade máxima. Já o consumo médio apontado no computador de bordo foi de 13 km/l, uma marca razoável para um automóvel desse porte.
O melhor Fusca da história
Além de ser bonito e um tanto divertido de dirigir, o novo Fusca também surpreende pelos equipamentos. A lista é tão longa quanto variada: inclui, por exemplo, um cronometro no alto painel, navegador GPS com repetidor de dados no painel de instrumentos, controles eletrônicos de estabilidade e tração, quatro airbags e ar-condicionado digital. Ficou faltando apenas a um controlador eletrônico de velocidade de cruzeiro para guiar com mais conforto na estrada.
A lista de opcionais também enche os olhos, mas seca a carteira. O modelo testado pelo AUTOO veio com faróis bi-xenônio (R$ 3.680), pacote com sensor de chuva e comandos volante (R$ 2.655), teto solar panorâmico (R$ 2.900) e sistema multímidia Fender (R$ 1.630), a famosa marca de guitarras, que possui CD-Player, entradas USB e conexão Bluetooth para celular com streaming de dados, sem falar no kit de caixas de som de alta definição - nessa configuração o preço do Fusca passa dos R$ 91 mil.
Agora inserido em outra classe, a dos carros “esportivos descolados” (como é o MINI Cooper e o Citroën DS3), o novo Fusca vem para divertir tanto quem o conduz como quem o admira, que não vai se cansar de encontrar, apontar e comentar sobre os detalhes do carro que remetem ao modelo do passado. Esse Fusca não é apenas uma continuação, é uma homenagem ao clássico e querido carro da Volkswagen.
Ficha técnica
Volkswagen Fusca 2012 2.0 16V gasolina automático 2p | |
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Categoria | Esportivo médio |
Vendas acumuladas neste ano | 38 unidades |
Motor | 4 cilindros, 1984 cm³ |
Potência | 200 cv a 5100 rpm (gasolina) |
Torque | 28,5 kgfm a 1700 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,278 m, largura 1,808 m, altura 1,486 m, entreeixos 2,537 m |
Peso em ordem de marcha | 1439 kg |
Tanque de combustível | 55 litros |
Porta-malas | 310 litros |