Nova Volkswagen Amarok: será que a idade já pesa na picape média?
Com harmonização visual, veterana mostra que o coração V6 tá em dia e que ainda dá um caldo
Quem já passou dos 40 anos sabe que as dores aumentam, o fôlego diminui, o sono já não é mais regular e as ressacas são mais pesadas no dia seguinte. A idade chega para todos, não tem jeito, e chegou para a Volkswagen Amarok, que foi lançada em 2010. Com 14 anos nas costas em idade de carro, que equivale a uns 40 na humana, a picape já não estava contente com o que via no espelho.
Pediu uma harmonização facial e ganhou novos faróis, para-choque dianteiro com luzes de neblina triangulares do Nivus, grade iluminada como no Taos, lanternas escurecidas e o novos emblemas na tampa da caçamba. As laterais seguem as mesmas e entregam a idade. Por dentro, ganhou novo volante e central multimídia mais moderna, pero no mucho. Segue exigindo cabo para ligar o celular ao sistema Android Auto ou Apple Carplay.
Mas isso é suficiente para continuar frequentando o clube das já não mais novinhas Toyota Hilux e Chevrolet S10, além da jovem Ford Ranger? Fomos dar uma volta na versão Highline da picape média e, entre algumas ressalvas, podemos dizer que sim.
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Coração V6 em dia
Apesar de não ser a mais moderna das picapes, pelo contrário, a Volkswagen adotou a estratégia de oferecer a caminhonete somente com motor 3.0 V6. Entendeu que não vai vender em volume como as concorrentes e resolveu atender a uma fatia do público que se dispõe a pagar mais de R$ 313.990 na Comfortline, a versão de entrada.
Para comparar com as líderes de vendas com cabine dupla e tração 4x4, a Toyota Hilux parte de R$ 243.790, a Ranger de R$ 244.990 e a Chevrolet S10 de R$ 255.790. Mas todas elas usam motores de quatro cilindros e miram frotistas e produtores rurais. A Amarok está satisfeita com o picapeiro que gosta de um bom desempenho e, eventualmente, carregar alguma coisa.
Check-up feito e o coração está em dia. Ele entrega 258 cv de potência a 3.250 rpm e 59,1 kgfm de toque logo aos 1.400 rpm. Associado ao câmbio automático de oito marchas, as respostas ao acelerador são animadoras. As trocas são rápidas e o ronco do turbodiesel invade a cabine de uma boa maneira. É a bruta mostrando seu potencial.
Precisa entrar na terra? Sem problemas. Toda Amarok vem com a tração 4motion integral sob demanda, mas que pode ser travada na distribuição de 50/50 entre os eixos e ainda ativar o bloqueio de diferencial. Todo o sistema é eletrônico, o que pode exigir um cuidado maior lá na frente.
Nada de aposentadoria
Se precisar, a nova Amarok ainda trabalha bem. Nas medidas, são 5,35 m de comprimento, um pouco maior do que antes por causa dos para-choques remodelados. Os 1,95 m de largura, 1,85 m de altura e 3,10 m de distância entre-eixos foram mantidos, bem como a caçamba de 1.141 litros e a capacidade de carga para até 1.105 kg.
A picape ainda pode rebocar 2,7 toneladas, desde que seja em um reboque com freio. Está dentro da média das rivais, no entanto. Logo, o diferencial está mesmo em ser um carro de passeio no corpo de um picape. É agradável de dirigir, mas vamos aos percalços.
Motorista se dá bem. E o resto?
Andamos na versão intermediária Highline, mas mesmo que fosse a top de linha Extreme, ela teria chave canivete e não presencial como as concorrentes mais modernas. Mas isso é o de menos, não vai definir a compra. O que pode decidir ou não é como a família vai se virar na Amarok.
Os passageiros podem reclamar da suspensão mais firme, que repassa para os ocupantes as imperfeições do asfalto. Também podem reclamar de não ter onde carregar o celular, pois falta um carregador sem fio. A única porta USB na frente é do tipo A e vamos precisar dela para ligar o espelhamento na tela multimídia. Quem vai atrás conta com duas entradas, mas do tipo C.
O espaço atrás também não é muito generoso. Levar crianças para a escola com mochilas é um problema, pois não vale a pena jogar as malas na caçamba e depois ter que buscar lá no fundo. Vai ter que dividir o espaço do assento ou a área para as pernas com essas bagagens. Problema comum a toda picape, para falar a verdade, mas na Volkswagen é um pouco pior.
Veredicto
Então depois dessa experiência, é: sim, a Volkswagen Amarok ainda é uma boa opção desde que você goste muito da marca, preze pelo bom desempenho e esteja disposto a abrir mão do conforto e do espaço que a Ford Ranger. E a sombra da rival da Ford estará lá na hora de assinar o cheque. A versão V6 parte de R$ 289.990, tem 250 cv e câmbio de 10 marchas. Então dê uma passadinha na Ford também.