Moderno mas sem carisma, novo Fusca sai de cena no Brasil

Volkswagen já não exibe modelo em seu site; vendas mal passaram de 100 unidades em 2017
Volkswagen Fusca 2016

Volkswagen Fusca 2016 | Imagem: Divulgação

E o Fusca dá o adeus ao Brasil pela quarta vez. A geração atual, mais moderna da sua história, já não é listada no site da Volkswagen, um sinal que o modelo importado realmente não agradou como se imaginava.

É uma pena, afinal o novo Fusca enfim soube conciliar seu estilo inconfundível com uma proposta divertida e confortável, coisa que o New Beetle não havia chegado perto. Talvez a resposta a isso tenha a ver com a mudança do humor do consumidor, mais voltada aos utilitários esportivos que a modelos com visual retrô – algo que cativava muita gente na década passada.

Mas também há de se considerar que o Fusca moderno deveu em carisma. Se equiparar a simpatia do projeto original é impossível, ele poderia ter superado o New Beetle nesse quesito. Porém, suas linhas corretas não causaram grande impacto comparado ao antecessor, um carro tão refém do design que o aproveitamento interno era péssimo.

Os números revelam a decepção: em cinco anos no mercado brasileiro, o novo Fusca vendeu pouco mais de 4,3 mil unidades (este ano foram apenas 105 carros até outubro). Para se ter uma ideia clara do abismo comercial dele em relação ao antecessor basta lembrar que o New Beetle chegou a esse número com facilidade em 2008, por exemplo (4.386 unidades).

Nome eterno

Não faltaram bons motivos para levar um Fusca para casa. Com a mesma plataforma do Golf VII, o Fusca trazia o visual imbatível e com uma pitada de esportividade que ele nunca teve antes. Andava bem, mas custava caro numa época de restrição aos importados e dólar nas alturas.

Mesmo no exterior sua carreira deve ser curta. No México, onde é fabricado, ele deve sair de produção dentro de um ano para abrir espaço para o Tiguan de sete lugares.

Isso não quer dizer que a Volks desistiu dele. A marca “Fusca/Beetle” é muito forte para ser aposentada e já se fala num conceito sendo trabalhado para apresentação em 2018. As novidades? Um retorno ao passado com direito a tração e motor traseiros – sim, nesse sentido esse “Fusca” dos tempos atuais pouco tem a ver com o original.

Certamente, se ele virar realidade, deverá ser vendido no Brasil, um mercado “sentimental” quando se fala em Fusca. E assim caminharemos para a quinta estreia: a primeira em 1950, importado e em 1959, nacional, a segunda em 1993 por obra do ex-presidente Itamar Franco, a terceira já como New Beetle em 1998 e, por fim, a quarta estreia em 2012 renascido como Fusca novamente.

Ricardo Meier

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