Sonho distante: as marcas que estão longe de nós

Brasileiro já pode escolher entre mais de 40 fabricantes de carros, mas existem nomes interessantes mundo afora. Conheça alguns deles

Só faltam elas: as marcas que ainda não atuam no Brasil | Imagem: Montagem

Freqüentemente nos perguntamos qual a razão de determinada marca não estar no Brasil. As explicações são muitas, mas invariavelmente caem na questão dos impostos de importação ou nos custos de produção local – cliente para todo tipo de carro o mercado nacional já provou ter. Reunimos aqui algumas das marcas mais desejadas – e suas relações com o Brasil – que gostaríamos de encontrar numa concessionária perto de casa. 

Alfa Romeo

Pergunte para qualquer apaixonado por carros se a Fiat deve retomar as vendas da Alfa Romeo no Brasil: dez entre dez dirão que sim, e até rezam pra que isso aconteça. A boa notícia é que nossas preces foram ouvidas: Sergio Marchionne, presidente mundial do Grupo Fiat, confirmou que a marca italiana de luxo volta ao mercado nacional em 2012 – os modelos que importará, no entanto, não foram revelados.

A marca italiana já teve forte presença no País na década de 70 com o 2300, um sedã de luxo acima dos padrões nacionais. Nos anos 90, fizeram sucesso 155 e 145, enquanto na década passada ver o 156, nas versões sedã ou perua, era visão rara. Atualmente, modelos como Mi.To, 159, 147, Brera e Giulietta certamente fariam a cabeça de muita gente. Se levarmos em conta que a Audi vende o R8 por aqui – com relativo sucesso inclusive –, não é difícil imaginar que até o exclusivo esportivo 8C Competizione teria seus clientes.

Acura

Assim como a Toyota tem na Lexus sua marca de luxo, o mesmo faz a Honda com a Acura. Mas trata-se de uma marca bem pouco conhecida por aqui – e a maioria daqueles que sabem da sua existência, conheceu a marca pelo esportivo NSX, um dos privilegiados a habitar a garagem de Ayrton Senna. Portanto, a Acura deve continuar distante do Brasil com seus carros luxuosos e de design polêmico, caso do utilitário esportivo RDX, o sedã TL ou o crossover ZDX.

Cadillac

A Cadillac foi uma das marcas da General Motors que sobreviveram à profunda crise eclodida em 2008. Mas o fato de ter sobrevivido e até ter lançado carros modernos não a faz digna do mercado brasileiro. A explicação mais óbvia para a ausência oficial da marca norte-americana por aqui é alta carga de impostos. Por isso, só quem realmente gosta da Cadillac procura importadores independentes para trazer o modelo que procura. Apesar disso, a GM chegou a pensar em mais de uma ocasião na hipótese de lançar aqui sua marca premium.

Infiniti

Segue a mesma linha de Lexus e Acura, só que pertence à Nissan. A montadora japonesa nem cogita trazer sua marca premium – para a alegria das importadoras. Trabalhada com mais cuidado, a Infiniti faria com que os brasileiros conhecessem não só o crossover FX.

Koenigsegg

Pode parece absurdo importar os carros da sueca Koenigsegg, de extrema esportividade e exclusividade. Mas quando lembramos que o pessoal da Platinuss, saudavelmente com alguns parafusos a menos na cabeça, trouxe o não menos esportivo e exclusivo Pagani Zonda e até as derradeiras unidades do Viper ACR, a idéia deixa de ser loucura. Qualquer modelo cairia bem: Agera, CCR, CCX, Trevita.

Lancia

Outra marca italiana que a Fiat deixa longe do Brasil. Tudo bem, atualmente são poucos os modelos no seu portfólio e todos apenas versões de carros da Fiat como o Musa, mais conhecido como Idea. Quem sabe a montadora não resolve resgatar do passado os míticos modelos que a consagraram? O esportivo Stratos, por exemplo, foi recriado recentemente.

Mazda

A marca japonesa, que pertence à Ford, já esteve no Brasil com presença marcante. Quem não lembra do MX-3? Mas a companhia norte-americana preferiu banir os carros da sua subsidiária, que competiam diretamente com os seus próprios modelos. No entanto, os donos de Mazda até hoje contam, pelo menos em teoria, com serviço de assistência técnica – o site brasileiro da empresa continua no ar.

Opel

Em entrevista ao AUTOO, Denise Johnson, nova presidente da General Motors, afirmou que “antigamente, os Estados Unidos, por exemplo, criavam veículos para si enquanto a Europa fazia o mesmo do outro lado do Atlântico. Agora, a GM busca uma visão mais global e para isso dividimos as tarefas entre os centros de desenvolvimento mundiais”. Nas entrelinhas, a executiva descarta montar uma bandeira própria da subsidiária européia, que no passado repetiu sucessos como Vectra, Corsa e Kadett no Brasil.

Saab

Recentemente, a Saab anunciou que procura por representantes na América do Sul para comercializar seus carros. Por enquanto, é apenas uma intenção da marca sueca, que vê o Brasil como um dos mercados mais promissores. O desejo, no entanto, tem fortes chances de se tornar realidade, já que o mercado nacional conta com empresas de peso na importação de marcas, como CAOA (Hyundai), Grupo Gandini (Kia), Grupo SHC (Jaguar, Aston Martin), entre outros.

Seat

Outra marca que chegou e foi embora, sem muitas explicações. Sob domínio da Volkswagen, a Seat vendia o antigo Polo como um Córdoba e o Polo, como Ibiza. Talvez tenha faltado ao mercado compreender melhor a proposta da marca espanhola – o típico caso de “a coisa certa na hora errada”. Hoje, modelos como a nova geração do Ibiza e o Leon, certamente, fariam mais sucesso. 

De qualquer forma, um retorno da Seat ao Brasil está descartado, ao menos por enquanto. Isso porque a marca, que recebeu recentes investimentos na renovação de produtos, não vende o quanto a Volks deseja. Por outro lado, no entanto, o Brasil poderia ajudar na recuperação da Seat, que em 2009 fechou com queda de 8,5% nas vendas.