Pensa em comprar um Renault Kwid? Saiba qual versão escolher
Realizamos uma análise entre as três versões do hatch para saber qual é a mais interessante
Inaugurando uma nova plataforma da aliança Renault-Nissan para compactos e com uma proposta bem pensada ao trazer para a categoria dos modelos de entrada o desejado visual “aventureiro” com boa altura em relação ao solo, o Renault Kwid foi extremamente bem aceito pelo público brasileiro. Prova disso é que em seu primeiro mês “cheio”, a novidade tornou-se o segundo carro mais vendido do Brasil ao somar 10.358 unidades emplacadas em setembro. Com isso, o estreante Kwid deixou para trás modelos bem estabelecidos como o Hyundai HB20 e o Ford Ka.
Se o público está querendo o Kwid, nada mais natural que algumas dúvidas acerca do modelo despertem na hora da compra. Por isso é interessante analisarmos qual é, entre as três opções que a Renault preparou para o Kwid, a versão mais interessante do hatch.
Pensado desde o início para custar pouco, mirando em mercados emergentes como Índia e Brasil onde o fator preço é decisivo na hora da compra, o Renault Kwid tem em sua versão de entrada Life a “isca” que leva muita gente a pelo menos conhecer mais detalhes sobre ele. Tabelada em R$ 29.990, o Kwid Life é um dos raros modelos novos que não ultrapassam a barreira muitas vezes psicológica dos R$ 30.000 e pode fazer com que aquele público que sempre comprou carros usados enxergar no Kwid a possibilidade de adquirir seu primeiro carro 0 km, um raciocínio semelhante ao que a Chery usa como argumento de venda para seu QQ Smile de R$ 25.990.
Só que não é interessante optar pelo Kwid Life. Explico: a versão não traz praticamente nenhum item de conforto, devendo desde os vidros elétricos dianteiros até o ar-condicionado e a direção elétrica. Esqueça até mesmo o limpador do vidro traseiro! Apesar de todas as versões do Kwid contarem com 4 airbags de fábrica, o que é louvável, se você optar pelo Kwid Life dificilmente terá um carro com boa liquidez (facilidade de revenda) no futuro. Hoje mesmo entre os carros de entrada recursos como ar-condicionado, direção com algum tipo de assistência, além de travas e vidros elétricos tornaram-se praticamente obrigatórios na preferência dos consumidores. É nítido que o Kwid Life existe meramente como uma opção para ser um atrativo dentro da lista de preços da Renault ou, no máximo, terá uma boa aceitação entre frotistas, onde a economia nos custos é fundamental.
Com isso, chegamos naquela que tem tudo para ser a versão mais racional e interessante para o Renault Kwid: a opção intermediária Zen. Por R$ 35.990, a versão representa um salto até que considerável em termos financeiros, já que estamos falando de um preço praticamente 20% acima da versão de entrada, porém o Kwid Zen deixa a linha de montagem já equipado com ar-condicionado, direção elétrica, travas e vidros elétricos e rádio original de fábrica com Bluetooth e entradas de mídia. Dentro da proposta de racionalidade do Kwid, a versão Zen é a que faz mais sentido dentro do portfólio preparado pela Renault. Vale a pena lembrar que a marca francesa não oferece opcionais para o Kwid, o que não deixa de ser uma decisão sábia da Renault, já que dessa forma o consumidor opta pelo pacote que mais lhe agrada e não precisa “montar” um carro, algo que não lhe renderá nenhuma vantagem financeira na hora da revenda ou vai reduzir a desvalorização que incide sobre o modelo.
Até o momento a versão topo de linha do Renault Kwid reside na configuração Intense. Aqui o hatch passa a oferecer um acabamento em geral mais caprichado, com direito à apliques em plástico preto brilhante no painel e uma calota escurecida tão bem feita que, quando vista de longe, até confunde com uma roda de liga leve.
O Renault Kwid Intense também traz algo que torna-se cada vez mais fundamental para muitos consumidores, no caso a central multimídia. Os R$ 39.990 pedidos pela Renault no Kwid Intense também dão direito ao trio elétrico, computador de bordo e um tecido mais caprichado para os bancos.
Considerando que em todas as versões você vai encontrar o mesmo motor 1.0 SCe em sua configuração de até 70 cv e 9,8 kgfm de torque sempre acompanhado pelo câmbio manual de 5 marchas, não creio que vale a pena pagar cerca de R$ 40.000 pelo modelo basicamente por uma configuração que traz como principal destaque uma central multimídia que está longe de ser a mais moderna do mercado. Falta para a Media NAV um atributo muito requisitado hoje em dia, que são os sistemas de espelhamento de smartphones seja o Apple CarPlay, Andoid Auto, MirrorLink e outros.
A central multimídia Media NAV já foi mais interessante sobretudo quando estreou na gama Sandero e Logan por oferecer navegador integrado e contar com um preço acessível. No caso do Kwid Intense, ela também agrega a câmera de ré. Vale a pena, contudo, esperar pela evolução do aparelho, que provavelmente vai estrear no Brasil em conjunto com o próximo facelift programado para a dupla Sandero e Logan seguindo os passos do que foi visto na Europa. Depois de estrear no hatch e no sedã, a central multimídia com espelhamento e mais avançada será difundida para o restante da gama nacional da Renault e, aí sim, Kwid Intense terá mais argumentos para justificar os R$ 4.000 extras em relação ao Kwid Zen.
Por tudo isso, se você considera a compra de um Renault Kwid vale a pena destinar seu dinheiro para a versão intermediária Zen. Com um custo-benefício interessante, conjunto mecânico bem eficiente e muito econômico aliado à cabine até que razoável para acomodar 4 adultos e um porta-malas acima da média para os modelos de entrada (290 litros), sobram argumentos para entender porque o Kwid vende tanto.
Em 2018, a gama Kwid deverá ganhar o reforço da versão Outsider, que deverá se tornar a opção topo de linha com um apelo “aventureiro” mais realçado e trazendo o mesmo nível de equipamentos da versão Intense. Quando ela chegar às concessionárias veremos se ela terá atributos para desbancar a versão Zen como a alternativa mais inteligente na gama.