BYD quer mostrar a força dos carros ''verdes''
Fabricante chinesa, que ainda opera de forma discreta por aqui, quer fabricar seus carros no Brasil até 2020
Principal fabricante de baterias do mundo, a chinesa BYD (sigla em inglês para Build Your Dreams) passou a adotar uma estratégia global bem clara para suas operações no segmento de veículos (carros, caminhões e ônibus): vai abandonar o foco em produtos a combustão para oferecer somente híbridos e elétricos.
O plano está dando certo, prova disso é que ela é uma das poucas fabricantes que pode se orgulhar de um crescimento de 28% em seu lucro. Mas e por aqui? O que a BYD reserva para o Brasil?
“Nós ainda precisamos criar a cultura do carro elétrico por aqui, por isso estamos começando a atuar pelas beiradas. Primeiro criando alguns projetos pilotos, trabalhando com empresas e frotas, além de incentivar a criação de pontos de recarga com alguns acordos de empresas de energia”, explica Adalberto Maluf, diretor de marketing e relações governamentais da BYD Brasil.
Atualmente a empresa comercializou somente cinco modelos por aqui, os quais foram destinados a taxistas da cidade de Campinas, interior de São Paulo. Além disso, a BYD também cedeu alguns modelos para o uso de forças policiais ou outros órgãos governamentais.
Segundo Maluf, já em 2016 é bem possível que as primeiras concessionárias da marca finalmente abram as portas. Elas deverão ser localizadas em São Paulo e na própria Campinas, onde a BYD já possui uma fábrica e monta alguns veículos comerciais. “O preço ainda é um impeditivo para aumentar a oferta de carros elétricos no Brasil. Hoje, ainda mais com a alta do dólar, não conseguimos vender um e6 por menos de R$ 200.000”, declara o executivo.
“Nossa meta é comercializar 200 carros no Brasil em 2016. Já para 2017 a expectativa é de 2 mil unidades, depois 5 mil em 2018 e, se chegarmos ao patamar de 10 mil carros por volta de 2019 ou 2020, aí conseguimos justificar a produção local”, acrescenta Maluf.
E a nova gama de produtos da BYD promete ser bem interessante. O Tang, que deverá chegar ao Brasil certamente com outro nome, combina um motor 2.0 turbo com outros dois elétricos e faz parte da “iniciativa 5-4-2” da marca chinesa, ou seja, seus modelos deverão acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 5 segundos, contar com tração nas 4 rodas e ter consumo na casa de 2 litros/100 km, ou uma média de 50 km/l, no padrão que estamos mais acostumados por aqui.
O Tang, por exemplo, será capaz de alcançar os 100 km/h em 4s9, de acordo com os dados da BYD. Como comparação, é o mesmo tempo que um Jaguar F-Type S, que usa um motor 3.0 V6 sobrealimentado, precisa para cumprir a prova.