VW Polo e outros carros que deram a volta por cima e são sucesso absoluto
Hatch compacto estreou no Brasil nos anos 2000 sem empolgar, mas atual geração tornou-se o automóvel mais vendido do país
O mercado de automóveis não é afeito a viradas surpreendentes. Se um carro estreia sem brilho é bastante difícil corrigir a rota e torná-lo bem sucedido. Mas às vezes isso ocorre.
Um caso emblemático é o do Gol. Quando a Volkswagen pensou no modelo, no final dos anos 70, pretendia substituir em uma tacada do Fusca e a Brasília com um projeto mais moderno, com motor e tração dianteiros.
Mas o Gol decepcionou, com uma mecânica que não empolgava em um visual que não caiu no gosto numa época em que o irmão Passat era a referência.
A montadora alemã não se deu por vencida e seguiu fiel à estratégia de aprimorar o carro e lançar outros derivados como o sedã Voyage, a perua Parati e a picape Saveiro.
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Alguns anos de persistência e o Gol se transformou no veículo mais vendido no país por muitos anos.
Mas e hoje, quais são os carros que deram a volta por cima e tornaram-se sucessos no Brasil?
Volkswagen Polo
E não é que o primeiro exemplo conseguiu o feito de substituir justamente o Gol? Mas não foi uma tarefa fácil. A Volks havia lançado o Polo no Brasil no início dos anos 2000, trazendo com ele a proposta do hatch compacto premium.
E de fato o Polo era um modelo fora de série, com tecnologia embarcada e uma dirigibilidade apurada. Mas não era barato e mantê-lo significa encarar problemas com peças caras.
A atual geração voltou ao país em 2017 e se mostrou relevante no mercado até a pandemia. Mas foi no final de 2022, com a aposentadoria do Gol, que o Polo encarou se maior desafio, ser o modelo de entrada da VW.
E ele surpreendeu, liderando as vendas no país e vem brigando a picape Strada para ser o veículo mais emplacado em 2024.
Chevrolet Tracker
O SUV Tracker é hoje um dos mais vendidos do Brasil, mas nem sempre foi assim. O nome é usado em nosso mercado desde o início dos anos 2000 quando a Chevrolet resolveu importar o Suzuki Grand Vitara montado na Argentina com a gravatinha.
Era uma reação emergencial às boas vendas do Ford EcoSport, que naquela época abria um novo segmento que revolucionaria as vendas de automóveis mais tarde.
O "Vitara" da Chevrolet durou até o começo de 2009, com vendas modestas para aquele período. Após um hiato de quatro, a GM lançou no país o novo Tracker, nome usado no lugar de "Trax", como era chamado nos EUA.
A segunda geração do Tracker havia sido projetada na Coreia do Sul e era produzida no México. Novamente, o SUV não fez muita diferença, com o ápice das vendas em 2018, com pouco mais de 26 mil unidades.
Foi apenas a terceira geração, lançada no Brasil em 2020, que mudou a história para o modelo. Mesmo em meio à pandemia, o Tracker, agora nacional, emplacou 50 mil unidades em 2021. No ano passado foram mais de 66 mil carros e a tendência é que o recorde seja batido em 2024.
CAOA Chery Tiggo 7
Quando a CAOA Chery resolveu deixar de lado os automóveis de entrada para focar em SUVs, o Tiggo 7 surgiu discreto em seu portfólio.
Espremido entre o bem sucedido Tiggo 5X e o grandão Tiggo 8, o SUV que deveria encarar o Jeep Compass era sem dúvida o de menor apelo visual, a despeito do preço competitivo.
No ano em que estreou no país, em 2019, foram apenas 2,2 mil unidades emplacadas, número que subiu para 2,6 mil em 2020 e 4 mil unidades em 2021, bem menos do que os 10,4 mil Tiggo 8 vendidos naquele ano.
A estreia do Tiggo 7 Pro no final de 2021 mudou tudo. No ano seguinte o modelo quase 9 mil emplacamentos, mas voltou a escorregar em 2023, com 6,3 unidades vendidas.
Bastou a versão Tiggo 7 Sport, mais barata, dar as caras para o SUV da CAOA Chery deslanchar. Neste ano, ele é o carro mais vendido da marca e chegou a superar o Compass em emplacamentos em agosto.
Um sinal que sim, existe esperança para qualquer modelo que estreia com o pé esquerdo.