Volkswagen Taos: por que o SUV não vende como Corolla Cross e Compass?

Frequentemente noticiamos aqui no AUTOO a briga unidade a unidade entre Jeep Compass e Toyota Corolla Cross nas vendas ao longo de 2024. Poucos emplacamentos separam um e outro, que estão bem à frente dos rivais chineses Caoa Chery Tiggo 7, BYD Song Plus e GWM Haval H6. Só depois que vem o Volkswagen Taos.

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Mas sendo da mesma marca do T-Cross, o SUV mais vendido do Brasil, o que falta para o médio da Volks conquistar o público brasileiro e brigar entre os líderes? Fomos andar no SUV por uma semana para tentar entender por que isso acontece.

Visual pede atualização

Olhando para o Taos, já é possível ter algumas pistas. O seu desenho —a Volkswagen que me perdoe— é sem graça. As linhas retas, as lanternas horizontais, a grade enorme e as laterais sem grandes novidades são datadas diante dos ousados SUVs chineses que estão à frente do modelo. A grade com filete iluminado tenta chamar a atenção, mas não é suficiente.

Por dentro, o acabamento é muito bom, mas novamente o visual sem novidades tenta ficar somente no campo mais conservador. Novamente os chineses saem à frente. Mas só isso não pode justificar as vendas baixas, pois os líderes Jeep e Toyota não são exemplos de desenhos ousados e interiores arrojados. São tão conservadores quanto o Volkswagen.

Desempenho que agrada, mas falta "força"

Ao dar uma volta com o Taos é que não dá para entender mesmo quem não prefere levá-lo para casa. O motor 1.4 TSI 250 de 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque entrega um desempenho bem agradável. Segundo a fabricante, o Taos chega aos 100 km/h em 9,3 segundos.

A transmissão automática de seis marchas trabalha bem, mas já pede por atualizações, que virá. Falta ao Taos a eletrificação, afinal, entre os carros que vendem mais, todos têm uma opção híbrida ou só é vendido com a companhia do motor elétrico. Será que é isso que atrapalha as vendas do Volkswagen?

O espaço interno é que não é. O Taos tem 4,46 metros de comprimento, 1,84 m de largura e 1,63 m de altura. A distância entre-eixos de 2,68 m garante que cinco pessoas viajem com conforto, embora o túnel alto possa deixar o ocupante da posição central do banco traseiro um pouco incomodado. Ele é assim porque nos Estados Unidos é oferecido com tração integral.

Preço do Taos é alto e a concorrência é agressiva

O preço inicial de R$ 196.990 pode ser um empecilho. Ele é mais caro que seus rivais a combustão e a versão Highline que você pode ver nas fotos e no vídeo sai por R$ 220.990. Aí já dá para pensar em um híbrido e economizar combustível. Veja os preços iniciais dos rivais:

• Caoa Chery Tiggo 7: R$ 146.990 (combustão)
• Toyota Corolla Cross: R$ 183.490 (combustão)
• Jeep Compass: R$ 182.990 (combustão)
• HWM Haval H6: R$ 216.000 (híbrido pleno)
• BYD Song Plus: R$ 239.800 (híbrido plug-in)

Principais equipamentos do Volkswagen Taos

E o Taos é bem equipado. A versão Comfortline já vem com seis airbags, ar-condicionado digital de duas zonas, ACC, chave presencial, rodas de 18 polegadas e central multimídia VW Play com tela de 10 polegadas. A Highline acrescenta bancos dianteiros aquecidos, teto solar panorâmico, bancos de couro e rodas de 19 polegadas, entre outros.

Por fim, o Taos é fabricado na Argentina e vem importado em poucas quantidades, embora esteja em seu melhor patamar histórico. Por aqui, no entanto, a Volkswagen vende muito mais T-Cross e Nivus e já está salivando pela chegada do Tera.

O Taos, já reestilizado nos EUA, pode ter novo visual por aqui também em breve, mas difícil dizer se vai pegar nas vendas. A não ser que a marca decida eletrificar o SUV para encarar os rivais das marcas chinesas.