Vendas de veículos novos em 2022 começam em baixa histórica

As vendas de veículos novos em janeiro atingiram o menor nível dos últimos anos, com exceção de abril e maio de 2020, quando a pandemia do Covid-19 fechou concessionárias por todo o país.

Foram emplacados pouco mais de 116 mil unidades, entre veículos de passeio e utilitários leves, uma queda de mais de 28% em relação a janeiro de 2021 e um abismo quase de 40% se comparado à dezembro.

O cenário é uma espécie de tempestade perfeita que uniu os problemas de falta de componentes eletrônicos que afeta a indústria com os efeitos da pandemia e sobretudo a economia cambaleante, com o dólar nas alturas e taxas de desemprego ainda elevadas.

Ou seja, faltam carros nas concessionárias além de janeiro ser um mês de transição após um final de ano em que muitas fabricantes aceleram emplacamentos. “Além desses fatores, a alta nas taxas de juros restringiu a aprovação de crédito para financiamentos e, também, tivemos queda na renda do consumidor, pelo aumento da inflação, em que pese tenhamos tido melhora dos níveis de emprego no país”, justificou José Maurício Andreta Jr., Presidente da Fenabrave, associação dos distribuidores de veículos.

Por conta disso, o ranking de vendas está longe de refletir a real demanda do setor já que muitos produtos simplesmente têm uma lista de espera imensa.

Menos afetada pelos problemas de produção, a Fiat abriu 2022 na liderança, com mais de 23 mil unidades emplacadas, seguida à distância pela Volkswagen (13,3 mil unidades) e Chevrolet (13,1 mil).

A novidade do mês foi a presença da Peugeot na 9ª colocação, à frente da Nissan e da CAOA Chery, que em 2021 tiveram um resultado melhor do que ela. A grande quantidade de emplacamentos, no entanto, ocorreu no estado de Minas Gerais, conhecido por abrigar frotistas.

Nada menos que 2.871 dos 4.083 veículos registrados pela marca francesa foram vendidos em Minas, ou mais de 70% do volume apenas nesse estado.

Veja o ranking completo de 2022