Venda de importados despenca 41,2% em outubro
Importadores sofreram uma queda brusca com os impasses sobre o aumento do IPI, prorrogado para dezembro
Como era de se esperar, as vendas de carros importados fora do eixo Mercosul-México, teve forte queda em outubro. Segundo a Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), durante o mês foram emplacadas 13.264 unidades das 27 marcas associadas à entidade, uma retração de 41,2% em relação a setembro, qua foram vendidas 22.569 unidades de veículos importados.
“O consumidor brasileiro se retraiu. No primeiro momento após o anúncio do decreto houve uma corrida às concessionárias de importadoras, mas logo no início de outubro o setor sentiu duro golpe. Embora estejamos satisfeitos com a decisão do supremo tribunal federal, ao suspender a aplicabilidade imediata do decreto, mas as nossas associadas foram prejudicadas, pois não tiveram como se programar para fazer pedidos às suas matrizes” disse José Luiz Gandini, presidente da Abeiva e da Kia Motors do Brasil.
Paulo Sérgio Kakinoff, presidente da Audi e membro do conselho da Abeiva, complementou dizendo que as importadoras foram prejudicadas porque não tiveram tempo hábil para estocar modelos. O prazo para fazer pedidos às matrizes, montar os carros nas fábricas, embarcar e desembarcar os veículos do navio e entregá-los nas concessionárias brasileiras é grande, levando, por exemplo, 70 dias na Porsche e Audi e 90 dias na Kia.
Das 27 marcas filiadas à Abeiva, somente a Changan (ex-Chana) e a Aston Martin tiveram alta em suas vendas, crescendo 12% e 50% respectivamente. Entre as montadoras que tiveram redução acima de 50%, estão Chrysler (-62,5%), Jeep (-59%), BMW (-52,3%) e Mini (-51,8%). Já entre os modelos importados mais vendidos, o Kia Soul liderou com 1.203 emplacamentos em outubro, mas teve um recuo de 58,3% em relação ao mês anterior. Em seguida vem Chery QQ com 1.179 (recuando 61,3%) e o JAC J3 hatch com 1.072 unidades (queda de 84,7%).