Veja 10 carros lançados no Brasil em 1994 que já podem ter a placa preta de coleção
Fabricados ou importados no mercado brasileiro há 30 anos, alguns se tornaram altamente colecionáveis
Quem tem mais de 30 anos, certamente tem saudades da época de ouro da indústria automobilística não só mundial, mas especificamente no Brasil.
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Eram tempos em que carros esportivos eram tratados como esportivos de verdade e as carrocerias dos modelos mais vendidos não se resumiam aos escassos hatches “anabolizados” - os ditos falsos “SUVs” - ou a era dos motores downsizing.
Seja como for, alguns desses remanescentes e exemplares “raízes” já podem receber a tão cobiçada placa preta. Confira alguns deles que fizeram sucesso no mercado brasileiro.
1- Fiat Uno Turbo
Enquanto hoje só se fala em downsizing, termo que designa em adotar motores de menores cilindradas, mas geralmente turbo, a Fiat inaugurou essa prática em 1994 com o Uno Turbo i.e., o primeiro carro nacional a ter motor turbinado. Com visual bem esportivo para a época, ele não era só um esportivado, tinha raízes! Para isso, a Fiat adotou um propulsor importado da Itália, no caso o 4 cilindros 1.4 (1.372 cm³) com injeção eletrônica e sobrealimentado, naturalmente, por um turbocompressor que trabalhava com 0,8 bar de pressão.
Com essa “receita”, a Fiat conseguiu extrair do Uninho até 118 cv de potência e torque de 17,5 kgfm. Dessa maneira, os 100 km/h eram facilmente alcançados em 9,2 segundos, enquanto que a velocidade máxima declarada é de 195 km/h, nada mal para um hatch que pesa só 975 kg. Apesar do relativo sucesso, em 1996 ele saiu de linha. Hoje é disputado por colecionadores.
2- Citroën ZX Volcane 16V
Quando a importação estava apenas engatinhando por aqui em 1991, ver um ZX na rua era algo surreal. Com design Bertone, ele foi considerado o primeiro hatch médio da Citroën vendido no Brasil, sendo que a mais popular da gama foi a Coupé que nada mais era que um hatch de duas portas. Uma das tecnologias do modelo mais marcante foi a suspensão traseira com sistema de eixo autodirecional, que faz que as rodas traseiras acompanhem as dianteiras em curvas mais acentuadas, aumentando a aderência ao piso.
Em 1994 estreou no Brasil o ZX Volcane 16V com motor 2.0 de 16 válvulas, que passava a entregar 155 cv de potência e torque de 19,0 kgfm. Assim como os demais modelos da linha ZX, em 1997 a Citroën interrompeu a importação por conta da chegada do substituto Xsara no ano seguinte.
3- Daewoo Espero
Com a carroceria desenhada pelo Estúdio Bertone, o Espero é baseado na plataforma do Daewoo LeMans, nome dado ao Opel/Chevrolet Kadett E fabricado na Coreia do Sul. O sedã médio foi o primeiro carro 100% projetado pela sul-coreana Daewoo, que até então só fabricava localmente modelos desenvolvidos pela Opel. Apesar disso, o motor era um velho conhecido nosso. O 2.0 do Monza que, por sua vez, passava a equipar o Vectra. No Espero ele rendia 115 cv de potência disponibilizados a 5.200 RPM e torque de 18 kgfm logo nas primeiras 2.000 rpm.
Coube a ele ser também o primeiro veículo a marcar a estreia da Daewoo no Brasil, abrindo caminho para outros sedãs como o Prince, Super Salon, Lanos, Leganza e o Nubira que aposentou o Espero, em 1997.
4- Ford Taurus
Feito pela Ford desde 1986, o sedã de linhas futuristas para a época ganharia no ano seguinte a fama através do filme Robocop. Desde então, a popularidade e o sucesso de vendas do sedã fizeram por um bom tempo o carro oficial da polícia norte-americana. Por aqui ele se tornou conhecido a partir de 1994 quando as primeiras unidades desembarcaram.
Uma das características mais marcantes do Taurus, além é claro do poderoso motor 3.0 V6 de 141 cv eram as cinco teclas junto à maçaneta do motorista, que dispensava a chave para abrir e fechar as portas, algo inusitado entre os modelos em geral vendidos na época.
Concorrendo diretamente com o nacional Chevrolet Omega e os importados Honda Accord e Toyota Camry, o Taurus foi um dos veículos importados mais vendidos dos anos 90 no Brasil.
5- Honda Accord
O Accord foi o primeiro automóvel de origem japonesa produzido nos Estados Unidos e o primeiro modelo estrangeiro a obter o título de carro mais vendido do ano dos EUA entre 1989 e 1990.
Atualmente ele é um dos poucos sedãs de grande porte que resiste no Brasil, considerando o mercado tomado pelos SUVs. Vendido hoje só na versão híbrida, sua estreia no País começou em 1991, nas versões LX e EX, além de motores de quatro e seis cilindros em V, a maioria associado à transmissão automática de quatro velocidades.
Já em 1994, era lançada a segunda geração no Brasil e quinta geração no mundo com direito a inusitada e elegante configuração Coupé, além da perua, que hoje são raríssimas de se ver e, portanto, disputadas por colecionadores.
6- Renault Twingo
O monovolume da Renault, lançado pela Renault em 1993 tinha um minúsculo porta-malas de 168 litros, mas graças aos encostos bipartidos e rebatíveis crescia para 261 litros. Com o banco traseiro completamente rebatido, a capacidade do porta-malas chegava a 1.096 litros.
Podia-se ainda deitar os bancos por completo, formando uma cama. No Brasil, o subcompacto foi vendido entre 1994 e 2003 e, assim como o resto do mundo, seu único motor disponível era o de quatro cilindros 1.2 de 55 cv ligado a um câmbio manual. Considerado um modelo popular, seus únicos “opcionais de luxo” eram o ar-condicionado e seu charmoso teto panorâmico.
7- Ford Ranger
A picape média da Ford foi importada dos EUA a partir da segunda geração em 1994 e apresentada no Salão do Automóvel daquele ano, mas seu lançamento ocorreu oficialmente no início de 1995. Com design bonito e jovial, a Ranger chegou nas versões XL com cabine simples, XLT com cabine simples e STX só cabine estendida, com dois pequenos bancos laterais retráteis no pequeno nicho na parte de trás.
Alguns meses depois, chegou a versão com esportiva Splash com opções de cabine simples e estendida. Apesar das variações de carroceria e acabamento, o motor era o mesmo, ou seja, o 4.0 V6 a gasolina de 162 cv com torque máximo de 30,4 kgfm a 3000 rpm.
8- Volkswagen Gol GII (bolinha)
Presente no Brasil desde 1980, até 1994, o hatch praticamente conservava a mesma carroceria, exceto pela nova frente e para-choques envolventes que estrearam na linha 1987. Porém, com a chegada do Chevrolet Corsa em 1994, a VW precisava se mexer e foi aí que lançou no mesmo ano a segunda geração do Gol, com linhas mais arredondadas, daí o apelido de “bolinha”.
Além do visual mais moderno, o Gol ganhou injeção eletrônica em todas as versões, como CLI 1.6 e 1.8, GLI 1.8, 1000I Plus. Não podemos esquecer da GTI “bolinha” que a exemplo da primeira geração, está valorizando a cada dia, sobretudo se tiver a já disponível e cobiçada placa preta.
9- Chevrolet Corsa GSi
Assim como o GTI da Volkswagen, outro esportivo de respeito foi o emblemático Corsa GSi com direito até o charmoso teto solar que dava uma aparência ainda mais esportiva ao compacto.
Vinha com o moderno motor Ecotec 1.6 de duplo comando e 16 válvulas, importado da Hungria. Junto a uma transmissão manual de cinco marchas, o hatch consegue extrair até 108 cv de potência, algo respeitável para os padrões da época. A esportividade visual era garantida pelos para-choques exclusivos, saias laterais e spoiler traseiro. Já na parte interna, não podia faltar os emblemáticos bancos esportivos Recaro, além de volante de três raios e painel de instrumentos com fundo branco.
10- Toyota Corolla
O Corolla foi lançado em 1993, inicialmente nas versões LE 1.8 16V de 115 cv de potência, mas no ano seguinte surgia a mais simples DX com motor 1.6 16V e 106 cv. Esteticamente, a diferença ficava por conta da seção entre as lanternas traseiras na cor cinza, calotas e a ausência de ABS e controlador de velocidade de cruzeiro Cruise Control, chamado erroneamente de piloto automático.
Outra novidade para 1994 era a interessante carroceria Wagon que vinha só com a opção do motor mais potente da linha. O Corolla Wagon deu origem a uma das peruas de maior sucesso da Toyota do Brasil, a Fielder, que chegou a ser fabricada por aqui entre 2005 e 2008.
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