Vaga em prédio e incentivos: o futuro dos elétricos em SP

Lei na capital exigirá mais locais de recarga em empreendimentos. Governador pode sancionar redução de IPVA
Nissan Leaf 2020

Nissan Leaf 2020 | Imagem: Divulgação

Em 2020, foram registrados 19.745 carros elétricos novos no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). O crescimento em relação ao ano anterior foi de 66,5%. Apesar de pequenos em participação no total da frota nacional, os carros elétricos vêm ganhando importância em nosso mercado.

São Paulo, dono da maior frota de veículos do país, também está se movimentando para se adaptar ao crescimento dos elétricos e eletrificados na região. Sancionado pelo prefeito da capital, Bruno Covas, o Projeto de Lei 387/2018 determina que todos os novos empreendimentos imobiliários da cidade serão obrigados a prever soluções de recarga para veículos elétricos. Entre as medidas estão vagas exclusivas ligadas a terminais de recarga para esse tipo de carro. A obrigatoriedade é válida para todos os edifícios comerciais ou residenciais em São Paulo (SP) com projetos protocolados a partir de 30 de março. 

Além disso, em nível estadual, a Assembléia Legislativa de São Paulo já aprovou o Projeto de Lei 1956/2019, que propõe uma política de incentivos para veículos elétricos e híbridos no estado. O projeto agora depende apenas da sanção oficial do governador João Dória para que entre em vigor em todos os municípios de São Paulo.

Dacia Spring elétrico
Dacia Spring elétrico
Imagem: Divulgação

O texto prevê a abertura de uma linha de crédito prioritária para incentivo à produção de veículos movidos à propulsão eletrificada. Carros elétricos ainda teriam isenção total de IPVA no estado, enquanto os híbridos pagariam 50% do imposto pelos próximos cinco anos. Outra medida sugerida pelo projeto é a substituição gradual da frota do governo estadual por veículos elétricos. Até 2025, 10% dos veículos da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Detran deveriam ter esse tipo de propulsão. No transporte coletivo, a porcentagem proposta até 2025 é de 5%.

Para 2035, o projeto propõe uma meta mais forte, com cerca de 90% dos veículos ligados ao poder estadual dotados motorização eletrificada. Segundo o texto, fica a cargo do Poder Executivo definir o cronograma de todas essas substituições. Como é preciso infraestrutura para dar suporte aos elétricos, o projeto prevê parceria com universidades, empresas privadas e institutos de pesquisa.

Thiago Moreno

Thiago é jornalista do setor automobilístico desde 2008 e possui pós-graduação em Gestão Automotiva