Um Del Rey 1985 que na "Scala" de 0 a 10 tem nota máxima; veja preço
Derivada da Belina, perua luxuosa à venda tem apenas 18 mil km rodados e está toda original
A Ford Belina foi lançada em 1970 e só terminou a sua jornada em 1991 rendendo algumas interessantes versões como a Luxo Especial com apliques nas laterais que imitavam madeira jacarandá, a 4x4 e a luxuosa Del Rey Scala, como esta que você vê nas fotos.
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Trata-se de uma Del Rey Scala GLX 1985 com inacreditáveis 18 mil km que pode ser sua por R$ 95 mil. Os mais racionais poderão contestar o valor pedido pela GG World Premium Classic, já para alguns colecionadores é o “preço que se paga”, só para ter o prestígio e o prazer de ver um exemplar praticamente 0 km.
Tudo nessa Belina de luxo está irretocável, incluindo a raríssima instrução de papel que “ensinava” como dar a partida no motor. O painel, como de praxe, é bem completo e traz a clássica iluminação azul que foi referência nos anos 1980 e 1990 nos veículos da Ford. O rádio Philco Ford - sem a opção de fita cassete - ainda funciona impecavelmente e ainda “testemunha” os sucessos que já passaram nas principais rádios brasileiras.
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Por ser uma GLX, não há vidros elétricos, ar-condicionado e tampouco direção hidráulica, itens presentes da Del Rey Scala Ghia. Por outro lado, sobram elogios para o esmerado acabamento aveludado e acarpetado cinza que combinou perfeitamente ao prata da carroceria.
Apesar de contar com apenas duas portas, o acesso da Del Rey Scala é relativamente fácil, graças às enormes portas. O conforto de rodagem nos faz ter certeza de que estamos em um clássico da Ford. A filtragem com que ela transpassa as lombadas e valetas é inigualável.
O motor dessa GLX da GG World é o consagrado CHT 1.6 a álcool que está em plena forma no auge dos seus 40 anos. O câmbio de cinco marchas tem engates macios e precisos.
O exemplar é todo original de pintura e de acabamento interno e conta com pneus de fábrica e é o “único à venda da famosa Scala Del Rey nesse maravilhoso estado de conservação… Cheirando novo ainda e altamente colecionável”, resume o anúncio da loja.
Como era o mercado da Del Rey Scala no Brasil?
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Imagem: Agência HKCD
O mercado de peruas - ou Station Wagons - de luxo ainda ansiava por novos produtos, quando a Ford resolveu lançar a Dey Rey Scala - somente na versão Ouro - em 1983, uma opção de luxo desenvolvida sobre a carroceria da Belina. O estilo era o mesmo do sedã, mas ao contrário deste, na Scala a opção era restrita à configuração de duas portas.
Fora isso, a semelhança era notória a julgar pelo requinte do acabamento primoroso da grade com filetes verticais cromados, combinando com os para-choques, frisos, molduras de faróis e lanternas, rack de teto, além das rodas de liga leve diamantadas. Era o ápice do glamour para a época.
Outro detalhe bastante marcante foram os repetidores de seta posicionados na ponta de cada para-lama. Já por dentro o capricho do acabamento aveludado em sintonia com o carpete grosso e felpudo fizeram da Ford uma referência nos anos 1980 em diante - tudo para suprir a aposentadoria do Landau.
Já o painel de instrumentos era completo - tinha até manômetro de pressão do óleo - e ostentava iluminação azul de muito bom gosto. O destaque vai para o console no teto com relógio digital e cronômetro que vinha de série na linha Del Rey e se tornou uma “marca registrada”. Entre os principais itens de série, a Station Wagon trazia travas e vidros elétricos, mas o ar-condicionado era opcional.
Se a Scala conseguiu se destacar dos demais derivados da Ford no conjunto visual e em equipamentos, na parte mecânica o motor era o manjado Sierra de 1,6 litro projetado pela Renault que dava 69 cavalos de potência e 12,4 kgfm na versão a álcool (etanol), em conjunto com a transmissão mecânica de cinco marchas. Como opcional, havia a automática com três.
1985 chegava a nova geração da Del Rey Scala
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Imagem: Agência HKCD
A estratégia de oferecer um carro extremamente luxuoso e sofisticado deu tão certo em plena época difícil por conta da alta dos preços dos combustíveis que o modelo Scala ainda perdurou na linha 1985 - ano da Del Rey Scala à venda pela GG World - reestilizada para o Corcel, Belina e Del Rey. A essa altura, toda a linha também já contava com o famoso CHT da própria Ford (introduzido a partir de 1984), mantendo a mesma cilindrada (1.555 cm³), porém com 4,3 cv a mais (73,3 cv) e 0,5 kgfm acima do antigo propulsor francês (12,9 kgfm).
Por fora, o desenho quadradrão foi suavizado com no conjunto frontal em sintonia com os veículos da Ford europeia, como o Cortina e o Sierra. No Del Rey Scala GLX e Ghia, a grade com três filetes horizontais passava ser pintada na cor da carro, e mais abaixo, os faróis de neblina eram abrigados por uma cobertura plástica, também pintados na mesma tonalidade da carroceria.
As rodas de alumínio de aro 13 (com pneus 185/70 R) da antiga geração eram substituídas pelas de aço estampadas com calota para as versões GLX (mantendo a mesma medida) e Ghia (aro 14 e pneus 195/60) do Del Rey Scala.
Na parte interna, tanto para a GLX quanto para a Ghia, a Scala ganhava acabamento ainda mais requintado, com novas forrações e combinações monocromáticas de acordo com a cor externa. Em 1986, a principal novidade foi a estreia da direção hidráulica como opcional e a atualização do propulsor CHT, passando a ser conhecido como E-Max. Presente também nos modelos Escort, a ideia era de entrega de maior desempenho com menor consumo de combustível.
A despedida da Del Rey Scala no mercado brasileiro
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Imagem: Agência HKCD
A partir dos modelos 1987, a Belina passou a ser definitivamente derivada do Del Rey - e não mais do Corcel, extinto em 1986) e com essa nova reoganização - administrada agora pela join venture Autolatina, associação entre a Ford e a Volkswagen - a Del Rey Scala saiu de linha em 1991, com motor Volkswagen AP 1.8.