Toyota: 360 mil veículos não serão produzidos ao redor do mundo por falta de chips
Além da fabricante japonesa, VW também é afetada e suspende vendas do ID.3 de entrada por escassez de semicondutores
A escassez de peças continua atrapalhando o planejamento da indústria automotiva - e não só no Brasil. Duas gigantes do setor também enfrentam problemas fora do país.
A Toyota anunciou nesta semana que reduzirá sua produção global de veículos em aproximadamente 40% no mês de setembro por conta da falta de chips.
De acordo com informações da agência de notícias Automotive News Europe, além da escassez de semicondutores o surto da variante Delta no sudeste asiático é outro ponto que acendeu o sinal de alerta na empresa.
A suspensão atinge fábricas da Toyota em diversas partes do mundo, como Japão, Estados Unidos, Europa, China e Ásia.
A estimativa é que 14 fábricas sejam impactadas no Japão, além de 27 dos 28 complexos fabris da marca na Europa.
A projeção é de que a montadora deixará de produzir 360 mil veículos somente em setembro. Deste total, 80 mil unidades deixarão de ser feitas na América do Norte, mesmo montante previsto na China. Na Europa, o volume estimado é de pelo menos 40 mil carros.
A Toyota projeta que 140 mil veículos deixarão de ser produzidos apenas no mercado japonês. As paralisações - que atingem as fábricas do Brasil desde a semana passada - só devem terminar no começo de outubro.
A meta inicial era de produzir pelo menos 900 mil veículos em todo o mundo em setembro, Com a redução da produção mundial em 40%, a meta global passará para 540 mil veículos.
ID.3 básico tem vendas suspensas
A Volkswagen não foi tão duramente afetada pela falta de semicondutores. Mas isso não significa que a empresa está livre do problema.
Na Europa, a VW suspendeu temporariamente as vendas da versão de entrada do ID.3 em vários países.
Oferecido por 32 mil euros na Alemanha, o ID.3 Pure traz um motor elétrico de 150 cv e uma bateria de 45 kWh, suficiente para uma autonomia de 330 quilômetros no ciclo WLTP.
Procurada pela agência de notícias Reuters, a fabricante não descartou novas alterações no ritmo de produção pela escassez de peças.
“Atualmente esperamos que o fornecimento de chips no terceiro trimestre seja muito volátil e apertado. Não podemos descartar novas mudanças na produção”, declarou a empresa.
Paralisações também atrapalham VW no Brasil
No Brasil, a Volkswagen precisou interromper a produção em algumas ocasiões neste ano por conta da falta de semicondutores. Apenas em Taubaté (SP), onde são fabricados os modelos Gol e Voyage, a fábrica será paralisada pela terceira vez a partir do próximo dia 30 de agosto.
Neste caso, a explicação é a falta de microchips, cujo problema se agravou pela piora na pandemia na Malásia, um dos maiores fornecedores de chips para a marca. O país asiático fechou suas fronteiras na tentativa de conter o avanço do Covid-19, o que prejudicou as exportações.
Em paralelo, na última sexta-feira (20) a Renault do Brasil informou que "em função dos impactos provocados pela Covid-19 na fabricação de componentes eletrônicos, a produção na fábrica de veículos de passeio, no Complexo Ayrton Senna, permanecerá suspensa até o dia 3 de setembro". De acordo com a fabricante, não será possível o retorno da produção no dia 30 de agosto, conforme previsto anteriormente, com o término do período de aplicação da MP 1.045/21.