Toyota investe R$ 1 bilhão no país e abre caminho para o novo Corolla
Montante será destinado para a modernização da unidade de Indaiatuba (SP)
De uma forma discreta, a Toyota já está preparando o caminho para a aguardada nova geração do Corolla em nosso país.
A montadora japonesa anunciou nesta semana que vai destinar R$ 1 bilhão para sua unidade de Indaiatuba (SP), que é a responsável pela produção do Corolla desde setembro de 1998.
Em seu comunicado para a imprensa, a Toyota explica que o maciço investimento na fábrica paulista será usado no “aprimoramento, atualização e modernização de todos os processos na linha de montagem de Indaiatuba em um prazo de até 18 meses”. Ainda de acordo com a fabricante, o valor também será empregado no “aperfeiçoamento de mão de obra por meio de atualizações técnicas, melhoria de ergonomia e treinamentos de toda sua força de trabalho”.
O alto investido é mais do que justificado já que a nova geração do Toyota Corolla é construída sobre a mais recente plataforma modular da marca, a TNGA (Toyota New Global Architecture), o que certamente vai exigir um bom aprimoramento da unidade fabril inaugurada há 20 anos.
Modelo que lidera com folga o segmento de sedãs médios no Brasil, o Corolla deverá estrear sua 12ª geração em 2020 por aqui. A Toyota explica que o investimento de R$ 1 bilhão será gasto ao longo de 18 meses contados a partir de agora, portanto a renovação do sedã deverá ser lançada no Brasil logo depois.
Apesar da reputação que lhe garante ótimos números de vendas, a concorrência já se mexeu e hoje o Corolla fica devendo em termos de conteúdo e tecnologia embarcada para modelos como os novos Honda Civic e Volkswagen Jetta, por exemplo. Em sua próxima geração, é bem possível que o Corolla ganhe por aqui uma versão híbrida flex, conjunto que já é testado no Prius atualmente.
Um histórico do Corolla nacional
As primeiras unidades do Corolla desembarcaram no Brasil em 1994, quatro anos após o início da abertura de importação no segmento de automóveis no País. Tais mudanças na legislação brasileira em relação ao comércio internacional de veículos assegurou a chegada das primeiras unidades do Corolla no território nacional, importadas do Japão.
Já nos três primeiros anos de vendas no mercado, a Toyota observou um crescente interesse dos consumidores pelo sedã, que já despontava como líder de seu segmento em vários países ao redor do mundo. O aumento constante da demanda apoiou o plano da fabricante para viabilizar sua produção local.
Desde então, o Corolla vem se destacando como um dos veículos de maior sucesso em vendas de seu segmento em todo o Brasil. Nos primeiros oito meses de 2018, por exemplo, o veículo mantém a liderança absoluta entre todos os sedãs médios nacionais, com 38.159 unidades comercializadas, o que representa 44% do total de emplacamentos nesta fatia de mercado.
Com a compra de um terreno de 1,5 milhão de metros quadrados e com o posterior investimento de US$ 150 milhões, a Toyota do Brasil iniciou, em 1996, a construção das instalações de sua segunda fábrica no País. Desta forma, em setembro de 1998, com a produção do primeiro Corolla brasileiro, inaugurou-se oficialmente a unidade de Indaiatuba (SP).
Dois anos mais tarde foram investidos outros US$ 300 milhões para a modernização e ampliação estrutural desta unidade.
Este novo aporte marcou o início da produção da 9ª geração do Corolla, a partir de junho de 2002. No mês de janeiro de 2003, como resultado do êxito absoluto do sedã médio, a Toyota do Brasil iniciou o segundo turno, que elevou o volume de produção em 120%. Em janeiro de 2004, a planta alcançou a produção acumulada de 100 mil unidades do Corolla.
A consolidação de mercado fez com que a Toyota do Brasil decidisse lançar um novo modelo derivado do sedã: a Fielder, veículo que redefiniu o segmento de peruas. Com a injeção de US$ 15 milhões, a fábrica de Indaiatuba começou a produzir o modelo em maio de 2004, que imediatamente assumiu a posição de liderança, conseguindo reavivar esse segmento no mercado automotivo nacional.
Em 2007, a Toyota passou a fabricar em Indaiatuba, com um investimento adicional de US$ 15 milhões, a linha Corolla Flex, composta pelo sedã Corolla e pela Fielder.
A tecnologia de motores que aceitam a utilização de álcool e gasolina puros ou misturados em qualquer proporção foi um trabalho conjunto das engenharias da Toyota do Brasil e do Japão, sendo esta a primeira vez que a Toyota Motor Corporation (TMC) desenvolveu a tecnologia bicombustível e, no caso, exclusivamente voltada ao mercado brasileiro. Em 2008, a Toyota lançou ao mercado a 10ª geração do Corolla.
Em março de 2014, foi a vez da 11ª geração do modelo começar a ser produzida e três anos depois, a planta celebrou a marca histórica de 1 milhão de unidades produzidas do Corolla em Indaiatuba.
A Toyota mantém uma pista de testes, localizada no entorno da fábrica, onde engenheiros do departamento de controle de qualidade realizam experimentos constantes para certificação da excelência do modelo produzido. O circuito possui mil metros de extensão e 4,2 metros de largura, possibilitando a verificação e possíveis aprimoramentos no produto.