Toyota Corolla: sedã híbrido mostra que não quer perder o seu reinado
Gastando menos que carro popular, sedã médio tem motivos para não temer a chegada do BYD King
O Toyota Corolla tem uma vida de rei no seu segmento. Entre os médios lidera com folga e é acompanhado de longe pelo Nissan Sentra, mas uma ameaça surgiu em seu território: o BYD King.
Agora em julho, enquanto o Corolla bateu seu recorde no ano com 3.500 emplacamentos, o híbrido plug-in chinês subiu de 78 unidades vendidas em junho para 593, colando no Sentra que vendeu 728, também um recorde em 2024.
Numericamente, os rivais estão longe do líder, mas o crescimento do King pode preocupar a Toyota. Ou não? Fui andar no Corolla Altis Hybrid, a versão top de linha do médio com motorização híbrida. Ele tem motor 1.8 flex aspirado de 101 cv e 14,5 kgfm que trabalha com o motor elétrico que entrega 72 cv e 16,6 kgfm, entregando potência combinada de 122 cv. O torque total não é revelado.
O sedã passou por algumas mudanças na linha 2024, mas o seu visual não é uma novidade. A geração atual do Corolla tem linhas conservadoras e a versão híbrida tem alguns detalhes azuis para se diferenciar. Todo Toyota eletrificado tem o emblema da marca com um sombreado azul e a cor se repete em um friso do farol.
O que mudou, então? Portas USB no banco de trás, central multimídia de 9”, carregador de celular por indução e painel digital. No visual, frisos cromados e grade em colmeia.
Entre os equipamentos de série, a versão topo de linha tem ar-condicionado digital automático de duas zonas, carregador de celulares por indução, sete airbags, banco do motorista com ajustes elétricos, câmera de ré, teto solar elétrico e chave presencial. Há também itens presentes desde as versões iniciais, como piloto automático adaptativo, alerta de ponto cego, frenagem autônoma de emergência e alerta de tráfego cruzado.
E como é o Corolla Hybrid?
O Corolla é um híbrido pleno, ou seja, não precisa carregar a bateria de 1,3 kWh. Ela, no entanto, não sustenta o motor elétrico por muito tempo. Os dois motores vão alternando, seja por causa da carga baixa, seja para entregar desempenho.
Quando se liga o carro, o silêncio impera, afinal, só o motor elétrico está pronto para o uso. É possível rodar devagar só no modo elétrico ou até acionar o modo EV para forçar o uso da propulsão a bateria, mas basta acelerar um pouco mais para o 1.8 flex acordar.
Resultado dessa alternância é um consumo baixo de combustível. Em nosso teste com etanol no tanque, o consumo ficou na faixa dos 12 km/l. Na medição do Inmetro, o prometido é fazer 17,9 km/l na cidade e 15,4 km/l na estrada com gasolina. Com etanol, 11,8 km/l em trecho urbano e 10,5 km/l no rodoviário. Ou seja, foi melhor do que o esperado.
O desempenho não é um espetáculo, mas pode ser melhor no modo PWR, que força o uso dos dois motores em conjunto. De qualquer forma, o foco é a economia e isso o Corolla Hybrid entrega.
Outra característica esperada para quem compra um Corolla é o conforto. Outro ponto alto. Apesar de baixo e usar pneus de perfil baixo, o Toyota filtra imperfeições no asfalto e roda suave. O bom isolamento acústico também ajuda, assim como o espaço interno garantido pela boa distância entre-eixos de 2,70 metros.
Devolvi o Corolla após bom tempo sem andar em um sedã Toyota com o pensamento: “não lembrava que o Corolla era tão bom”. E é mesmo. Se estiver disposto a pagar R$ 187.790, vale a pena continuar com o rei dos sedãs médios.
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