Teste: Toyota Hilux 2.8 turbodiesel 2021

Evoluções mecânicas trouxeram melhorias pontuais para a picape média líder da categoria
Toyota Hilux 2021

Toyota Hilux 2021 | Imagem: Divulgação

Modelo que lidera com folga a categoria de picapes médias no Brasil, a Toyota Hilux estreou no fim de 2020 um sutil facelift interno e externo, além de melhorias mecânicas pontuais, para corrigir alguns pontos onde deixava a desejar.

Por fora, na dianteira, os novos faróis, grade e para-choque caíram bem na picape, reforçando o aspecto robusto que já é esperado em um veículo do segmento.

Completam o pacote de mudanças esperado em um facelift as novas rodas de liga leve e uma revisão no jogo de luzes das lanternas.

Mas é por dentro que encontramos uma boa evolução na Hilux 2021. Agora todas as versões estão equipadas com central multimídia oferecendo suporte ao Apple CarPlay e Android Auto.

Além de integrada ao display digital no painel de instrumentos, a central multimídia presente nos modelos da Toyota evoluiu consideravelmente em termos de agilidade e facilidade de uso.

Com isso, a picape ganha pontos positivos na conectividade a partir da linha 2021, algo que vai se tornando cada vez mais importante em qualquer veículo.

Hilux evolui na suspensão e no motor diesel

Outro ponto que merece atenção no novo ano/modelo da picape são as evoluções para o motor 2.8 turbodiesel, bem como os aprimoramentos no conjunto de suspensão.

Começando pelo propulsão, a principal melhoria ficou por conta da troca do turbocompressor por outro componente com pás maiores.

Com isso, a potência em relação à Hilux 2020 subiu 15%, totalizando 204 cv, enquanto o torque melhorou outros 11%, passando para 50,9 kgfm somente nas versões automáticas da picape.

Apesar da Toyota não fornecer os dados oficiais de desempenho, ao volante a sensação é uma melhora, ainda que discreta, nas acelerações e retomadas da picape. 

No restante da parte técnica, o que mais nos chamou a atenção na Hilux 2021 foram as melhorias envolvendo em especial a suspensão da picape e sua ligação com o chassi.

Veja galeria da Toyota Hilux SRX 2021

A Hilux sempre esteve longe de ser uma referência quando o assunto é suavidade ao rodar, em especial com poucos passageiros ou carga na caçamba.

Para ajudar a amenizar esse comportamento da picape, a Toyota substituiu as buchas aplicadas na junção entre as molas (também novas) e o chassi, bem como revisou os suportes da cabine.

Os amortecedores também são novos (com maior diâmetro na versão SRX), o que resultou em uma calibração mais refinada do conjunto oferecido pela picape.

Assim como no caso do motor 2.8 diesel, os aprimoramentos estruturais presentes na Hilux podem não fazer uma diferença muito grande, mas colaboram para um ganho no equilíbrio dinâmico da picape. 

Picape e suas rivais

Encarar vias não pavimentadas ou com imperfeições também está melhor a bordo da Hilux 2021, porém as rivais diretas (Chevrolet S10, Ford Ranger, Nissan Frontier e VW Amarok) mostram-se melhores resolvidas no quesito conforto.

A inclusão de uma válvula solenóide para a direção hidráulica aliviou o “peso” do volante em manobras bem como ao rodar com picape por velocidades mais baixas, algo que também era necessário. Nas cada vez mais estreitas vagas de garagem, qualquer ajuda é sempre bem-vinda. Resta a Toyota, entretanto, tornar o diâmetro de giro da Hilux mais favorável. 

Com preços que variam entre R$ 188.390 (Chassi Cabine Simples 4x4 manual) até R$ 276.490 (SRX Cabine Dupla 4x4 automática) considerando as versões 2.8 turbodiesel, ao olharmos para o mercado encontramos alternativas mais competitivas do que a representante da Toyota.

Um bom exemplo é a Ford Ranger, que custa R$ 272.590 no catálogo topo de linha Limited e traz bem mais tecnologia e um leque de assistentes de condução ainda mais completo do que o oferecido na Hilux diesel topo de linha.

O mesmo pode ser dito da discreta, porém muito competente Nissan Frontier. Em sua versão LE automática 4x4 (R$ 260.390) ela custa menos do que Hilux SRX ou Ranger Limited uma vez que não conta com assistentes de condução avançados, porém traz sob o capô o eficiente motor 2.3 biturbo diesel associado ao câmbio automático com 7 marchas. Entre os refinamentos da Frontier, destaque para a suspensão traseira que mescla estrutura multibraço em conjunto com o eixo rígido, favorecendo o conforto e a durabilidade.

Vale a pena migrar para a Hilux 2021?

Em breve a Nissan Frontier produzida na Argentina receberá um facelift, provavelmente acompanhado de um reforço nos itens de tecnologia, o que vai torná-la uma opção ainda mais interessante.

Pouco ameaçada pela concorrentes, em especial por conta da reputação da marca no Brasil, a Toyota Hilux trouxe evoluções discretas, porém eficazes na linha 2021.

Se as melhorias não foram a solução completa para alguns pontos onde a picape precisa evoluir, ao menos ela melhorou a sensação de refinamento ao volante.

Para quem já é dono de uma Hilux 2020 e está em dúvida se vale a pena a troca pela linha 2021, a migração é pouco necessária. O que é interessante é aguardar a próxima geração tanto da Hilux como das rivais, que vão apresentar um salto considerável em diversos aspectos. 

 

Ficha técnica

Toyota Hilux 2021 SRX cabine dupla 2.8 16V diesel automático 4x4 4p
Categoria Picape média
Vendas acumuladas neste ano 32.395 unidades
Motor 4 cilindros, 2755 cm³
Potência 204 cv a 3400 rpm (diesel)
Torque 50,9 kgfm a 2800 rpm
Dimensões Comprimento 5,33 m, largura 1,855 m, altura 1,815 m, entreeixos 3,085 m
Peso em ordem de marcha 2090 kg
Tanque de combustível 80 litros
Caçamba 1000 litros
Veja ficha completa