Teste: Toyota Corolla XEi 2020

Avaliamos a nova geração do sedan em sua versão mais comercializada
Toyota Corolla 2020

Toyota Corolla 2020 | Imagem: Divulgação

O Toyota Corolla é o típico modelo que alcançou um status tão singular no Brasil que, em um eventual cenário onde a marca não se preocupasse mais em atualizá-lo, provavelmente ele seguiria nadando de braçada no segmento. Tudo isso é fruto da reputação que tanto ele quanto a Toyota conquistaram no país, empresa que sempre é muito bem avaliada por seus consumidores. A força do Corolla no mercado foi vista na estreia da linha 2020, quando, em apenas quinze dias de estreia nas concessionárias, a marca recebeu mais de seis mil pedidos do sedan.

É fato que a 12ª geração trouxe para o Corolla um aperfeiçoamento gritante para o sedan em relação ao antecessor. São novos a plataforma, motor, câmbio, suspensão... enfim, temos um modelo completamente revisto. Como se não bastasse tudo isso, a Toyota ainda fez do novo Corolla nacional o primeiro carro híbrido no mundo a aceitar tanto etanol quanto gasolina. Certamente isso vai colaborar para difundir a tecnologia dos carros híbridos no Brasil, em especial pela “segurança” que o nome Corolla transmite a quem ainda não é muito familiarizado com a tecnologia.

Por mais que o Corolla híbrido flex tenha um inegável apelo, a Toyota já deixou claro que três quartos do volume de vendas do sedan ainda deve ficar por conta das versões não eletrificadas, com destaque para o catálogo XEi, há muito tempo o preferido entre os brasileiros que vão adquirir um Corolla.

 

Começando nossa análise pelo ponto de vista comercial, é interessante mencionar como a Toyota estreitou a faixa de preços do novo Corolla 2020. Posicionada entre as configurações GLi (R$ 99.99) e Altis Premium (R$ 124.990), fica fácil entender porque o modelo é tão procurado na versão intermediária XEi (R$ 110.990). Nessa versão, o Corolla sai de fábrica com os itens considerados “obrigatórios” em um sedan médio. Estamos falando de revestimento interno de couro, central multimídia (com tela de 8” no caso), rodas de liga leve (aro 17”), chave presencial e ar-condicionado automático digital, apenas para citar os principais itens. Desde a opção GLi, o Corolla traz de série 7 airbags, controles de tração e estabilidade, acendimento automático dos faróis, entre outros recursos.

Por falar na central multimídia, ponto em que a Toyota sempre deixou a desejar em seus automóveis, finalmente a marca entendeu a importância dos itens de conectividade e está fazendo a lição de casa para melhorar seus aparelhos. O Corolla 2020, em todas as versões, conta com espelhamento de smartphones por meio do Apple CarPlay e Android Auto, algo que já é esperado em qualquer central multimídia moderna. O aparelho, contudo, ainda precisa melhorar a resolução da câmera de ré. As imagens têm baixa qualidade, longe do esperado para um aparelho original de fábrica e em um carro de mais de R$ 100 mil.

Outro ponto curioso quando analisamos a gama Toyota, incluindo outros sedans como Yaris e Etios, é a relutância da fabricante em colocar o sensor de estacionamento como um item de série em seus modelos. No caso de um sedan médio como o Corolla, isso beira o inaceitável.

Mas essas são as poucas críticas que podemos fazer para a nova geração do Corolla em seu catálogo intermediário, aqui avaliado. Fora isso, o modelo é só elogios, começando pelo motor.

Já nacionalizado e produzido em Porto Feliz (SP), o motor 2.0 Dynamic Force é uma ode à eficiência. Recursos como o sistema combinado de injeção direta e indireta (D-4S), comando de válvulas variável acionado por motor elétrico (VVT-iE), pistões de baixa fricção, entre outras melhorias, fazem com que ele entregue uma eficiência térmica da ordem de 40%, uma das melhores do mundo para propulsores a combustão.

Com até 177 cv quando abastecido com etanol e oferecendo 21,4 kgfm de torque, o 2.0 Dynamic Force é o motor mais potente que já figurou em um Corolla e ele ainda faz bonito quando comparado a alguns concorrentes. Mesmo sem sobrealimentação, ele consegue ser mais potente do que o 1.5 turbo presente no Honda Civic Touring (173 cv) e quase empata no torque máximo (22,4 kgfm).

Logo, não falta vitalidade nas acelerações e retomadas do Corolla XEi, que cumpre o 0 a 100 km/h em 9 segundos, cerca de 2 segundos mais rápido do que as versões híbridas e semelhante ao que o Civic Touring (8,6 segundos) entrega. É claro que o Corolla XEi não é tão econômico quanto as variantes eletrificadas, mas, com consumo de 11,6 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada utilizando gasolina, ele não deve em nada ao Civic Touring com seu propulsor sobrealimentado de menor deslocamento (11,8 e 14,4 km/l, respectivamente). Interessante ressaltar que a Honda não é nada comedida no preço do seu sedan médio topo de linha, hoje tabelado em R$ 134.900.

O câmbio presente no Corolla 2020 é uma caixa inédita (Direct Shift-CVT) dentro da gama Toyota e traz como destaque a engrenagem de partida para tornar as respostas do carro mais diretas, uma boa estratégia para convencer o público não muito afeito a esse tipo de transmissão a dar uma chance à maior eficiência que o câmbio CVT proporciona. Ela ainda simula 10 marchas, que podem ser controladas por meio de borboletas no volante na versão XEi.

Se o conjunto motor e câmbio prima pela modernidade e os refinamentos de projeto, o mesmo podemos dizer da nova plataforma GA-C. Inserida na nova filosofia de construção TNGA, ela prima por finalmente trazer ao Corolla a suspensão independente nas quatro rodas. Com aços mais nobres, ela ainda conferiu ao sedan um ganho em rigidez torcional da ordem de 60% sobre o antecessor. Por tudo isso, a evolução do Toyota Corolla ao rodar é notável.

Além de um carro extremamente equilibrado nas curvas, a suspensão realiza um trabalho singular para absorver e filtrar as imperfeições do piso, sem tornar o Corolla um carro anestesiado. O conforto também é irretocável.

Apesar da estrutura toda nova, o Corolla 2020 manteve o já suficiente entre-eixos de 2,70 m. O comprimento aumentou 10 mm e a largura outros 5 mm, enquanto a altura, em nome de ganhos aerodinâmicos, foi reduzida em 20 mm. De todo modo, o Corolla segue com uma cabine muito boa para 5 passageiros e o mesmo porta-malas de 470 litros da geração anterior.

Ainda falando sobre a parte interna, o Corolla 2020 traz uma cabine bem mais jovial quando comparada com a do antecessor, entregando formas, materiais e texturas bem atualizadas e condizentes com o caráter levemente mais esportivo da nova geração.

Em resumo, o Corolla XEi continua com todos os predicados que fizeram a fama do sedan por aqui, dessa vez benefiado por um conjunto muito mais moderno e eficiente. Se já vendia muito, com as profundas evoluções que recebeu em sua 12ª geração, o Toyota Corolla continua sendo a referência a ser alcançada dentro de sua categoria.

Claro que estamos falando de uma diferença elevada (de R$ 14.000 para a versão Altis híbrida do novo Corolla), mas, se você roda muito, talvez seja interessante arcar com esse valor em nome do consumo e nível de emissões menores. O Corolla híbrido pode não ter o mesmo desempenho vivaz das opções 2.0 flex, mas o baixo apetite por combustível, menor até do que o de muitos compactos 1.0, é algo a ser considerado. Ao unirmos isso ao excelente pacote do novo Corolla, a variante eletrificada surge como uma alternativa tentadora para quem, até hoje, só tinha olhos para a versão XEi.

 
 
Toyota Corolla 2020
 
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Ficha técnica

Toyota Corolla 2020 XEi 2.0 16V flex automático 4p
Preço R$ 110.990 (09/2019)
Categoria Sedã médio
Vendas acumuladas neste ano 41.083 unidades
Motor 4 cilindros, 1987 cm³
Potência 169 cv a 6600 rpm (gasolina)
Torque 21,4 kgfm a 4400 rpm
Dimensões Comprimento 4,63 m, largura 1,78 m, altura 1,455 m, entreeixos 2,7 m
Peso em ordem de marcha 1405 kg
Tanque de combustível 50 litros
Porta-malas 470 litros
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