Teste: Renault Logan 1.6 SCe
Novo motor 1.6 16V fez muito bem ao sedã; confira nossa avaliação
Poucos segmentos são tão competitivos como o dos hatches e sedãs de entrada. Aqui, centavos de diferença no preço ou variações pequenas no consumo podem ser decisivos para quem está pesquisando um carro desse porte. No mundo dos sedãs compactos, quem nada de braçada é o Chevrolet Prisma, com 17.757 unidades vendidas nos quatro primeiros meses do ano de acordo com nosso ranking de vendas. O Renault Logan, por sua vez, ocupa apenas a 8ª posição, com 6.600 unidades emplacadas no mesmo período.
Desde novembro de 2016, contudo, o Renault Logan apresentou uma de suas mais relevantes melhorias até aqui: estamos falando da introdução dos novos motores 1.0 e 1.6 16V da família SCe. Derivados dos propulsores utilizados nas gamas Nissan March e Versa, os motores finalmente trouxeram tanto ao Logan como ao Sandero o “coração” que faltava para que ambos se tornassem mais competitivos em suas respectivas categorias.
O teste do Renault Sandero você já conferiu aqui no AUTOO, agora foi a vez de colocarmos nossas mãos no Logan 1.6 SCe, que chegou para nós em sua versão intermediária Expression.
Como não poderia ser diferente, o mais interessante é começarmos nossa avaliação falando do motor. O 1.6 SCe traz uma série de melhorias e recursos para torna-se até 21% mais econômico do que o motor 1.6 anterior presente no Logan. E, convenhamos, tanto o Logan quanto o Sandero nunca foram exemplos em termos de propulsão. O jogo agora é outro com o eficiente 1.6 SCe, que traz recursos como um sistema de gerenciamento mais eficiente para o funcionamento do alternador, duplo comando de válvulas variável na admissão, pistões e anéis com baixo atrito, dentre outras melhorias. A cereja do bolo vai mesmo para o start-stop, recurso que desliga o motor quando o carro encontra-se parado. Se esse recurso o incomoda, é possível desligá-lo sem problema.
Nas versões com câmbio manual, como é o caso do Logan Expression avaliado, quando você para em um semáforo basta retirar o pé da embreagem para que o start-stop entre em ação, religando o carro ao menor contato do pé com o mesmo pedal. Só o start-stop é responsável por uma redução de 5% no consumo. Graças a tudo isso, o Logan 1.6 SCe alcança notáveis parciais de 13 km/l na cidade e 13,8 km/l na estrada, ambas com gasolina, segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular. Durante nosso período de avaliação do Logan, conseguimos registrar as mesmas médias e o carro nos surpreendeu! Com etanol, as médias ficam em 8,8 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada.
Partindo para as sensações subjetivas ao volante, o Logan 1.6 SCe ficou um carro bem mais agradável para ser conduzido. As respostas, nas acelerações ou nas retomadas, são rápidas e surpreendem sobretudo quem já dirigiu o Logan com seu extinto motor 1.6 8V aplicado na época do lançamento. Mesmo carregado, o Logan 1.6 SCe não se intimida e segue oferecendo ótimo desempenho. Uma prova desse bom fôlego do Logan 1.6 SCe vêm dos números de teste. De acordo com dados da Renault, o sedã acelera de 0 a 100 km/h em bons 9,9 segundos com etanol ou 10,3 segundos quando utiliza gasolina.
A direção com assistência eletro-hidráulica caiu bem ao Logan e é uma aliada para baixar o consumo do modelo. Calibrada para oferecer reações intermediárias, ela está longe de ser rápida como desejável em um carro esportivo, ficando coerente com a proposta do Logan, mais voltada ao conforto e ao uso familiar. A suspensão também segue neutra, executando um bom trabalho na absorção de irregularidades do piso.
Um dos grandes problemas do Renault Logan segue a ergonomia, algo que só poderá ser definitivamente reparado na próxima geração do sedã. Apesar de ter evoluído muito nesse aspecto, reposicionado alguns comandos como o dos retrovisores e dos vidros traseiros elétricos, a posição de dirgir a bordo do Logan não é das melhores. O acabamento do sedã também deixa a desejar, em especial pelos plásticos de aspecto simples aplicados na cabine. Ao menos você pode adquirir como opcional um pacote com a central multimídia e o sensor de estacionamento traseiro. Apesar de trazer o navegador integrado e conferir um pouco mais de modernidade à cabine, falta para a central multimídia recursos mais modernos como o suporte para o Android Auto e o Apple CarPlay, por exemplo. O câmbio, por sua vez, oferece engates precisos, mas a alavanca poderia ter um “peso” menor, o que ajudaria o sedã a oferecer uma condução um pouco mais relaxada.
O espaço interno do Logan, bem como o ótimo porta-malas, seguem como dois atributos muito valorizados no modelo. Sem dúvida nenhuma, essas duas características, aliadas ao custo-benefício em especial nas versões de entrada, foram algumas das responsáveis por projetar o sedã no mercado. Pode não parecer, mas o Logan completa uma carreira de 10 anos no Brasil em 2017.
O preço tabelado em R$ 54.300 torna o Renault Logan 1.6 SCe em sua versão intermediária uma opção bem competitiva dentro do segmento. Ele chega a ser quase R$ 1.500 mais barato do que o Chevrolet Prisma LT, que tem a desvantagem do motor com menor deslocamento, no caso o não muito atual, porém ainda eficiente 1.4 8V. O Logan Expression 1.6 SCe empata em termos de preço com o também intermediário Volkswagen Voyage Comfortline 1.6 manual, porém o sedã da VW fica devendo em espaço interno e seu propulsor, apesar de robusto, não se equipara ao Logan em termos de propulsão.
Logo, a grande força de atração do Logan reside no apelo racional. Ele é um modelo que não entrega prazer ao dirigir, mas ao menos ganhou mais brilho nesse aspecto graças ao motor 1.6 SCe. Vale a pena você optar pelo Logan 1.6 SCe se você compra um carro pensando muito mais no bolso do que em aspectos emocionais. Ele é muito econômico, espaçoso, tem custos de manutenção competitivos e o valor de aquisição é dos mais interessantes da categoria. Se isso é o que importa para você, vale a pena optar por este Renault!
Ficha técnica
Renault Logan 2017 Expression 1.6 16V flex manual 4p | |
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Preço | R$ NaN (10/2017) |
Categoria | Sedã compacto |
Vendas acumuladas neste ano | 13.785 unidades |
Motor | 4 cilindros, 1597 cm³ |
Potência | 115 cv a 5500 rpm (gasolina) |
Torque | 16 kgfm a 4000 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,349 m, largura 1,733 m, altura 1,529 m, entreeixos 2,635 m |
Peso em ordem de marcha | 1062 kg |
Tanque de combustível | 50 litros |
Porta-malas | 510 litros |