Teste rápido com o Hyundai ix35
Hyundai ix35 tem boas qualidades, mas sente o peso quando o assunto é idade diante de uma turma menor, mas mais atual
Antes de Honda HR-V e Jeep Renegade, outro SUV vivia dias felizes, atrás apenas do Ford EcoSport e Renault Duster. O Hyundai ix35 é maior que os compactos e com uma boa dose de sucesso neste segmento que tanto cresceu este ano.
Hoje, ele ocupa a 5ª posição em vendas entre todos os utilitários esportivos, atrás justamente dos compactos HR-V, Eco, Duster e Renegade. Vende até mais que o Tucson, seu irmão com projeto mais velho – bem mais velho – e mais barato.
Recentemente, passou por mudanças leves para manter atual e atraente, com a identidade visual da marca que está aplicada desde o novo HB20 até o Santa Fé. Está longe de ser a nova geração, lançada no exterior com o nome de Tucson, mas a sessão cosmética fez bem ao Hyundai que, depois da linha HB20, é o mais importante produto no Brasil, e custa a partir de R$ 99.990.
Launch (laranja) Edition
Não tem como não falar desta cor laranja “me ache no shopping nas compras de Natal”. Ela é parte da “Launching Edition”, limitada em 300 unidades e pode ser aplicada nas versões Intermediária (R$ 109.990) e esta aqui, a Top, de salgados R$ 122.990.
O ix35 tem um ponto forte na dirigibilidade. A calibração da suspensão deixa o SUV estável e confortável, mesmo com a altura do solo, peso e a proposta de um utilitário esportivo urbano. As rodas de 18”, com os largos pneus 225/55, tem sua parte neste ponto positivo, junto com a suspensão independente na traseira, algo que alguns dos SUVs compactos não possuem.
Ainda na parte positiva do ix, o conjunto de motor e câmbio conversam bem. O 2.0 flex possui comandos variáveis e 157/167 cv. Pode parecer pouco, mas a conversa com o câmbio automático de seis marchas, com opção de troca sequencial, faz bem para o Hyundai. A pena é que essa dupla gosta de um posto, com consumo na faixa dos 5 km/l com etanol em circuito urbano e pouco menos de 7 km/l em estrada.
A idade pesa
Além de um retrabalho na injeção eletrônica, que resultou em uma redução de potência para melhoria de consumo (o que já vimos que não ajudou muito) e emissões, o “Novo” ix35 teve melhoras no isolamento acústico da cabine. De fato, rodar com ele é silencioso, a não ser que coloque o motor em rotações mais altas. Mas o peso da idade do projeto do SUV já começa a mostrar as rugas.
Podemos perceber isso, por exemplo, no acabamento e espaço interno. Não são ruins, pelo contrário, mas é perceptível que ele está em nível inferior aos dos SUVs compactos mais modernos, como o HR-V e o Renegade. Sabe aquela sensação de estar em um carro que equivale ao preço dele? O Ix, ao menos pelo valor desta versão Top, não devolve isso, mesmo com mimos como o teto-solar duplo, saída de ar-condicionado para o banco traseiro ou o banco do motorista elétrico.
Os plásticos tem toque suave, mas aparenta ser mais simples, assim como o couro dos bancos. Fica mais grave com a ausência do computador de bordo e a iluminação azul, que cansa quem, por exemplo, pega uma estrada noturna.
Divertido, mas é um senhor
O ix35 tem tocada de sedã médio, como um Toyota Corolla ou Nissan Sentra, bom espaço interno e o charme dos SUVs. Mas, a idade pesa contra ele, principalmente no acabamento que poderia ser melhor nesta faixa de preço. O mesmo serve para os equipamentos, já que os controles de tração e estabilidade estão disponíveis apenas na versão mais cara, e o computador de bordo nem isso! Um assistente de descida está ali, mas você irá usa-lo quase nunca. A central multimídia é boa, com respostas rápidas, mas a sua posição, quando bate o sol, fica difícil de visualizar – mais um ponto negativo para o projeto antigo do ix.
Vale a pena?
A de R$ 99.990, se tivesse um pouco mais de equipamentos, como os controles de segurança e o ar-condicionado de duas zonas, que esta versão Top possui, seria perfeita! Mas esta aqui briga na faixa de preço com gente como o Audi Q3 1.4, um Premium de verdade. Aí sim, ele fica bem para trás. O que falta? A nova geração, que estreou no exterior. Ela valeria os R$ 120 mil.