Teste rápido com o Hyundai HB20 2016
Três anos após o lançamento, o hatch ganha novidades mecânicas importantes
Na época do lançamento do HB20, em setembro de 2012, a Hyundai sempre deixou claro: fez uma análise profunda do que modelos bem estabelecidos como o Volkswagen Gol e o Fiat Palio ofereciam (de bom e de ruim) para criar um produto com condições de fazer bonito em um dos segmentos mais disputados – e importantes – do Brasil.
E a marca sul-coreana foi dedicada na lição de casa. Caprichou no design, escolheu bons materiais para o interior e fez a concorrência se mexer ao disponibilizar cinco anos de garantia para o HB20. Além disso, preparou um pacote de peças e revisões dos mais competitivos do mercado. Não demorou muito para o público responder à altura e o hatch virou sucesso de público e crítica.
Apesar do bom conjunto, com aquele solidez ao rodar típica dos automóveis orientais, o HB20 não era imune a falhas. Ainda uma estreante no Brasil, sem toda a experiência que a própria Volkswagen e a Fiat acumularam desenvolvendo vários projetos no país, a suspensão traseira do HB20, por exemplo, parecia não se entender muito bem com algumas lombadas e valetas pelo caminho e faltava a ela uma atuação mais suave.
O câmbio automático com apenas 4 marchas também tirava muito do brilho de seu competente motor 1.6 16V. Quem acelerava o vigoroso HB20 1.6 manual e migrava para um pacato automático já sentia a diferença nos primeiros metros.
Mas, para nossa sorte, muita coisa mudou com a chegada da linha 2016.
Começando por fora, não que o HB20 precisava de muita coisa, mas a Hyundai precisava de elementos que mostrassem que este é um “novo” HB20. Com isso, a grade dianteira agora com formato trapezoidal deixa o HB20 mais alinhado com os demais modelos da marca, enquanto as lanternas na versão Premium (como a avaliada aqui) ganham iluminação por led. Aliás, os diodos emissores de luz também estão presentes nos farois das versões mais caras, formando uma bela composição visual.
Mas vamos chegar logo onde interessa. A partir de agora tanto o HB20 1.6 manual como automático contam com transmissões de 6 marchas, o que repara um dos principais pontos fracos do modelo. iG passou um semana com HB20 automático e comprovou a diferença. Na cidade, por exemplo, além das respostas mais ágeis em relação ao HB20 com a caixa de 4 marchas, o consumo também pode ser considerado bom, com uma média de 6,1 km/l utilizando etanol e com o ar-condicionado (automático e digital a partir de agora na configuração Premium) ligado a maior parte do tempo durante os deslocamentos por São Paulo.
Uma melhoria importante é que o motor 1.6 16V abandona o tanquinho para a partida a frio, passando a contar com o sistema e-start, que aquece ligeiramente o etanol antes dele chegar à câmara de combustão. E lembra aquele comportamento nada agradável da suspensão traseira? A Hyundai mostrou-se bem sensível a essa queixa e colocou batentes hidráulicos no conjunto a partir de agora, o que praticamente eliminou o problema.
Espaço restrito
Infelizmente, uma coisa que só poderá ser sanada na próxima geração do HB20 é a posição dos passageiros no banco traseiro. Para conseguir mais espaço para a cabeça, o assento foi instalado em uma posição mais baixa, deixando a cintura em um nível inferior em relação aos joelhos. Quem já andou na parte de trás de uma picape média cabine dupla da década de 1980 vai entender o que estou falando... Mas nada, contudo, que desabone o Hyundai HB20.
Continuando na parte interna, outro destaque vai para a central blueMedia, item vendido como opcional para o HB20 1.6 Premium. Ela traz o sistema Car Link, que funciona com smartphones da Samsung e da LG e permite espelhar a tela do celular direto na central de 7” localizada no meio do painel. Com isso, a integração entre os telefones e o carro torna-se bem mais prática. Se você tem o costume de utilizar o aplicativo de navegação Waze, por exemplo, ele vira o GPS oficial do seu HB20. Para quem possui iPhone, o sistema Apple CarPlay vai chegar à central multimídia só no próximo ano. Se você comprar o HB20 agora, é só levá-lo a uma concessionária que a atualização do software será feita assim que ele for lançado por aqui.
Outro recurso presente no HB20 Premium é a função de rebatimento elétrico dos retrovisores externos, algo bem prático quando você precisa colocar o carro em uma vaga pequena ou estaciona em uma rua estreita. De qualquer forma, se você deixar a tecla na função “auto”, os retrovisores são rebatidos a cada vez que o motorista pressiona o botão na chave e tranca o carro. Não é muito, mas por ser uma solução geralmente encontrada em veículos de porte superior, até que ela dá um toque de sofisticação ao HB20.
No campo da segurança, o HB20 Premium passa a trazer de série os importantes airbags laterais, uma proteção muito bem-vinda. Só os freios, contudo, poderiam ter uma atuação um pouco mais intensa. Durante nossa avaliação simulamos uma frenagem de emergência e ele poderia responder de forma mais efetiva.
Repetindo o mesmo sucesso de três anos atrás, hoje já sem o alvoroço que causou na chegada às lojas, os aprimoramentos da linha 2016 tornam o Hyundai HB20 um hatch compacto ainda mais competitivo e, sem dúvida, é a melhor opção para quem procura um modelo dessa categoria com câmbio automático. Pode levar para sua garagem sem medo!