Teste: Honda Fit EX 2019
Consagrado modelo da Honda fica mais interessante em sua versão intermediária; confira avaliação
Mesmo com a próxima geração batendo à porta do Honda Fit, o modelo que conquistou uma legião de consumidores fiéis aqui no Brasil ainda mostra que tem muito fôlego.
Apesar de, aqui no Brasil, o Fit atuar no mercado de uma forma isolada, quase sem concorrentes diretos, é interessante destacar que, no exterior, ele foi criado para ser uma alternativa à modelos como Volkswagen Polo, Ford Fiesta, entre outros hatches compactos. Logo, a Honda foi muito inteligente ao pensar em um modelo diferenciado como o Fit para se destacar entre rivais com ótima aceitação.
Ao reunir o melhor de dois mundos, no caso a versatilidade dos monovolumes com o tamanho prático para o uso urbano de um hatch, o Fit se sobressai pelo excelente aproveitamento do espaço interno, com uma cabine muito confortável para cinco adultos. Outro ponto em que os engenheiros da Honda merecem nota 10 é o ótimo sistema de rebatimento dos bancos traseiros, que é fácil e simples de usar e permite acomodar os mais diferentes tipos de objetos, de um vaso a uma prancha de surfe. A carroceria diferenciada do Fit também o permite oferecer um porta-malas de 363 litros, o que pode não representar uma diferença gritante, mas já significa a possibilidade de transportar alguns volumes a mais do que muitos hatches compactos. Como comparação, a nova geração do VW Polo, um modelo ainda recente, conta com porta-malas para 300 litros.
Por tudo o que foi dito acima fica fácil entender porque encontramos muitos consumidores que já estão em seu segundo ou terceiro Fit e não se convencem a mudar de carro.
O Autoo optou por avaliar o Fit em sua versão EX, que se tornou bem mais interessante com os aprimoramentos recebidos a partir da linha 2019. O grande destaque vai para a introdução da central multimídia com suporte aos principais sistemas de espelhamento para smartphones do momento, recurso que é muito valorizado pelos consumidores. O aparelho ainda conta com câmera de ré. Tabelado em R$ 78.300, o Fit EX 2019 ainda oferece 4 airbags (frontais e laterais), os controles de tração e estabilidade, iluminação diurna por LED, ar-condicionado automático digital, piloto automático e rodas de liga leve aro 16”, apenas para citar os itens principais.
Por esse preço seria muito bem-vindo se o Fit EX oferecesse sensor de estacionamento de série ou a opção de acrescentar o revestimento interno de couro. Apenas como comparação, um Volkswagen Polo Comfortline, com motor 1.0 turbo e câmbio automático, traz um pacote muito semelhante ao Fit EX 2019 – deve o revestimento interno de couro como o Honda, mas traz sensor de estacionamento traseiro – e custa bem menos, no caso tabelado em R$ 70.480.
Na cabine, o Fit entrega a boa ergonomia típica dos carros japoneses, com os comandos bem posicionados. A qualidade de montagem e a ausência de ruídos merecem destaque, sendo que o nível de acabamento como um todo é coerente com a faixa de preço na qual o Fit atua. A Honda soube escolher bem os materiais plásticos para a cabine e o tecido presente em bancos e laterais de porta, bem como o design do painel e do console central agrada.
A Honda cobra caro pela originalidade do Fit e seu projeto diferenciado, mas, justiça seja feita, entrega um modelo bem singular e que também é dotado de um alto nível construtivo e de segurança. Segundo avaliação do Latin NCAP, o Honda Fit testado em 2015 com 2 airbags registrou cinco estrelas na proteção para adultos e quatro estrelas no teste de impacto para crianças, um patamar bem aceitável.
O conjunto mecânico do Fit também segue agradando e cumprindo muito bem tudo aquilo que esperamos encontrar em um carro com a proposta do Honda. Todas as versões recebem o motor 1.5 16V, que na configuração EX trabalha exclusivamente com o câmbio automático CVT. Em termos de desempenho, o Fit EX 2019 está longe de surpreender, na mesma medida em que também está longe de ser apático nas acelerações e retomadas, com respostas aceitáveis ao volante. O consumo, atributo que se destaca muito mais em um carro com a concepção do Fit, é elogiável e pode alcançar médias de até 12,3 km/l na cidade e 14,1 km/l na estrada com gasolina, de acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular.
Tão racional quanto seu trem-de-força é o comportamento dinâmico do Fit. Neutro nas respostas e com a segurança adicional que os controles de tração e estabilidade conferem ao modelo, o Fit é um modelo equilibrado dinamicamente e com uma suspensão que privilegia o conforto. A direção elétrica também tem a velocidade de resposta esperada para um modelo sem qualquer ambição esportiva, mas, ao mesmo tempo, mantém uma boa comunicação com o motorista. Pensado para o uso urbano, o Fit conta com um bom diâmetro de giro (10,3 m), o que facilita as manobras mesmo nas vagas mais apertadas.
Para quem faz questão de um modelo mais equipado, é bom lembrar que o Fit também conta com a versão EXL, que custa exatos R$ 5.000 a mais que a EX avaliada aqui, porém acrescenta o airbag de cortina, faróis full-LED e revestimento interno de couro, cabendo a você ponderar se esses equipamentos são indispensáveis e justificam o valor adicional.
O Honda Fit é uma excelente opção para quem precisa de um carro mais espaçoso – atendendo até uma família sem problema – preservando uma carroceria compacta e adequada ao uso urbano. Se esse é o seu caso e você também não quer abrir mão de um nível satisfatório de segurança, conforto e eficiência no uso do combustível, poucos carros vão lhe atender tão bem quanto ele!