Testamos o Honda Accord 2016
Modelo traz o que há de melhor dos sedãs norte-americanos com um toque de esportividade
Poucos modelos dizem tanto sobre a marca como o Accord diz sobre a Honda. Do fechamento suave das portas até a quase ausência de ruído interno, o sedã médio-grande deixa claro porque é um dos modelos de grande sucesso nos EUA. Aliás, do gosto norte-americano, o Accord herda a suspensão macia (sem exageros) e as proporções generosas: são 4,91 m de comprimento e 1,85 m de largura com os retrovisores. Só que a partir da linha 2016 o modelo ganhou mais sal e pimenta na receita.
Como acontece com o Ford Fusion e o Volkswagen Passat, o Accord passa a contar com uma dose extra de esportividade. As rodas trocaram o aro 17” pelo aro 18” e contam com acabamento escurecido. Um (discreto) aerofólio na tampa do porta-malas e o escapamento com saída dupla ajudam a dar um caráter mais invocado para o sedã. Além disso, o novo conjunto óptico dianteiro, com todo o jogo de iluminação formado por leds (incluindo os farois), ajudam na cara de mau do modelo. O logotipo V6 na traseira e as novas lanternas arrematam o conjunto.
O Accord pode ser um coadjuvante no segmento, com uma previsão de emplacar apenas 120 unidades/ano, e não deverá sequer incomodar o líder Ford Fusion, que em 2015 foi a escolha de 7.410 consumidores, porém é um modelo que vale a pena ser levado em conta se você quer gastar R$ 156.300 em um carro e tem perfil mais conservador ou busca muito mais por conforto do que disposição na hora de acelerar.
De R$ 156.300 Sedã grande Ford Fusion, Volkswagen Passat Indisponível 3.5 V6 280 cv a 6.200 rpm (G) 34,6 kgfm a 4.900 rpm (G) Automática de 6 velocidades 4,91 m de comprimento, 1,85 m de largura, 1,47 m de altura e 2,77 m de entreeixos 1.632 kg 461 litrosHonda Accord EX V6 2016
Resumo
Preço
Mecânica
Motor
Dimensões
Medidas
Não que o Accord faça feio na hora em que você movimenta o pé direito, muito pelo contrário, seu motor 3.5 V6 de 280 cv responde rápido. Um dos cada vez mais escassos modelos da categoria que ainda não entraram na era do downsizing, o Honda nos relembra o gostinho de como é guiar um carro com um bom – e sonoro – motor de 6 cilindros. Para os que questionam a eficiência e consumo elevado de propulsores assim, ao menos o Accord conta um sutil sistema que permite desativar 3 cilindros (VCM) quando o motor não é exigido ao máximo. Isso, sem dúvida, já ajuda a poupar alguns litros de gasolina. Só fica faltando um start-stop, mas aí é algo que o sedã deverá ganhar somente na próxima geração, quando seguramente já deverá trazer motorização turbo.
Agrada muito no Accord a solidez com que seu conjunto de suspensão (McPherson na dianteira e multibraço na traseira) trabalha. A carroceria rígida também transparece qualidade na hora da montagem. O ponto que mais se destaca no Accord vai para o silêncio a bordo. Aqui, a tecnologia ANC (Active Noise Control e Active Sound Control) faz a sua parte. O sistema conta com um microfone e capta ruídos e vibrações dentro da cabine, emitindo ondas contrárias pelos alto-falantes para cancelar o efeito das mesmas e aumentar a sensação de silêncio a bordo. É o tipo de conforto que se espera encontrar em um carro dessa categoria, sendo que o Ford Fusion traz um recurso semelhante.
Ainda falando em tecnologia, na parte interna o Accord também recebeu bons aprimoramentos. O acabamento do painel é novo, mesclando madeira com alguns elementos na cor preta, além de agora contar com banco traseiro rebatível. O sedã também passa a contar com sistema de partida a distância, mas a novidade mesmo vai para a central multimídia com tela de 7”. Ela traz navegador integrado e com informações de trânsito para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Além disso, conta com um navegador integrado para uso da internet desde que você utilize o Wi-Fi do seu celular. Ela também traz os softwares CarPlay, da Apple, e Android Auto, o que facilita bem o uso dos smartphones. Também há duas entradas USB, uma auxiliar e até mesmo uma entrada HDMI para a reprodução de áudio e vídeo. Vale destacar que a central multimídia também é capaz de reproduzir DVD e o sistema de som também traz um subwoofer na traseira.
Na parte técnica, além da Honda adotar amortecedores recalibrados para lidar melhor com as novas rodas, a direção elétrica também foi reprogramada, o que melhorou sensivelmente o comportamento dinâmico do sedã. Ela está mais rápida e bem melhor em relação ao Accord oferecido até a linha 2015. Vale destacar um interessante recurso do modelo que é o Honda Lane Watch, uma câmera localizada abaixo do retrovisor direito e exibe as imagens na tela do computador de bordo para evitar qualquer ponto cego que possa colocar o motorista em risco. Uma segurança a mais nos grandes centros urbanos em especial por vias de grande circulação.
Completam a lista de itens de série do Accord os sensores de chuva e luminosidade, teto solar, chave presencial, partida por botão, banco do motorista com regulagem de altura, dentre outros itens.
Vale a pena investir no Accord 2016?
Como o Ford Fusion chega ao Brasil importado do México, ao contrário do Honda Accord que sai dos EUA para cá, ele conta com uma vantagem tributária que resulta em uma boa diferença no preço. Por isso fica fácil entender porque ele se dá tão bem na categoria. Um Fusion Titanium com tração integral é tabelado em R$ 137.600 e traz um pacote de itens de conforto, segurança e tencologia superior em relação ao Honda, com destaque para funções como o assistente de estacionamento, alerta de colisão, sistema de permanência em faixa, dentre outros.
O Accord é um excelente sedã a seu modo, sendo que mesmo com as leves alterações promovidas pela marca ele não nega que nasceu muito mais para tratar bem seus ocupantes, basta ver o excelente espaço interno, do que para andar rápido por aí. Isso é o que o Accord faz de melhor, de uma forma discreta e extrema competência típica dos orientais.