SUVs atingem 46,3% das vendas em agosto e chineses avançam com rapidez
Fabricantes pedem fim da isenção de imposto de importação para elétricos e híbridos
Os utilitários esportivos caminham para ocupar 50% das vendas totais no mercado brasileiro, impulsionados por modelos eletrificados de marcas chinesas. De acordo com dados da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos Automotores), os SUVs atingiram 46,3% das vendas em agosto, ante 40,8% do mês anterior.
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Este avanço da participação dos SUVs não é por acaso. Uma série de novos modelos têm chegado ao mercado, o que acaba despertando interesse do consumidor. Em tempos em que a questão da descarbonização é um dos fatores mais em voga, bem como o alto preço dos combustíveis fósseis, os carros elétricos e híbridos acabam ganhando destaque no ranking de vendas.
Aí é que entram os SUVs chineses, que vêm avançando nas vendas com força, com preços competitivos, sendo que alguns deles já superaram ou estão muito próximos dos volumes de modelos de marcas tradicionais. Quer um exemplo? O Haval H6 teve 1.452 unidades vendidas em agosto, conforme a Fenabrave, colado do VW Taos (1.481) e no Toyota SW4 (1.491), ambos vindos da Argentina. Pois é, parece que o brasileiro está perdendo mesmo o preconceito de levar um carro de marca chinesa para a garagem.
Outra prova disso é o sucesso dos modelos da Caoa Chery e BYD. O Tiggo teve 1.290 unidades vendidas no mês passado, o Tiggo 5X registrou 968 vendas, Tiggo 7 mais 693 e o BYD Song Plus, 762 unidades, bem mais do que de rivais tradicionais do mercado, como Volvo XC60 que ficou com 412 unidades vendidas no mesmo período e o Chevrolet Equinox, com 328.
Não é à toda que as fabricantes tradicionais instaladas no Brasil pedem o fim da isenção do imposto de importação para carros elétricos e híbridos com urgência. A ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) defende a adoção de um período de transição para equiparar o imposto de importação ao patamar de 35%, mesmo nível pago na importação de modelos apenas a combustão.
O presidente da ANFAVEA, Marcio de Lima Leite, também manifestou preocupação com o avanço das importações chinesas no mercado automotivo da América Latina. O executivo lembrou, durante a coletiva de imprensa mensal da associação, que a participação de carros da China na América Latina saltou de 4% para 21% em 10 anos.
No entanto, Leite salientou que não tem nada contra os chineses ou asiáticos em geral, apenas quer previsibilidade para que a indústria nacional possa de organizar, evitando problemas como a perda de arrecadação de impostos e de empregos de trabalhadores no Brasil.
Ele também informou que está prevista uma reunião em 11 de setembro no Ministério do Desenvolvimento e a expectativa é que a nova fase do Rota 2030 seja publicada ainda neste mês de setembro, possivelmente coincidindo com a questão do imposto de importação. O presidente da ANFAVEA também mencionou que, por causa da renúncia fiscal em relação dos modelos híbridos e elétricos, o país deixou de arrecadar cerca de R$ 2 bilhões somente este ano, sendo R$ 1,1 bilhão referente a veículos importados da China.
Veja abaixo os 10 SUVs mais vendidos em agosto, conforme dados da Fenabrave
1 - Chevrolet Tracker: 6.372 unidades
2- Honda HR-V: 5.775 unidades
3- VW T-Cross: 5.452 unidades
4 - Jeep Compass: 5.315 unidades
5- Hyundai Creta: 5;195 unidades
6- Jeep Renegade: 5.044 unidades
7- VW Nivus: 4.936 unidades
8 - Fiat Fastback: 4.308 unidades
9- Nissan Kicks: 4;136 unidades
10- Fiat Pulse 3.742 unidades
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