SsangYong prepara nova investida no Brasil

Marca coreana retornará ao mercado em 2018 com novos modelos como o Tivoli e sob comando do grupo que trouxe a chinesa Chery ao país
SsangYong Tivoli 2018

SsangYong Tivoli 2018 | Imagem: Divulgação

Pela terceira vez desde que as importações de automóveis foram liberadas no Brasil, a marca sul-coreana SsangYong investirá na venda de veículos no país. E com um novo representante.

O grupo JLJ, que trouxe a chinesa Chery ao Brasil em 2009, será a nova distribuidora da fabricante especializada em SUVs. A empresa do interior de São Paulo hoje vende de forma bastante limitada a linha de utilitários da Rely, marca pertencente à Chery que, por sua vez, assumiu a operação no Brasil há alguns anos. O AUTOO tentou contato com o porta-voz da JLJ, mas não teve retorno.

A “mágica” para o retorno da SsangYong ao país, após deixar de vender seus carros há dois anos responde pelo fim do Inovar Auto. O programa do governo Dilma praticamente acabou com o mercado de carros importados ao exigir conteúdo nacional para não pagar 30 pontos extras de imposto de importação – medida que foi considerada ilegal pela OMC (Organização Mundial do Comércio). De quebra, o dólar nas alturas tornou os preços de carros produzidos no exterior impraticáveis.

Com esse cenário, a importadora anterior, a Districar, acabou deixando o negócio em 2015 após emplacar pouco mais de 200 carros – em 2011 ela havia vendido quase 5 mil unidades. Agora, que as restrições do Inovar Auto deixarão de valer no ano que vem, as condições para importação voltarão a ser mais vantajosas.

Nova linha de modelos

Apesar do silêncio da JLJ, sabe-se que a empresa fará um anúncio oficial em setembro quando deverá confirmar os modelos previstos para a retomada. Entre eles são considerados certos a picape Actyon, o SUV Rexton (prestes a ganhar nova geração) e os inéditos XLV, um utilitário esportivo com sete lugares, e o Tivoli, um SUV compacto que deverá ser seu principal produto no Brasil.

Nas outras investidas da marca coreana uma série de fatores acabaram atrapalhando seu desempenho. No primeiro desembarque, feito por intermédio de uma empresa de Barbados, o uso de motores Mercedes-Benz acabou criando problemas com a Daimler e as vendas cessaram.

Mais tarde, a Districar chegou a ensaiar voos mais altos, mas os modelos da marca não caíram tão no gosto do brasileiro, sobretudo pelo design aquém. Agora a SsangYong tem produtos mais atraentes e é parte do grupo indiano Mahindra que, ironicamente, deixou o Brasil em 2015.

Ricardo Meier

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