Sedãs: Virtus supera Voyage em vendas; Yaris ultrapassa Etios
Modelos mais caros mostram uma evolução no perfil de compra, caminhando para um mercado mais maduro
Somente a partir de 2019 teremos um panorama mais consolidado envolvendo os números no acumulado – uma vez que o Toyota Yaris foi lançado neste ano – mas ao analisarmos os números recentes das vendas de sedãs compactos notamos uma característica marcante envolvendo algumas montadoras que contam com mais de um modelo com esse tipo de carroceria.
No caso da Toyota, é nítido como a linha Yaris é muito mais pertinente à realidade do mercado e os desejos do público brasileiro. Isolando as vendas de sedãs, o Yaris Sedã já ultrapassa com folga a procura do primo Etios Sedã. Basta olhar o ranking de vendas de sedãs compactos para constatar esse fato. Em setembro, somente 851 unidades do Etios Sedã foram emplacadas, enquanto 2.122 Yaris Sedã ganharam as ruas do Brasil.
No caso do Volkswagen Virtus, que traz um acumulado de vendas mais consolidado em relação ao Toyota Yaris Sedã, vale a pena destacar que o VW hoje já ocupa o segundo lugar em vendas do segmento, ficando logo atrás do Chevrolet Prisma. O feito do Virtus, nesse caso, é ainda mais elogiável considerando que ele não conta com versões 1.0 de entrada, como é o caso do Chevrolet.
De janeiro a setembro deste ano o Virtus soma 29.285 emplacamentos, enquanto o primo Voyage foi a escolha de 23.481 consumidores em igual período. O Voyage hoje ocupa a 5ª posição no ranking do segmento.
Ao olhar para esses números, fica clara uma notável evolução no padrão de compra dos brasileiros, que almejam carros cada vez mais com um bom nível de segurança, tecnologia embarcada, recursos de conectividade e conjuntos propulsores eficientes.
É inegável que tanto o Yaris Sedã quanto o Virtus se sobressaem nesses aspectos não só em relação aos sedãs mais acessíveis dentro da mesma marca como também em relação aos demais modelos da categoria.
Para comprovar esse raciocínio, basta notar que o Yaris Sedã traz um visual e padrão de acabamento bem superiores aos do Etios Sedã, dois atributos muito valorizados pelos brasileiros. O Virtus, por sua vez, se destaca nas versões mais caras pelo excelente motor 1.0 TSI, com turbo e injeção direta, e a possibilidade de receber até mesmo recursos como o painel de instrumentos digital, até então uma tecnologia encontrada apenas em modelos bem mais caros.
Fruto de projetos com concepção moderna e mais antenada às necessidades locais, Virtus e Yaris Sedã também contam com cabines bem espaçosas e bons compartimentos de carga. É fato que o público brasileiro compartilha uma característica bem peculiar com outros mercados emergentes, no caso um certo “espaço de sobra” em especial para os passageiros do banco traseiro, algo que tanto o VW quanto o Toyota são capazes de oferecer.
Esse caminho dos brasileiros para formar um mercado mais maduro na escolha do próximo automóvel também acaba sendo mais interessante para as próprias montadoras, uma vez que uma Volkswagen consegue captar uma margem de lucro maior em um Virtus, produto de maior valor agregado, do que em um Voyage, bem como a Toyota lucra muito mais ao comercializar um Yaris Sedã do que um Etios Sedã, já que na gama Yaris é possível praticar preços maiores.
Por fim, outro dado que comprova a tese de que os brasileiros desejam cada vez mais automóveis com bom nível técnico é que são as versões mais caras e mais equipadas de Yaris Sedã e de Volkswagen Virtus, portanto na faixa de R$ 80.000, que estão sendo mais procuradas pelos consumidores.
Em setembro, por exemplo, as versões XLS e XS do Yaris Sedã responderam, somadas, por 41,7% dos emplacamentos do modelo. A opção mais acessível XL automática, por sua vez, foi a escolha de 34,9% dos clientes do modelo. A versão de entrada XL manual respondeu por apenas 6,6% das vendas em setembro.
No caso do Volkswagen Virtus, a participação das versões Comfortline e Highline, que oferecem o motor 1.0 TSI e câmbio automático de 6 marchas, ficaram, de forma conjunta, com 46% das vendas do modelo em setembro. Apenas como comparação, a versão de entrada do Virtus, no caso a 1.6 MSI manual, ainda tem uma relevância considerável, mas fica com 32,8% do mix.