Saiba como o Jeep Commander se sai diante de seus rivais

A Jeep tem metas bem ambiciosas para o Commander. O novo modelo, que chega ao mercado em duas versões de acabamento e duas motorizações, pretende se tornar líder do segmento de SUVs de sete lugares.

Só que ele não vai ter vida fácil. A forte concorrência é formada por nomes de peso, como CAOA Chery Tiggo 8, Chevrolet Trailblazer, VW Tiguan Allspace e o líder Toyota SW4.

Talvez seja por isso que a Jeep preferiu apontar apenas um deles (o Tiguan) como concorrente direto do Commander - o outro modelo mencionado foi o Mitsubishi Outlander, cujas vendas são pouco expressivas perto dos rivais.

Mesmo assim, a marca admitiu que o SW4 será um dos alvos principais. “É o atual líder de mercado, e, como pretendemos chegar ao primeiro lugar, é natural que ele também concorra com nós”, afirmou Alexandre Aquino, responsável pela Jeep no país.

O AUTOO antecipa a briga que se avizinha e lista as virtudes e deficiências do Commander diante dos rivais em sua busca pelo topo do segmento.

Motorização

Eis um dos pontos mais fortes do novo SUV da Jeep. O Commander será oferecido nas motorizações 1.3 T270 turboflex (185 cv/180 cv e 27,5 kgfm) e 2.0 T380 turbodiesel (170 cv e 38,7 kgfm).

Os dois conjuntos se destacam de maneiras distintas. Recém-lançado, o eficiente 1.3 GSE turboflex esbanja fôlego no Compass, e não faz feio no Commander. Segundo a Jeep, o Commander vai de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos e atinge a velocidade máxima de 202 km/h com etanol no tanque.

Já o 2.0 turbodiesel manteve os 170 cv, mas ganhou melhorias para chegar aos 38,7 kgfm de torque máximo - um incremento de 3 kgfm frente ao conjunto que equipa Renegade e  Compass. O propulsor é a pedida ideal para quem precisa de mais força para encarar trilhas (já que ele possui tração 4x4 com reduzida) ou percorre longas distâncias, já que a autonomia passa facilmente dos 700 km.

Entre os concorrentes, quem chama atenção é o VW Tiguan Allspace R-Line. Movido apenas a gasolina, o motor 2.0 turbo entrega 220 cv e tem números dignos de esportivo: são necessários 6,3 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h e a velocidade máxima é de 223 km/h.

Já Trailblazer e SW4 entregam números próximos de desempenho. Há ligeira vantagem para o SUV da Toyota em potência e um empate técnico em torque, sendo que a Trailblazer dá o troco na aceleração de 0 a 100 km/h.

Dimensões e espaço interno

Diferente do que muita gente imaginava, o Commander não é apenas um Compass ‘esticado’. Segundo a Jeep, o projeto foi pensado desde o princípio para ser um SUV de 7 lugares.

Isso se reflete nas dimensões generosas, incluindo os 4,76 metros de comprimento (perdendo apenas para as grandalhonas SW4 e Trailblazer) e a distância entre eixos de 2,79 metros - ficando atrás somente do SUV da Chevrolet.

Destaque também para o ângulo de abertura de 80 graus das enormes portas traseiras, que facilitam o acesso ao interior. A segunda fileira de bancos pode ser deslizada para frente ou para trás, e é rebatida por meio de algumas alavancas de operação bastante intuitiva. Embora ofereça bom acesso à fileira de bancos extras, o Commander não possui rebatimento total do banco traseiro, algo que ocorre em modelos como o Tiggo 8.

De acordo com a Jeep, pessoas de até 1,80 metro conseguem sentar na terceira fileira de bancos. Se as crianças viajam com folga, dois adultos realizam deslocamentos mais curtos podem ser realizados sem grandes problemas. Só não espere por um espaço generoso para as pernas, coisa que nenhum modelo desta lista é capaz de oferecer. Pelo menos existem entradas USB exclusivas para quem está lá atrás.

Importante lembrar que Commander e Tiguan oferecem sistemas mais práticos de rebatimento dos bancos extras. Basta destravar uma alavanca para os assentos serem recolhidos sem roubar espaço do porta-malas.

Isso não acontece em Trailblazer e SW4: enquanto no SUV da Chevrolet os bancos ficam dobrados pouco acima do assoalho, os dois assentos roubam espaço (e atrapalham a visibilidade) nas laterais do compartimento no modelo da Toyota.

Na hora de acomodar as bagagens, Commander e Tiguan Allspace oferecem mais espaço para as malas. 

Itens de série

Bem equipado, o Commander sai de fábrica com 7 airbags, controles de estabilidade e de tração, faróis full led, bancos revestidos em couro, painel digital com tela de 10,25 polegadas e central multimídia com tela tátil de 10,1 polegadas em todas as versões.

A segurança também merece destaque, já que o SUV da Jeep traz um bom pacote de assistências de condução. Desde a versão Limited, ele vem com controle de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão com frenagem automática, detecção de ponto cego e de tráfego cruzado, alerta de mudança de faixa, frenagem de emergência para pedestres, ciclistas ou motociclistas, sensor de fadiga, leitura de placas de velocidade, comutação automática de faróis e assistente de estacionamento.

Entre os rivais, apenas o Tiguan Allspace oferece um pacote de equipamentos tão generoso. O Tiggo 8 vem logo atrás, embora fique devendo as assistências de condução presentes nos concorrentes mais completos de Jeep e Volkswagen.

Já Trailblazer e SW4 trazem itens como sensor de pontos cegos, alerta de colisão frontal, assistente de permanência em faixa e frenagem autônoma de emergência.

Preços

A Jeep surpreendeu ao lançar o Commander com preços competitivos. A versão de entrada é a Limited T270 flex, que sai por R$ 199.990. Já a configuração mais completa é a Overland T380 turbodiesel, vendida por R$ 279.990. O problema é que a instabilidade econômica deve fazer com que a tabela de preços logo seja modificada. Sendo assim, caso você tenha gostado do Commander, é bom se apressar e comprar o seu.

No começo de setembro (data do fechamento desta matéria), o Tiguan Allspace R-Line estava à venda por R$ 236.090. Esta, aliás, é a única versão disponível, uma vez que as configurações mais baratas foram descontinuadas por conta da chegada do Taos.

Como acontece nos modelos de marcas chinesas, o Tiggo 8 desponta como o negócio mais atraente - pelo menos no preço. A versão TXS está na outra ponta da tabela, já que parte de R$ 185.890, uma diferença de espantosos R$ 50.200 para o Tiguan.

A dupla Trailblazer e SW4 ocupa outro patamar na hora de assinar o cheque. Enquanto a Trailblazer Premier custa R$ 325.090 na única configuração disponível, a SW4 é ainda mais cara. Mesmo partindo de R$ 256.090 na versão de entrada SR com motorização flex, a configuração mais cara (SRX diesel) sai por salgados R$ 335.519.

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