Revista Forbes ironiza valor do Grand Cherokee no Brasil
Autor do texto afirma que brasileiro confunde alto preço com qualidade e descredencia o modelo do Grupo Chrysler
“Alguém pode imaginar que pagar US$ 80.000 por um Jeep Grand Cherokee significa que ele vem equipado com rodas de ouro e asas. Mas no Brasil esse é o preço de um modelo básico”, assim começa o texto do jornalista Kenneth Rapoza, da revista Forbes, criticando o alto valor que o Grupo Chrysler pratica no mercado brasileiro para o SUV da Jeep, que começa em R$ 179.900 – nos Estados Unidos o veículo custa US$ 28 mil (cerca R$ 56,8 mil).
Para Rapoza, os impostos sobre importados e outras taxas que superam em 50% o valor do carro são os grandes vilões do mercado: “Por R$ 179 mil um brasileiro pode comprar três Cherokees em Miami”, conta no texto. O jornalista, porém, não cita as altas margens de lucro das montadoras instaladas no País, fator que faz até os concorrentes do Grand Cherokee e modelos populares nacionais terem preços abusivos.
Pela interpretação do autor, que cobre assuntos referentes aos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) para a publicação, o brasileiro confunde preço alto com qualidade e atribui status a produtos adquiridos por altas cifras. “Um professor do Bronx (bairro de Nova York) pode comprar um Grand Cherokee pouco rodado”, compara Rapoza.
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“Sorry, Brazukas”
O jornalista ainda escreve que o consumidor no Brasil paga por um carro da Jeep algo equivalente, em proporção de preço, ao que um norte-americano desembolsa por um produto BMW ou Mercedes-Benz, marcas que, na opinião de Rapoza, possuem maior “valor de imagem”. A matéria também antecipa, com dura crítica, o preço do Dodge Durango destinado ao Brasil, que deve estrear durante o Salão de São Paulo, em outubro, por R$ 190 mil.
Por fim, Rapoza manda o recado aos brasileiros: “Me desculpem, Brazukas... não há status em comprar Toyota Corolla, Honda Civic, Jeep Cherokee ou Dodge Durango, não se deixem enganar pelo preço cobrado”. Lembrando que Corolla e Civic são considerados “carros populares” nos EUA. A divisão brasileira do Grupo Chrysler ainda não comenta o assunto.