Renovado, Citroën Aircross é carro versátil e acessível
Por R$ 56,9 mil, minivan com estilo aventureiro faz bem papel de carro familiar e conectado
Na avalanche de jipinhos de nascença não é preciso gastar tanto para ter uma posição de dirigir elevada, bom espaço interno, desempenho dentro do esperado e um visual aventureiro. Se você não faz questão de gastar pelo menos R$ 70 mil num desses SUVs como o Peugeot 2008 de entrada seu primo, o Aircross, pode ser uma boa opção.
Custando a partir de R$ 50,5 mil na versão Start 1.5 manual, a minivan da Citroën agrada não só pelo visual atraente introduzido no ano passado como por fazer bem o papel de carro familiar, com bom espaço para os ocupantes e porta-malas respeitável, com 403 litros de capacidade.
A versão avaliada pelo AUTOO é a Live 1.5 manual que, com a adição da central multimídia de 7 polegadas, sair por R$ 56,9 mil na cor branca. Ou seja, bem mais em conta que os SUVs compactos vendidos no país.
Ex-Picasso
Claro que o Aircross de entrada não se equipara em motorização aos tais jipinhos que oferecem propulsores mais capazes, mas a versão 1.5 com 93 cv de potência (etanol) funciona bem na cidade. Nota A do Inmetro, ele é capaz de rodar 13,4 km com um litro de gasolina ou 9,7 km com um litro de etanol na cidade, mas não conseguimos chegar perto dessa marca durante a semana em que o testamos – percurso 100% urbano, é bom lembrar.
A vantagem da versão 1.5 é, na verdade, o preço mais em conta que o Aircross 1.6, o “original”. Para quem não sabe, o C3 Picasso foi transformado num Aircross mais simples, sem o estepe externo e itens mais sofisticados, mantidos no modelo original.
Nada que você vá reclamar tanto. A versão Live tem ar-condicionado manual, direção elétrica, vidros também elétricos e um bom acabamento com desenhos dos bancos e painéis bastante modernos e agradáveis.
Um passo atrás do 2008
Dirigir o Aircross ainda significa conviver com alguns cacoetes que o grupo PSA mantém vivos. Um deles é a direção elétrica com “vida própria”. Ela tem um balanceamento um pouco artificial, coisa que a Peugeot soube acertar no 2008. Muitos elementos também já deram como o comando satélite do rádio ou o câmbio manual de engates um tanto desconfortáveis.
Mas o Aircross também evoluiu, seja no painel de instrumentos de boa visibilidade, nas soluções práticas do design atual, desenvolvido no Brasil, ou na central multimídia que espelha smartphones com CarPlay e Android Auto – opcional que custa R$ 1.500.
Da central, apenas uma observação. Sabe-se lá a razão, mas a Citroën suprimiu o botão de ligar e desligar o sistema. Isso significa ter que apelar para uma solução ruim para silenciá-lo: é preciso apertar dois botões de volume do comando satélite ao mesmo tempo, acredite.
R$ 56.890 (com central multimídia) Minivan compacta aventureira VW CrossFox, Renault Sandero Stepway, Hyundai HB20X 2.096 unidades (jan-abr) 1.5 8V flex 93 cv a 5.500 rpm (etanol) 14,2 kgfm a 3.000 rpm Manual de 5 velocidades 4,097 m de comprimento, 1,767 m de largura, 1,694 m de altura e 2,542 m de entreeixos 1.229 kg 403 litrosCitroën Aircross Live 1.5 2016
Resumo
Preço
Mecânica
Motor
Dimensões
Medidas
Dirigir o Aircross, mesmo com a direção devendo, é uma tarefa descomplicada. A relação de marchas é adequada, o motor segura as pontas e a ótima visibilidade ajuda – há câmera de ré na hora de estacionar também.
Até a suspensão, um ponto sempre criticado na Citroën, está melhor ajustada e silenciosa, embora não empolgue.
Mirando nos hatches aventureiros
A grande sacada da Citroën com o novo Aircross, sobretudo o 1.5, é disputar espaço com os hatches aventureiros como o CrossFox, Sandero Stepway e HB20X, modelos que custam praticamente o mesmo (se não forem mais caros) para trazer bem menos espaço e posição apenas levemente mais alta.
Se está dando certo? A Citroën diz que sim. As vendas realmente dobraram em relação ao ano passado e agora giram em torno de 600 unidades por mês. Ainda é pouco pelo potencial de clientes desses segmentos aventureiros, mas para a marca francesa está de bom tamanho.