Renault Logan: do que os proprietários mais reclamam na internet
Apesar do histórico positivo, proprietários do sedã enfrentam dificuldades com a falta de peças, ausência do manual de manutenção e problemas com o sistema Media Nav Evolution
O Renault Logan foi lançado no Brasil em 2007, embora com um design não muito atraente. A segunda geração, introduzida em 2013, trouxe uma opção mais interessante, com linhas modernas e agradáveis, abandonando o visual quadradão anterior.
O sedã compacto, no entanto, compensa pela robustez e amplo espaço interno. No geral, veículos de três volumes oferecem maior conforto e espaço para bagagens, mas fatores como consumo e preço influenciam a decisão de compra.
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O Logan foi desenvolvido há cerca de 20 anos pela filial romena da Renault, a Dacia, como parte da estratégia da montadora francesa para mercados emergentes. O carro chegou ao Brasil e logo se destacou pelo excelente custo-benefício. Tornou-se uma opção confiável e acessível para famílias e motoristas de aplicativo, sendo valorizado principalmente pelo grande porta-malas, característica que caiu no gosto dos brasileiros.
No entanto, o modelo da marca francesa apresenta falhas em alguns aspectos e também recebe críticas dos seus proprietários. Em uma análise conduzida pela reportagem de AUTOO, foram identificadas várias reclamações na internet, destacando-se alguns dos principais pontos de insatisfação dos usuários.
Diversos proprietários têm relatado problemas que afetam a experiência de condução. Uma das reclamações que mais aparece em plataformas especializadas em defesa do consumidor é a falta de peça, assim como a ausência do manual de manutenção e problemas na central multimídia Media Nav Evolution.
RECLAMAÇÕES DOS DONOS DE RENAULT LOGAN
Falta de peça
Em outubro, um proprietário de um Logan Autentique 1.0/2019, com motor de 3 cilindros, relatou um problema de barulho de ferro batendo no motor. Ao levar o veículo ao seu mecânico de confiança, foi constatado um defeito crônico no mancal do comando de válvulas. Após diversas pesquisas, o proprietário não encontrou nenhum lugar para adquirir a peça necessária, relatando que nem a concessionária tinha. Como resultado, disse que estava sendo forçado a trocar o cabeçote inteiro devido à falta dos mancais.
“Isso é um absurdo, um carro novo de 2019 que não disponibiliza peças para reposição, se fosse carro antigo fora de linha dá para entender mas carro de 2019 sem peças e sermos forçados a comprar o cabeçote completo assim não dá”, se queixou.
A Renault informou que, após consultar áreas internas, confirmou que a peça não é vendida separadamente. Isso ocorre porque o conjunto é usinado juntamente, o que faz com que as peças se encaixem apenas no conjunto para o qual foram fabricadas.
Em mais um dos casos, uma proprietária relatou que adquiriu um Renault Logan 2018/2019, e nos primeiros dias de uso, enfrentou um problema de folga na corrente de comando. Ao visitar a concessionária da Renault para adquirir a peça, foi informada de que a peça original não estava mais disponível e que ela precisaria comprar uma versão atualizada, a um preço exorbitante, segundo ela.
De acordo com a proprietária, a Renault deveria, no mínimo, ter realizado um recall dessa peça. Ela ainda expressou sua decepção com a montadora, que antes considerava uma das melhores, e atribuiu nota zero ao atendimento recebido.
Em resposta, a Renault informou que a peça mencionada passou por uma evolução para oferecer melhor desempenho. Por isso, foi liberado um bônus para auxiliar a cliente na aquisição das novas peças, com o restante do custo sendo de responsabilidade dela. A montadora ressaltou que, para solicitar as peças, a cliente deve se dirigir a uma concessionária autorizada.
Em réplica, a consumidora informou que a empresa lhe forneceu um voucher custeando metade do valor da peça mencionada na reclamação. Ela aceitou a proposta, mas, ao ir à concessionária para efetuar a compra, foi informada de que só poderia usufruir do benefício caso realizasse a mão de obra na própria loja.
A consumidora destacou que não havia sido informada dessa condição durante a negociação com a atendente. Além disso, ela relatou que seu carro já estava em uma oficina desmontado e que não possuía condições de pagar por duas mãos de obra, sem ter recebido mais respostas da empresa.
Em outro caso recente, a proprietária de um Logan 2018 apresentou um problema no motor devido a um defeito na bomba de óleo. Ela levou o carro para a retífica, onde o motor já estava pronto há trinta dias, mas não pôde ser finalizado por falta da bomba de óleo, que estava indisponível em todas as lojas e concessionárias do Brasil.
A proprietária informou ainda que, além do custo da retífica, que já havia chegado a R$ 11 mil, ele relatou que, segundo as lojas de peças, a fábrica não fornece essa bomba e outras peças do Logan há mais de dois anos.
Segundo a Renault, a concessionária foi orientada a realizar o pedido da peça para atender a cliente, e que o pedido já foi entregue. A marca também destacou que algumas peças têm baixa rotatividade e, por isso, não ficam disponíveis em estoque, sendo necessário seguir com o pedido diretamente via montadora.
Falta do manual de manutenção
Outra queixa relatada pelos donos do Logan é que eles não recebem o manual de manutenção, deixando-os sem instruções adequadas para cuidar do veículo.
“Adquiri um logan 1.0 2021 e não encontro o manual de manutenção/serviços do veículo. Já tentei encontrar no site do Renault e só encontro o manual do proprietário. Esse documento é muito importante para realizar as manutenções conforme a própria montadora recomenda. Preciso minimamente saber da especificação de todos os fluídos e volume de cada um”, afirmou um proprietário.
“Em diversos pontos do Manual do Proprietário aparecem informações para consultarmos o documento de manutenção de seu veículo. Entretanto, este documento não está disponível online e nem veio com os documentos do veículo.”, afirmou outro.
“Comprei um Logan 2020 e não encontro em nenhum lugar o manual de manutenção do carro. Gostaria de saber informações básicas como pressão dos pneus, tipo de óleo para utilizar etc.”, informou o proprietário.
Em todas as reclamações sobre a falta do manual de manutenção, a Renault pediu desculpas pelo inconveniente. A marca informou que iria enviar o Manual de Manutenção via WhatsApp, contendo as informações dos itens que são inspecionados ou substituídos e os períodos em que esses serviços devem ser realizados.
Problemas no Media Nav Evolution
Mais caso comum relatado pelos proprietários do Logan envolve problemas com o sistema Media Nav Evolution. Alguns donos até consideram trocar de carro devido a essa questão.
“Não consigo encontrar o arquivo para atualizar o sistema de multimídia no site da Renault. Fiquei até desanimado e estou pensando em comprar outro Renault. Quero muito colocar GPS no meu Logan 2019”.
Em resposta, a montadora informou que foi identificado que o veículo do proprietário possui o Media Nav Evolution, sendo constatado que esse aparelho não possui GPS integrado.
“Tenho um Renault Logan 2017 e sou o primeiro dono. Veículo de pouco uso e está no momento com apenas 34.000 kms. O multimídia Media Nav começou a apresentar um problema de desligar e reiniciar sozinho. Algumas vezes ele desliga e não volta a funcionar automaticamente e é necessário apertar o botão liga e desliga para voltar a funcionar”.
Na ocasião, a Renault solicitou a imobilização do veículo em uma de suas concessionárias para diagnóstico e informou que sem isso não é possível afirmar que existe um problema no veículo. A montadora ressaltou que o custo de diagnóstico é de responsabilidade do cliente.
Outro dono do Logan informou estar decepcionado com o fato de que o veículo não conecta o celular ao Media Nav. Informou ainda que chegou até trocar de celular, acreditando que esse era o problema, mas não resolveu. “Eu uso muito o Maps e agora precisa olhar para o aparelho enquanto dirijo, correndo o risco de um acidente. Não consigo ficar com um carro sem GPS”, completou.
Em resposta, a Renault informou que para a identificação do inconveniente e consequentemente sucesso no reparo do componente, é necessário um diagnóstico conclusivo, por isso existe a necessidade de imobilizar o carro em uma autorizada.
O consumidor retornou a plataforma e relatou sua insatisfação com a cobrança de quase R$ 500 para um diagnóstico, permanecendo com o problema não resolvido. Mencionando ainda a possibilidade de testar outras marcas devido a essa experiência negativa.
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