Renault Kwid usado é econômico e barato; mas cuidado com os pontos fracos

Por R$ 35 mil, hatch subcompcto é fácil de manter, mas requer bom histórico mecânico
Renault Kwid 2018

Renault Kwid 2018 | Imagem: Divulgação

O Renault Kwid surgiu como uma nova proposta de carro de entrada da marca, já que o Clio já estava dando sinais de cansaço. Ligeiramente mais alto que seu antecessor, a marca até ousou ao chamá-lo de “SUV dos compactos” durante a campanha de lançamento. Os argumentos eram a posição de dirigir mais alta que a dos carros compactos disponíveis no mercado, a boa altura do solo (18 cm, similar à de SUVs médios) e os ângulos de entrada (24°) e de saída (40°).

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Inicialmente, o Kwid chegou em três versões, todas equipadas com o novo motor SCe 1.0 de três cilindros e 12 válvulas, o mesmo da dupla Sandero/Logan (70/66 cv de potência e 9,8/9,4 kgfm de torque, contra os 10,5/10,2 kgfm dos irmãos), porém sem o comando de válvulas variável. A justificativa da empresa era privilegiar o consumo de combustível de seu modelo de entrada a qual chegou a declarar na época “Na cidade, o SUV compacto faz 15,2 km/l com gasolina e 10,5 km/l com etanol”.

Para fazer valer a pena perante a forte concorrência como Fiat Mobi e VW Up, o hatch da Renault apostava nos itens de segurança como 4 airbags e dois pontos Isofix desde a versão Life. Além disso, na intermediária Zen, o cliente já era contemplado com direção elétrica, ar-condicionado, travas e vidros dianteiros elétricos. Pulando para a Intense, itens como retrovisores elétricos, faróis de neblina cromados, sistema multimídia, câmera de ré, abertura elétrica do porta-malas, rodas de liga leve e chave do tipo “canivete”.

Um problema recorrente observado pela imprensa e pelos donos nas primeiras unidades do subcompacto era o baixo poder de frenagem, algo que, coincidência ou não, foi revisto. Para isso, substituiu os discos sólidos pelos ventilados na frente, muito mais eficientes, e trocou o servo-freio por outro de maior, para ampliar a força aplicada ao pedal.

Na linha 2023, o Renault Kwid foi reestilizado e atualmente é vendido em quatro versões: Zen (R$ 73.640), Intense (R$ 76.530), Intense Pack Biton (R$ 79.430) e Outsider (R$ 79.430) e atualmente assume o posto de 2° carro mais barato do Brasil, logo atrás do Fiat Mobi (R$ 72.990).

 

PONTOS IMPORTANTES A OLHAR ANTES DA COMPRA

 Renault Kwid 2018
Renault Kwid da primeira leva já tem direção com assistência elétrica entre os itens de série
Imagem: Divulgação
  • Ar-condicionado

Falhas na hora de resfriar a cabine e vibrações no sistema de refrigeração são queixas comuns entre seus donos, na maioria dos casos solucionados com a troca de peças como compressor ou ainda como uma simples recarga do gás refrigerante. Por isso, se perceber qualquer anomalia, vale a pena pedir um desconto para poder abater no reparo.

  • Câmbio

O câmbio manual de cinco marchas do Kwid costuma apresentar ruídos sempre na hora de engatar a marcha à ré. Há relatos de carros com menos de 20 mil km e com menos de três anos de uso, conforme relatos no site Reclame Aqui https://www.reclameaqui.com.br/renault/barulho-na-re_mXSv0Hf2j5Wv6XIF/

. Vazamentos do fluido da transmissão e vibrações e até quebra da caixa de marchas são alguns dos problemas mais críticos.

  • Direção

Outro inconveniente do hatch da Renault está atrelado a folga da caixa de direção e até quebra da barra de direção, mesmo em carros com baixa quilometragem, como aponta um cliente que publicou a sua reclamação no site Reclame Aqui. https://www.reclameaqui.com.br/renault/barra-de-direcao-quebrada_FhmsiZQFKc6luQF-/

  • Correia do alternador

Geralmente a correia do alternador deve ser substituída, em média, a cada 40 ou 50 mil km rodados, ou a cada dois a cinco anos, conforme a recomendação do fabricante e do uso do veículo. No entanto, de acordo com alguns donos do subcompacto, alguns deles afirmam ter trocado a peça com baixa quilometragem, com 10 mil km. Por via das dúvidas, ao comprar o Kwid, já providencie a troca de correia do alternador e aproveite para trocar também a da direção hidráulica.

  • Recall

Com o número do chassi em seu poder, confira no site da fabricante se a unidade já passou pelos serviços de substituição do sistema de freio dos modelos fabricados entre 2016 e 2017; tubo de combustível (dos anos 2016 e 2017) e berço do motor (2017). Para mais informações, é só acessar o site da Renault.

 

QUAL VERSÃO NÓS RECOMENDAMOS

Renault Kwid 2018
Renault Kwid mudou pouco de traseira desde o lançamento. Porta-malas leva até 290 litros de bagagem
Imagem: Divulgação

Antes de recomendar uma versão em especial, tenha em mente se o Renault Kwid é o carro certo para você. Digo isso pois apesar da boa altura de 1,47 metro, o seu entre-eixos de apenas 2,42 m e do comprimento total de 3,68 m, não dá para andar carregado de gente. Por isso, só aposte nele, se for para usar como um carro de rodízio ou se você for um trabalhador autônomo que dependa dele como ferramenta de trabalho. Seu porta-malas de 290 litros é suficiente para acomodar uma mala grande e alguns pertences a mais.

Já quando se fala em economia de combustível, palmas para o Kwid. A fabricante alegava em seu lançamento 15,2 km/l com gasolina e 10,5 km/l com etanol na cidade. Segundo dados do Inmetro, no perímetro urbano, os números são ligeiramente mais modestos: 14,9 km/l (gasolina) e 10,3 km/l (etanol).

Por fim, se você me acompanhou até aqui, eu sugiro a compra a partir da versão intermediária Zen que já conta com a direção elétrica, ar-condicionado, travas e vidros dianteiros elétricos. Seu preço médio é de R$ 35 mil. Já a topo de linha Intense que agrega trio elétrico, faróis de neblina, câmera de ré, abertura elétrica do porta-malas, rodas de liga leve entre outros itens pode ser adquirida, em média, por R$ 39 mil.

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Renault Kwid 2018

Renault Kwid 2018

Fernando Garcia

Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.