Renault Kangoo 2025: rival do Fiorino mostra fôlego para incomodar o rival

O comércio eletrônico no Brasil cresceu 10,5% em 2024, alcançando um faturamento de R$ 204,3 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Não é à to que o setor de entregas rápidas requer veículos cada vez mais eficientes. Pois bem, quando se pensa em um utilitário leve, logo vem o nome Fiorino, lançado pela Fiat há 48 anos, ainda baseado no clássico 147. Mas um desafiante surge no horizonte: o Renault Kangoo.

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Lembro bem dos tempos em que dirigir um carro de entrega não era uma das tarefas mais confortáveis. Mas o mundo mudou e algumas fabricantes passaram a oferecer mais do que de costume nos utilitários leves. Depois de usar por uma semana o Renault Kangoo Advanced 1.6, isso ficou claro. Porém,  que isso será o suficiente para acabar coma hegemonia do concorrente da Fiat?

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Central multimídia faz diferença para o entregador

Não se trata de uma tarefa fácil. Conforme dados da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos Automotores ), durante todo o ano de 2024, o Fiat Fiorino teve 20.208 unidades vendidas, ante apenas 2.969 do Renault Kangoo. O principal motivo disso é a questão dos custos. O modelo da marca italiana era R$ 18.367 mais em conta, quando vinha equipado com o antiquado motor 1.4 Fire Evo, que deixou de ser ofercido a partir deste mês de janeiro de 2025.

Agora, o Fiat Fiorino 2025 1.3 Firefly passa a custar R$ 124.490, ante R$ 120.800 do Renault Kangoo e isso significa que os frotistas vão ter que refazer suas contas na ponta do lápis. Embora o modelo da marca italiana tenha preço de tabela um pouco maior que o rival, o consumo com o novo motor 1.3 Firefly é menor que o 1.6 SCe da Renault.

De acordo com dados do Inmetro, o Fiorino 1.3 FireFly pode fazer 8,7 km/l com etanol na cidade e 12,4 km/l com gasolina, ante 7,5 km/l e 11,3 km/l do Kangoo 1.6, respectivamente. Na estrada, o modelo da Fiat também é um pouco mais econômico, fazendo 9,6 km/l com etanol e 13,6 km/l na gasolina, contra 8 km/l e 11,8 km/l do Renault.

Mas, embora o Fiat Fiorino 1.3 FireFly leve 45 litros a mais (3.345 ante 3.300 litros), o Renault Kangoo suporta 100 kg a mais de carga (750 kg ante 650 kg). No dia a dia, o Kangoo mostrou que por ser um utilitário funciona com relações de marchas mais curtas, o que implica em maior nível de ruído e mais vibração no volante, mas conta com central multimídia que mostra até temperatura externa e permite o espelhamento da tela do celular, o que o Fiorino não tem.

Também chama atenção, o bom nível de versatilidade do Renault, que conta com porta-lateral corrediça, que facilita as operações de carga e descarga em espaços mais apertados. Na questão da manutenção, o Kangoo tem comando de válvulas acionado por corrente, que é mais resistente que a correia dentada do Fiorino. E a suspensão traseira oferece mais conforto e estabilidade por ter mola helicoidal e não parabólica, como no Fiat. 

Faltou apenas regulagem de altura do banco e do volante no Kangoo, algo que o Fiorino oferece. Ambos contam com ar-condicionado e vidros elétricos. Mas, por dentro, o Renault tem mais porta-objetos, que chegam a 33 litros de capacidade quando somados, o que facilita a vida do motorista de entregas, assim como a dose extra de força do motor (115 cv e 15,7 kgfm ante 107 e 13,7 kgfm do Fiat). 

Veredicto

A briga entre Kangoo e Fiorino ficou mais acirrada com a mudança do motor 1.4 Fire Evo para o 1.3 Fire Fly da Fiat. Entre prós e contras, o modelo da Renault tem bons argumentos para atrapalhar a vida do tradicional concorrente da Fiat pelo o que percemos usando o utilitário no dia a dia, entre os quais, a central multimídia que espelha o GPS do celular.

Carlos Guimarães

Jornalista há mais de 20 anos, já acelerou várias novidades, mas não dispensa seu clássico no final de semana