Renault ainda tenta entender o ''fenômeno Kwid''
Francesa busca adequar o nível de produção à boa procura pelo hatch
“O Kwid surpreendeu até a nós mesmos pelo elevado nível de procura que estamos recebendo. É um modelo que superou em muito nossas expectativas e nós ainda precisamos encontrar o volume ideal de produção do modelo de acordo com a demanda”. É assim que Luiz Pedrucci, presidente da Renault do Brasil, explicou para o AUTOO como a marca enxerga o “fenômeno Kwid”, modelo que caiu no gosto do público brasileiro, atraído sobretudo pelo preço acessível.
O número de vendas registrado em setembro, com impressionantes 10.358 emplacamentos, suficiente para projetar o Kwid como o segundo carro mais vendido no país para o mês em questão, foi um resultado isolado, como reconhece a própria Renault. “Em setembro nós tivemos o acúmulo, por assim dizer, dos três meses de pré-venda do modelo, o que resultou em um número alto de emplacamentos”, explica Pedrucci.
De qualquer forma, a Renault aposta que o Kwid vai figurar nas posições mais altas do ranking de vendas a partir de 2018, quando a produção do modelo se tornará mais estável.
“Para você ter uma ideia, hoje já estamos com toda a produção do Kwid vendida até dezembro e ainda temos o lançamento do carro na Argentina. Nós temos condições de aumentar a produção, mas primeiro precisamos estabelecer com mais precisão qual será a real demanda pelo modelo”, acrescenta o presidente da Renault do Brasil.
Quando questionado pelo AUTOO sobre o que explica a ótima aceitação do Kwid por aqui, Pedrucci declara que o fator preço é um item fundamental. “Eu ouço várias histórias interessantes envolvendo os primeiros compradores do Kwid. Gente que obteve, com ele, as condições de comprar o primeiro carro novo, o que gera uma enorme sensação de vitória para eles e nos deixa muito felizes em poder proporcionar isso. O Kwid, por ser muito econômico e barato de manter, também é visto como uma ótima opção de segundo carro para muitas famílias que querem apenas um carro para o dia a dia”, acrescenta o executivo.
Em outubro, o Kwid retornou a um nível de vendas mais estável, com 3.926 emplacamentos. Considerando que o Fiat Mobi foi a escolha de 5.407 consumidores no mesmo mês, é bem possível que o Kwid estabilize em um patamar semelhante ou até superior na medida em que o mercado automotivo entre em uma ascendente de vendas. Vale a pena destacar que o próprio Mobi sofreu uma ampla revisão em sua estratégia comercial após o lançamento do Kwid, com a Fiat trazendo os preços do subcompacto para um patamar mais baixo.
Atualmente o Renault Kwid é vendido em três versões, a de entrada Life tabelada em R$ 29.990 e que tem a função de “fisgar” os clientes para a concessionária; a intermediária Zen de R$ 35.990 figurando como a mais interessante opção para o Kwid no momento, além da topo de linha Intense com preço tabelado de R$ 39.990.
Em 2018, conforme já confirmado pela Renault no Salão de Buenos Aires neste ano, o Kwid Outsider se juntará à gama como a nova versão topo de linha do modelo e reforçando o apelo “aventureiro” que permeia o projeto e o visual do Renault Kwid. É bem provável que a nova configuração chegue às lojas ao longo do primeiro semestre do ano que vem.