Relíquias da Fiat, Grand Siena e Doblò finalmente saem de linha

Modelos deixaram de ser apresentados no site na virada do ano. Montadora também sacou versões que usavam o motor E.torQ, que não atende à fase 7 do Proconve
Fiat Doblò

Fiat Doblò | Imagem: Divulgação

No apagar das luzes de 2021, mais dois automóveis conhecidos no Brasil saíram de linha, o sedã Grand Siena e a multivan Doblò. A Fiat preferiu sacá-los do site da marca de forma discreta, sem nenhum tipo de despedida, como fez com o Uno dias atrás.

O fim dos dois modelos era longamente esperado já que são veículos bastante antiquados e já não gozavam de grandes vendas. Quer dizer, o Siena ainda terminou o ano com 15,3 mil unidades emplacadas, um número respeitável para um período complicado do mercado.

Sobrevivente da ‘segunda geração’ da família Palio, o Grand Siena estreou em 2012 e era construído numa plataforma semelhante a do primeiro, porém, oferecia uma carroceria mais volumosa, capaz de acomodar melhor famílias numerosas, assim com seu imenso porta-malas.

Mas essa tendência durou pouco e o modelo perdeu espaço, sobretudo quando a Fiat lançou o Cronos. Com ela, dá adeus também a versão preparada para rodar com GNV, uma opção interessante para taxistas.

Fiat Grand Siena 2019
Fiat Grand Siena 2019
Imagem: Divulgação

Duas décadas em produção

Já o Doblò resistiu vários anos, quando já era dado como condenado. Ele foi lançado no Brasil em 2001, repetindo por aqui uma fórmula bastante interessante na Europa, a de um veículo com proposta utilitária e também familiar.

Numa época em que utilitários esportivos pequenos eram raridade, o Doblò encarou papeis diversos como até uma versão aventureira e com mais assentos.

Ao contrário dos franceses Kangoo e Berlingo/Partner, o Doblò conseguiu se reinventar e manter uma demanda razoável durante as duas décadas em que foi produzido no Brasil. Ultimamente, no entanto, os emplacamentos haviam rareado, denunciando o fim próximo.

De quebra, a Fiat também aposentou versões de carros como o Argo, Cronos e Toro que usavam o motor E.torQ 1.8 litro. Nesse caso, a razão é o fato de o propulsor, derivado do antigo Tritec, não atender à nova fase do Proconve, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, chamada de L7.

Trata-se de uma renovação que, embora forçada em alguns casos, deixou o portfólio da Fiat num nível de atualidade raro em 2022. O modelo mais antigo agora é o Mobi, também seu veículo mais em conta com preço a partir de R$ 61.092.

Ricardo Meier

Comenta o mercado de vendas de automóveis e tendências sustentáveis