Que tal um Honda Civic usado que custa menos que uma panela elétrica?

Sedã tem boa fama, mas revela seu lado fraco; veja o que os donos mais reclamam
Honda Civic 1998

Honda Civic 1998 | Imagem: Divulgação

 A sexta geração (EJ6) do Honda Civic foi lançada no Brasil em 1996, ainda importada dos Estados Unidos, e vendida nas carrocerias sedã, cupê e hatch. No entanto, graças à boa reputação da geração anterior, a partir do final de 1997, o sedã passou a ser montado na fábrica em Sumaré (SP), apenas na configuração sedã. Apesar disso, boa parte dos componentes ainda eram importados.

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O Honda Civic estreou nas versões LX-B (sem ar-condicionado), LX (com ar, direção e trio elétrico) e EX (com rádio com disqueteira no painel, rodas de alumínio de 14 polegadas e freios ABS), as duas primeiras com o motor 1.6 de 106 cv e a última com o 1.6 VTEC de 127 cv.  Dependendo da configuração podia vir com câmbio manual de cinco marchas, ou como opcional, automático com quatro.

A partir de 1999, o sedã da Honda feito no Brasil ganhou a sua primeira mudança estética, na parte frontal com faróis, grade e para-choques redesenhados e, na traseira, para-choques, tampa do porta-malas e lanternas também passaram pelas atualizações de meia-vida, até a chegada da sétima geração, a partir de 2001. 

PONTOS CRÍTICOS PARA CHECAR COM ATENÇÃO

Honda Civic 1998
Honda Civic 1998 com ar-condicionado, relólio digital, câmbio automático e direção com assistência hidráulica
Imagem: Divulgação

1- Faróis

A partir dessa geração, os faróis começaram a vir com a lente de policarbonato, uma espécie de acrílico. Até aí tudo bem, mas não é difícil entrar água pela fenda entre a lente e o refletor do farol. Algumas peças chegam a ficar com aparência toda comprometida dificultando a iluminação. Para que isso não ocorra, às vezes, uma simples aplicação de silicone poderá vedar a entrada do líquido.

 

2- Buchas da suspensão

As buchas da suspensão costumam ter curta durabilidade, em especial as do facão traseiro. Os sintomas são falta de estabilidade, batidas secas ao trafegar em pisos irregulares, além da dificuldade de acertar o alinhamento. Para isso, há quem recomende as confeccionadas em poliuretano (PU) que são mais duráveis, porém são mais duras, comprometendo o conforto. 

 

3- Comando Variável 

Um problema comum encontrado nos Civic antigos é o filtro do solenóide do comando variável VTEC que pode estar entupido por conta do óleo de má qualidade. Para avaliar o estado desse filtro, só desmontando todo o sistema.

 

4- Coxim 

Por se tratar de carros com mais de 25 anos de uso, verifique se o coxim hidráulico do motor, localizado atrás do motor, não está trincado. Você vai perceber trancos e ruídos a cada acelerada.

 

5- Homocinética 

Verifique o estado geral da homocinética, principalmente das coifas, feitas de borracha, que podem apresentar rasgos. Qualquer sujeira no componente pode travar e até quebrar a peça.


QUAL VERSÃO VALE MAIS A PENA

Honda Civic 1998
Honda Civic 1998 tem porta-malas quie levam razoáveis 337 litros de bagagem, diz a fabricante
Imagem: Divulgação

Elegante, confortável - por conta da suspensão independente nas quatro rodas do tipo Double Wishbone (duplo A ou braços sobrepostos) - e com bom nível de equipamentos fazem do Honda Civic ser uma das opções mais tentadoras no mercado de usados.
 O acabamento é simples, mas muito bem trabalhando com materiais com alto nível de qualidade, com destaque para o veludo dos bancos (bons tempos!) e o tabelier e forração de portas emborrachados. 

E o que dizer da sua mecânica? A fama de inquebrável é um alento para quem busca por este tipo de carro e teme a futura manutenção que ele possa dar. Muito pelo contrário, se comprar uma unidade com todas as manutenções em dia, o mais provável é que você perca a sua amizade com o seu mecânico. Por isso mesmo, dê preferência às unidades cujo dono tenha se preocupado em carimbar todas as revisões no manual de manutenção do carro.

No geral, são carros que vemos com facilidade ultrapassar os 300 mil km, e rodando como se fossem novos. Seus motores aguentam tranquilamente rodar 400 mil km, segundo especialistas no assunto, mas volto a dizer. Tudo vai depender do tipo de cuidado que os donos anteriores tiveram com o carro.

A economia de combustível é outro ponto forte do modelo, fazendo as médias de 10 km/l na cidade e até 13 km/l na estrada, com gasolina. Já o espaço interno deixa um pouco a desejar para pessoas mais altas por conta da baixa altura atrelada à falta de ajuste vertical do banco do motorista.

Já que falamos sobre a altura do carro, tome cuidado com as lombadas e valetas que são inimigos dele, podendo raspar com facilidade, de acordo com alguns proprietários. Aqui vai uma dica: se o Civic que estiver comprando não tiver protetor de cárter, vale a pena providenciar um. O porta-malas é razoável e comporta 337 litros. Seu principal rival, o Toyota Corolla, conta com 406 l.

Por menos de R$ 30 mil, valor equivalente ao de uma panela elétrica multifuncional da Cuisinart, já dá para pensar na versão EX, a mais completa da linha equipada com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos, bancos em couro e transmissão automática, ainda que seja com quatro velocidades. 

A versão topo de linha é que tem a predileção de seus donos. Além disso, estão presentes dois airbags (motorista e passageiro) e freios ABS, este último item inexistente para a LX. Ainda que raríssimas no mercado, a LX-B sem ar-condicionado é uma furada. Portanto, pesquise bastante e faça uma boa compra.

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Honda Civic 1998

Honda Civic 1998

A sexta e a décima gerações do Honda Civic: passado e futuro reunidos na pista

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Honda Civic 1998

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Honda Civic 1998

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Fernando Garcia

Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.