Que fim levaram as fábricas de automóveis que fecharam no Brasil?

Em março, a Toyota anunciou que vai transferir a produção do sedã Corolla de Indaiatuba (SP) para Sorocaba (SP), gradualmente, até o final de 2026. A ideia, conforme a marca japonesa, é expandir a capacidade produtiva com novas instalações. Mas não o será a primeira fábrica de automóveis que fecha no Brasil nos últimos anos.

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Como o anúncio recente do programa Mover, mais de R$ 130 bilhões em investimentos serão feitos nos próximos anos pelas fabricantes de veículos no Brasil. Porém, com uma série de contratempos que acontecem no disputado setor automotivo, houve alguns fechamentos de fábricas que ficarão marcados na história.

Confira a seguir que fim levou algumas unidades de produção que encerraram suas atividades no país.

Ford, em São Bernardo do Campo (SP)

Fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo: antes e depois

A fábrica funcionou por 52 anos na produção de veículos na cidade e foi vendida para a Construtora São José e a FRAM Capital. Chegou a ter 2.350 funcionários e da linha de montagem saíram vários modelos, entre os quais Ka, Escort, Maverick, Del Rey, Verona e Pampa.

Em 2001, a Ford inaugurou a fábrica de Camaçari (BA), transferindo quase toda a produção de automóveis para o local. Em contrapartida, São Bernardo recebeu a linha de caminhões, vinda da extinta unidade do Ipiranga, na capital paulista. Tinha uma área de cerca de 1 milhão de metros quadrados e operou até o final de 2019.

Toyota, em São Bernardo do Campo (SP)

Fábrica da Toyota, em São Bernardo do Campo: antes e depois

Foi a primeira fábrica da marca fora do Japão, inaugurada em 1962, quando começou a ser produzido o jipe Bandeirante. O modelo é a versão brasileira do Land Cruiser, com tração 4x4, de aspecto rústico, mas robusto, voltado para o uso em caminhos de terra. Teve sua produção encerrada em 1997.

Apenas em 2022 a Toyota decidiu fechar a unidade de produção, o que seria feito de forma gradual a partir de dezembro do mesmo ano. Assim, em novembro de 2023 foi concluído o encerramento total das atividades. Dos 550 funcionários que ainda estavam trabalhando lá, 120 aceitaram serem transferidos para outras unidades e os demais foram desligados, de acordo com a marca japonesa.

Dodge Dakota, em Campo Largo (PR)

Fábrica originalmente da Dakota, mais tarde comprada pela Caterpillar, em Campo Largo (Paraná)

Instalada em 1998, foi fechada três anos depois. Havia recebido investimentos de US$ 315 milhões e tinha capacidade para produzir 40 mil veículos/ano. O modelo escolhido foi a picape Dakota, que não foi bem nas vendas e nem conseguiu atingir 5 mil unidades ao ano. A unidade de produção tinha apenas 260 funcionários.

Em outubro de 2011, a unidade de produção paranaense passou a fabricar máquinas agrícolas da Caterpillar. O projeto foi iniciado em setembro de 2010 e recebeu R$ 170 mihões em investimentos. Em 2022, foi expandida, o que levou à contratação de mais 400 empregados.

Troller, em Horizonte (CE)

Em agosto de 2021, a fábrica dos modelos da Troller, marca nacional que era controlada pela Ford, encerrou suas atividades, levando à demissão de 470 funcionários. Criada em 1995 por empresários brasileiros, que também desenvolveram o jipe depois batizado de T4, a Troller foi comprada pela Ford em 2007.

Quando anunciou o fim da produção de veículos no País, em janeiro de 2021, a multinacional fechou as unidades de Camaçari (BA) e Taubaté (SP) e disse que manteria a Troller em operação até o último trimestre do ano, período em que tentaria vendê-la.

Tritec, Campo Largo (PR)

Fábrica de motores Tritec, mais tarde parte da FPT Powertrain, em Campo Largo (PR)

A fábrica de motores em Campo Largo nasceu em 1997 e foi fechada em novembro de 2022. Ela surgiu como fruto de uma sociedade entre Chrysler e BMW, formando à época uma operação chamada Tritec. A produção começou em setembro de 1999, com motores 16V a gasolina de 1,4 e 1,6 litro destinados à exportação.

Em dezembro de 2008, a Fiat Powertrains (FPT) comprou o empreendimento para estabelecer ali uma nova fábrica de motores da FPT (Fiat Powertrain), no esteio do fim de sua joint venture com a GM. Sob a gestão da então FCA (Fiat Chrysler, atual Stellantis, após fusão com a PSA), o número de funcionários atingiu o pico de mais de 400 pessoas nos anos 2010.

Karmann-Ghia, São Bernardo do Campo(SP)

Fábrica da Karmann Ghia, em São Bernardo do Campo: antes e depois

A fabricante, que montava os clássicos da Volkswagen SP1, SP2 e Karmann-Ghia cupê anos 60, passou a realizar serviços de estamparia e ferramentaria para sistemistas e montadoras. A partir de 1998, o Land Rover Defender foi montado no local, mas em dezembro de 2005, a produção foi encerrada.

Apenas em 2010, a Wheaton, fabricante de frascos de vidros, comprou o terreno em leilão para integrar seu plano de expansão. Mas o uso do espaço inicialmentefoi o de armazenamento dos produtos.

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