Projetos de fábricas chinesas estão atrasados no Brasil

As marcas de veículos chinesas, quando chegaram ao Brasil, adotaram estratégias agressivas de marketing. Quem não se lembra do Faustão fazendo propaganda do "inesperado" JAC a cada cinco minutos? Após o anúncio do programa Inovar-Auto, com o aumento de 30 pontos percentuais para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados, as vendas despencaram. 

As empresas estrangeiras foram, de certa forma, obrigadas a investir numa linha de montagem local. E foi o que fizeram as chinesas JAC e Chery,  que na época do anúncio, prometeram o início das operações em solo nacional para o segundo semestre de 2014 e o final de 2013, respectivamente. No entanto, a JAC nem iniciou suas obras e a Chery deve iniciá-las no final deste ano. Ou seja, o panorama não está fácil para os chineses no Brasil, as vendas estão em baixa e os projetos atrasados.

A mais atrasada no cronograma, a JAC, tem como sócio majoritário no projeto, o empresário Sérgio Habib, que detém 66% das ações enquanto os chineses ficam com os 34% restantes. Porém, segundo informações divulgadas pelo jornal o Estado de S. Paulo, a sociedade será invertida. Os chineses querem investir mais dinheiro na fábrica de Camaçari, na Bahia, e ainda gerir a unidade.

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O projeto foi orçado inicialmente em R$ 600 milhões e agora está na casa de R$ 1 bilhão, sendo R$ 900 milhões para a produção de automóveis e R$ 100 milhões para a divisão de caminhões.

Eduardo Pincigher, diretor de assuntos corporativos da divisão brasileira da JAC Motors, informou ao jornal que as obras devem começar em dois meses e os atrasos na terraplenagem do terreno ocorreram por conta da demora em obter licenças ambientais e pelas chuvas que ocorreram na região no período. O diretor informou ao AUTOO que ainda não tem como precisar a data, mas que a estimativa é que a fábrica seja inaugurada no 1º semestre de 2015. 

Já a Chery, quando anunciou o projeto de sua fábrica, em Jacareí (SP), estimou que a planta estivesse operando no final de 2013. No entanto, ao prazo foi estendido para o primeiro semestre de 2014 e depois, para o segundo. No momento, a marca diz que 85% das obras estão concluídas, inclusive, grande parte dos equipamentos da linha de montagem já chegaram à unidade, muitos deles vindos da China. Ter as unidades prontas e em pleno funcionamento é um sopro de esperança para que ambas montadoras possam reverter o quadro de baixa nas vendas.