Primeiras impressões: Mustang Mach-E é elogiado nos EUA
Previsto para o Brasil, SUV elétrico da Ford começa a chegar no mercado norte-americano e já ganha elogios da imprensa local
Em novembro de 2020, a Ford apresentou o Mustang Mach-E, seu primeiro SUV elétrico. Enquanto os fãs do esportivo não gostaram nada de ver o nome do cupê V8 associado a um utilitário pequeno movido por baterias, a marca continuou firme com seus planos. Agora, as primeiras unidades estão chegando aos EUA e alguns jornalistas de lá já tiveram acesso ao carro e estão elogiando.
Um dos veículos que teve acesso ao novo Mustang Mach-E foi o site Wards Auto, que chamou a novidade da Ford de “um SUV mais do que capaz e mais do que competitivo em relação a outros modelos elétricos”. O que é bom, uma vez que a novidade também deve estrear em breve no Brasil, conforme adiantou o colunista Fernando Calmon.
O que ele tem?
O primeiro contato com o Ford Mustang Mach-E foi bem breve, o suficiente apenas para a imprensa ter uma ideia de como é o carro. Nos EUA, o SUV terá preços partindo de US$ 42 mil, ou cerca de R$ 230,5 mil na conversão direta da moeda. O valor é válido para a versão de entrada Select com tração traseira apenas. A linha vai até à série especial de lançamento com tração integral e bateria de maior capacidade.
Em termos de desempenho, a versão de entrada com motor único na traseira entrega 269 cv de potência e 43,8 kgfm de torque. Com o motor extra na dianteira, os números saltam para, respectivamente, 350 cv e 59,1 kgfm. Por sua vez, o modelo básico acelera de 0 a 96 km/h (0 a 60 mi/h) em 6,1 segundos, enquanto o mais completo com tração integral cumpre a tarefa em 4,8 segundos.
Já quando falamos de autonomia, a Ford disponibiliza dois conjuntos de bateria. O de entrada tem 68 kWh de capacidade, enquanto o opcional de autonomia estendida oferece 88 kWh. A Ford aposta que a maioria dos compradores escolherão o modelo de tração integral com a bateria maior. Nesse caso, a autonomia declarada é de 435 km. Com tração traseira e o conjunto de mais capacidade, o número pode chegar a 483 km.
Uma das coisas que foi notada pela Wards Auto é que os números das atuais versões do Mustang Mach-E são bons, mas não tão bons quanto os dos modelos da Tesla, a principal rival. Quem quiser maior desempenho terá que aguardar as recém-anunciadas versões GT e GT performance, ambas de tração integral, que entregarão respectivamente 465 cv e 486 cv.
O que acharam do Ford Mustang Mach-E?
Enquanto a publicação não se aprofundou no visual do carro nem na polêmica a respeito do nome, viu-se impressionada com a quantidade de novas tecnologias embarcadas no Ford Mustang Mach-E. O primeiro destaque foi para as portas, que não possuem maçanetas, apenas botões que as abrem o suficiente para serem puxadas. Além disso, o carro pode ser aberto e fechado por aplicativo no celular, pela chave presencial ou por senha via um teclado numérico na coluna da porta do motorista.
Além disso, a Wards Auto notou que a cabine do Mustang Mach-E contava com diversos outros componentes da linha da Ford, principalmente em termos de botões e chaves de seta. Foi dito que o modelo estava muito mais próximo de um Escape, outro SUV pequeno da marca, do que com o esportivo do qual empresta o nome.
Foi levantado ainda outro ponto em relação à gigante tela da central multimídia, com 15,5 polegadas e instalada em posição vertical. A publicação diz que a peça é “estranhamente obstrutiva”. No entanto, é rápida nas respostas aos comandos e bem intuitiva para os usuários. Também foi afirmado que os comandos de voz e o pareamento de smartphones por Bluetooth funcionam bem. O Mach-E conta ainda com uma tela menor atrás do volante com o velocímetro e outras informações básicas.
Do ponto de vista do estilo da cabine, foi dito novamente que o Mach-E tem mais em comum com o Escape do que com o Mustang. Os assentos são menos agressivos nas laterais, há mais espaço em ambas as fileiras de bancos e a sensação geral poderia ser mais associada à utilidade do que à elegância e esportividade.
Todos os materiais são sintéticos e as opções de cores internas são escassas, com a Ford tendo optado por mesclar tons claros e escuros, dando apenas duas opções de tons para as costuras dos bancos: azul ou vermelho. No entanto, a publicação se esforçou para dizer que o interior não aparenta ser barato ou sem graça, afirmando que a marca consegue fazer uma cabine com ares premium, mas economizando custos para focar em outras áreas, como no conjunto motriz.
Na hora de dirigir, porém, as impressões não foram totalmente positivas. Com 2.195 kg na versão mais cara, o Mach-E é quase meia tonelada mais pesado que o Mustang V8. “Combinando o peso elevado com o centro de gravidade alto, o Mach-E não é exatamente ágil”, afirmou o jornalista. Também foi dito que o carro acelera bem, mas não há como ir contra à física e o SUV se mostra inclinado a sair de frente nas curvas.
Em um uso convencional, seja urbano ou rodoviário, o Ford Mustang Mach-E estaria em pé de igualdade com qualquer outro SUV elétrico oferecido nos EUA. Na conclusão, foi dito que o modelo 100% elétrico da Ford tem um bom conjunto motriz e uma interface impressionante com o motorista, mas o interior e a dirigibilidade não são compartilhados com o Mustang normal.