Por menos de R$ 20 mil, Chevrolet Celta é o carro usado confiável e de manutenção barata
Mesmo tendo saído de linha, o hatch ocupa a sexta posição na procura por usados, segundo a Fenabrave
Originado do projeto Blue Macaw (Arara-Azul), a estreia do Chevrolet Celta ocorreu no final de 2000 e terminou em 2016 com praticamente nenhuma mudança significativa de estilo. Mas isso não impediu o seu sucesso de ter acumulado mais de 1,5 milhão de unidades vendidas nesses 15 anos de trajetória.
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Inicialmente foi oferecido somente com motor de quatro cilindros de 60 cv, que assim como a plataforma, também era originada do Corsa B que estreou por aqui em 1994.
A ideia era oferecer ao brasileiro um veículo despretensioso, mas prático, fácil e barato de se manter, algo facilmente encontrado nos veteranos Volkswagen Gol, Fiat Uno e Ford Ka.
No ano de 2002, o hatch passou a ser oferecido com quatro portas e motor 1.0 VHC (Very High Compression) que na prática rendeu até 10 cv extras em relação ao primeiro. No ano seguinte foi a vez da Energy, equipada com um 1.4 de 85 cv, chegar por aqui.
Mas a maior mudança ocorreu em 2005, aproveitando a carona dos motores multicombustíveis como o que ocorreu com o estreante VW Gol Power 1.6, em 2003. No hatch da GM, a potência tanto com etanol quanto com gasolina ficava em 70 cv, porém o torque com o combustível vegetal ficava em 9 kgfm e no derivado do petróleo, 8,8 kgfm.
Para se manter no mercado cada vez mais disputado por modelos populares, na linha 2006 o hatch ganhou a sua primeira e leve reestilização resumida no conjunto frontal com grade e faróis maiores. Na traseira, o nicho onde a placa de licença, que até então era posicionada no para-choque, passou a ser alocada para a tampa do porta-malas.
Em meados de 2008, a novidade para a linha 2009 se resumiu à chegada do motor atualizado e batizado de VHCE (Very High Compression Economy - Economia e Alta taxa de compressão), que passou a desenvolver potência de 78 cv com etanol e 77 cv com gasolina. Além disso, o hatch ganhou acelerador eletrônico e o tanque de combustível passou para 54 litros, ante o de 47,8 do antigo.
Em 2012, a principal mudança ocorreu na grade dividida horizontalmente com nova logomarca. As versões se resumiam à nomenclatura LS, a mais simples e LT, mais completa e com a exigência do airbag e freios ABS, a partir de 2014 o modelo passou a ser equipado com os tais itens de segurança. Sem grandes expectativas de mudanças e com o projeto defasado em relação à concorrência, o Celta saiu de cena em 2015.
PONTOS QUE MERECEM ATENÇÃO
- Faróis
No caso da lente dos faróis, mesmo nos modelos mais novos, elas costumam embaçar devido à má vedação entre a peça transparente e o refletor. Uma solução simples que pode sanar o problema, é aplicar uma fina camada de silicone entre os dois componentes citados acima. O problema ocorre também com o sedã Prisma da primeira geração.
- Painel de instrumentos
No painel de instrumentos, um problema crônico é o ponteiro do indicador do nível de combustível que apresenta oscilações e imprecisão de leitura, ocasionado em geral por uso de combustível de má qualidade. Por isso, durante o test drive veja se na unidade o ponteiro oscila com frequência e lembre-se que uma boia do tanque de combustível genuína GM não sai por menos de R$ 498.
- Discos e pastilhas
Os discos e pastilhas de freio também precisam ser verificados com cautela, por causa de sua menor durabilidade: aos 15 mil km, em média. Mas há casos de trocas com quilometragem menor ainda.
A dica é simples e dependendo, se o carro estiver com rodas “mais abertas”, com a ponta dos dedos é possível verificar as condições dos discos onde na extremidade não podem haver rebarbas. As pastilhas, por sua vez, se tiverem menos de 2 mm de espessura, é preciso trocá-las. Na dúvida, leve até uma oficina mecânica que eles te auxiliarão melhor.
- Acabamento e ruídos
Por ser um modelo popular e concebido para custar barato, é inegável as queixas quanto ao excesso de plásticos dos acabamentos. Não que isso seja ruim, mas o problema está na qualidade dos mesmos e na pouca quantidade de espuma na forração interna de portas e painel. O resultado são os indesejáveis barulhos por toda a cabine. Riscos ou trincas nessas partes plásticas também são comuns e indicam que o antigo dono não deu o merecido cuidado.
- Recall
Quanto aos recalls, verifique se a unidade pretendida já passou pela troca do filtro de combustível dos veículos produzidos de 10/2013 a abril de 2014. Outro item envolvido é o airbag do motorista. Por isso, veja com cuidado as unidades produzidas entre 08/2012 e 04/2015 já tiveram a peça substituída.
MELHORES E PIORES UNIDADES PARA COMPRAR
O Celta, independentemente da versão a ser escolhida, é um carro que, definitivamente, agradou em cheio e, mesmo tendo saído de linha, ainda faz sucesso.
A prova dessa afirmação está no último estudo de novembro da Fenabrave o qual aponta o modelo como o sexto carro mais negociado com 20.441 unidades vendidas, só perdendo para o Toyota Corolla (22.035), Chevrolet Onix (27.393), Fiat Uno (33.563), Fiat Palio (34.440) e o VW Gol (60.473).
Oferecido nas opções com duas e quatro portas (a partir de 2002), a dica é optar pelas versões com mais saída, ou seja, a de quatro portas e flexíveis que rodam com gasolina e ou etanol, lançadas a partir de 2005. A direção hidráulica é um dos itens mais exigidos. Em segundo, vem o ar-condicionado.
Se você quiser um pouco mais de potência, pode levar a Energy 1.4 (85 cv), lançada em 2003. Apesar de rara no mercado de usados, ela é tão econômica quanto a 1.0, uma média de 8,4 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada.
As mais básicas têm o preço médio de R$ 19.500 enquanto que as mais completas com ar-condicionado e direção hidráulicas podem ser encontradas por R$ 25 mil. Aí a escolha fica por sua conta.
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