Polo tem maior procura nas versões mais caras; Argo, nas mais baratas
Hatches de Volkswagen e Fiat conquistam um público bem diferente; confira números
Os hatches compactos mais recentes da categoria, Volkswagen Polo e Fiat Argo registram um perfil de consumidor bem diferente.
Atualmente o 5º carro mais vendido do Brasil, como você pode conferir em nosso ranking, o Volkswagen Polo também é um modelo que deve render uma boa margem de lucro para a montadora alemã.
O motivo é que grande parte das vendas da nova geração do Polo recaem em suas versões mais caras, no caso a Comfortline e a Highline. As configurações, em setembro deste ano, responderam por 61,9% dos emplacamentos do hatch médio.
Uma das razões é que as versões Comfortline, hoje partindo de R$ 68.120, e a Highline, tabelada em R$ 73.250, contam com o conjunto motor e câmbio mais interessante para o novo Polo, no caso o propulsor 1.0 TSI com turbo e injeção direta e o câmbio automático de 6 marchas.
Interessante destacar que em sua versão topo de linha Highline o Polo pode oferecer recursos como o painel de instrumentos digital, opcional que sequer modelos mais caros fabricados no Brasil oferecem a seus consumidores.
O bom motor 1.0 TSI, que entrega desempenho superior ao de muitos rivais diretos do Polo com propulsores de maior deslocamento, também é um forte argumento de vendas das versões Highline e Comfortline em especial pelo alto nível de eficiência que entrega. Mesmo superando os rivais em performance, o Polo 1.0 TSI mantém um nível de consumo comedido.
A chegada da versão intermediária 1.6 automática parece ter pouco efeito sobre as opções mais caras, uma vez que o Polo 1.6 automático parece bem mais destinado ao público que vai realizar a compra direta e precisa respeitar o teto de R$ 70.000, como é o caso dos clientes PcD (Pessoas com Deficiência). Hoje o Polo 1.6 automático custa R$ 62.690. Estamos falando de uma diferença considerável de R$ 5.430 para o Polo Comfortline.
O Fiat Argo, por sua vez, também é um dos hatches da nova safra de modelos da categoria que está com uma participação relevante no mercado, atualmente ocupando a 9ª posição no ranking de vendas considerando os números acumulados de 2018.
O Argo, contudo, fica devendo em suas versões mais caras um motor mais eficiente do que seu 1.8 16V, o único que recebe uma caixa automática de 6 marchas até o momento. O motor 1.3, por sua vez, é bem interessante e confere boas respostas ao Argo, mas sua versão que dispensa o pedal de embreagem conta com uma transmissão automatizada, tipo de sistema que não caiu no gosto do público brasileiro por ficar devendo trocas de marchas mais suaves quando opera em modo Drive.
Com isso, a grande demanda do público envolvendo o Fiat Argo recai mesmo para as configurações 1.0. Hoje oferecido nas versões Argo 1.0 (R$ 45.990) e Argo Drive 1.0 (R$ 48.990), essas duas opções do hatch compacto responderam por 84,8% dos emplacamentos em setembro levando em consideração as versões que figuram na linha 2019 (as opções Precision e Precision automática 2019 foram lançadas nesta segunda-feira).
A escolha dos consumidores pelo Argo com motor 1.0 é facilmente entendida, já que ele oferece um visual e nível de acabamento interno mais interessante do que seus concorrentes diretos com propulsores semelhantes. O próprio Polo 1.0 MSI é um dos modelos que fica devendo um habitáculo mais refinado, até mesmo pelo fato de não ser um carro de entrada.
De qualquer forma, apesar da demanda considerável por “carros populares” 1.0, os bons resultados que as versões Comfortline e Highline do Polo vêm conquistando mostram uma certa disposição do público em pagar mais por carros menores, mas que ofereçam bom nível de eficiência, tecnologia e segurança. Isso nos parece uma forte tendência para os próximos anos.