Polo retornará ao Brasil para enfrentar o Onix

Novo compacto global que a Volkswagen fará no Brasil é parte da mais ambiciosa estratégia da marca para retomar participação perdida
Nova geração do Polo 2018, que deve ser lançada no Brasil no segundo semestre

Nova geração do Polo 2018, que deve ser lançada no Brasil no segundo semestre | Imagem: Kaveshan Palavar (Cars.co.za)

Lançado no Brasil em 2002, o Polo causou uma revolução técnica na Volkswagen. O hatch compacto trazia da Europa várias tecnologias e conceitos que acabaram migrando para outros modelos da marca, graças à moderna plataforma PQ24 – hoje o Fox e o Gol ainda fazem uso dela, para citar dois exemplos.

Agora, a marca alemã prepara uma nova investida no país e o Polo voltará a ser protagonista dessa história. Mas se a primeira tentativa acabou esbarrando no alto custo do modelo (que aos poucos foi perdendo muito de seus diferenciais para ficar mais barato de produzir), desta vez parece que a história conspira a favor da Volkswagen.

Se em 2002 hatches compactos ‘premium’ eram uma espécie de exceção num mercado acostumado com carros pelados e rústicos, quinze anos depois o cenário é outro. Só tem sobrevivido quem tem algo a mais para oferecer.

É nessa linha que a nova geração do Polo, ainda inédita, deve desembarcar no Brasil no segundo semestre. Construído sobre a versátil plataforma MQB, hoje no Golf, A3 e Tiguan, entre outros, ele será ao mesmo tempo moderno, eficiente e espaçoso.

O modelo foi flagrado recentemente na África do Sul e não causou surpresas já que o visual não foge ao que se vê na Volks nos últimos anos. Mas ele promete ser um carro prazeroso de dirigir, bem equipado e muito econômico.

Na parte mecânica, não faltam componentes comprovadamente bons na VW: motores TSI 1.0 e 1.4 e transmissão manual MQ200, mas é na opção automática que espera-se evolução. A solução de embreagem automatizada I-Motion não pegou, por mais que a montadora tenha se esforçado em torná-la minimamente confortável.

A grande família

A pergunta que fica no ar é: e o Gol? Não era ele o novo hatch compacto em gestação? Sim, tudo levava a crer que a Volks batizaria o novo carro com o famoso nome, mas, segundo o Jornal do Carro, que esteve com diretores da marca, o veterano seguirá no mercado como opção de entrada.

O surgimento do Virtus no Salão de Genebra foi a deixa para entender que a montadora alemã quer um fato novo no mercado brasileiro (e mundial). Usar o nome Polo é natural por ser um produto com pinta global, coisa que o Gol nunca foi. Rebatizar o Polo Sedan também é outra estratégia para separar os dois – é raro o caso em que um modelo é conhecido pela mesma nomenclatura em ambas carrocerias.

Na prática, isso significa ter Gol e Voyage, além do up! no cada vez menor segmento de entrada. Acima disso, teremos a dupla Polo e Virtus, responsável por enfrentar o Onix e Prisma, da Chevrolet, e o HB20 e HB20S, da Hyundai, além de outros concorrentes menores.

Mas não é só. A plataforma MQB é tão poderosa que dará origem a uma outra família, de modelos aventureiros. Baseada no estilo do conceito T-Cross, ela terá um SUV compacto (hoje uma obrigação no portfólio), mas também uma picape para brigar onde estão algumas versões da Fiat Toro e a Renault Oroch.

Com essa linha pronta até 2018, a Volkswagen deverá sair da defensiva e poder atacar, assim como tem feito mundo afora onde disputa com a Toyota a primazia de ser a maior montadora do mundo.

Nova geração do Polo 2018, que deve ser lançada no Brasil no segundo semestre

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Ricardo Meier

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