Opinião: será que o Renault Triber se sairia bem no Brasil?
Modelo derivado do projeto do Kwid tem uma concepção muito interessante
Até o momento a Renault é reticente quando questionada sobre a possibilidade do Triber chegar ao mercado brasileiro – seja importado ou produzido aqui, o que seria mais lógico – porém basta uma análise mais aprofundada nas especificações do modelo para ver como seu projeto é interessante e cairia como uma luva para atender grande parte das necessidades de muitas famílias aqui no Brasil.
É algo que só saberemos se, eventualmente, tivermos contato com o modelo, mas a Renault parece ter feito um bom trabalho para, em exatos 3,99 m de comprimento, conseguir desenvolver um automóvel capaz de acomodar até 7 pessoas ou oferecer um amplo porta-malas com espaço de sobra.
Interessante notar algumas soluções que o Triber em seu projeto, como o 6º e o 7º assentos removíveis. Sem eles, o porta-malas da novidade abriga até 625 litros de bagagem, um volume mais do que suficiente para transportar as bagagens das mais variadas famílias. O Triber traz até recursos como o ajuste longitudinal da segunda fileira de assentos, a qual também parece ser facilmente rebatida, como é apresentado no vídeo abaixo.
O visual do Triber remete a uma minivan ou um monovolume, modelos que foram atropelados pelo avanço dos SUVs ao longo dos anos, mas o time de design da Renault foi muito esperto em conferir ao Triber 18 cm de altura em relação ao solo. Olhando o novo modelo de perfil, ele até que convence como um SUV compacto. O design geral do modelo, como pode ser visto nas imagens e no vídeo de divulgação, é bem equilibrado e agrada ao olhar.
Mas ao compartilhar parte de sua engenharia e plataforma com o Kwid, é certo que o Triber teria como um de seus principais argumentos de venda aqui no Brasil o preço mais acessível em relação a um SUV compacto. Aliás, nenhum modelo hoje em dia dentro do segmento mais aquecido do país oferece três fileiras de assentos. Se um modelo de um patamar bem acima com capacidade para 7 passageiros, como é o caso do Volkswagen Tiguan Allspace, registra ótima procura, é muito provável que há uma demanda reprimida por modelos com três fileiras de assentos no Brasil.
O que pode repelir o Triber para muita gente é o fato do modelo contar apenas, na época de seu lançamento, com um motor 1.0 aspirado de 72 cv sob o capô, o que certamente não vai render à novidade um desempenho muito animador quando carregado. Mas já se sabe que a Renault vai lançar posteriormente uma variante turbo desse mesmo propulsor, o qual, com potência na casa dos 120 cv, certamente vai ser a melhor pedida para o novo Renault produzido na Índia.
Hoje em dia um Chevrolet Spin LTZ é tabelado em R$ 84.390 e figura como a única opção no mercado para quem deseja um carro 7 lugares automático abaixo de R$ 100.000. Se um eventual Renault Triber nacional conseguisse chegar às concessionárias da marca custando menos que um Spin LTZ, a Renault teria um produto muito competitivo nas mãos. Além da motorização turbo, algo que seria relevante para um eventual Triber brasileiro seria a presença de alguma caixa automática (convencional, CVT, etc.), tipo de câmbio que ganha cada vez mais espaço na preferência do consumidor local.
Sabemos que a conta não é tão simples assim, uma vez que nacionalizar um carro é um processo tão custoso quanto complexo, porém se o Triber já está pronto e desenvolvido no país asiático, por que não cogitar sua oferta por aqui, não é mesmo?
E você, o que acha de um projeto como o Renault Triber? Ele alcançaria uma boa procura junto ao público brasileiro?