Opinião: com uma proposta diferente, VW Nivus antecipa um caminho que será seguido por muitas marcas

Rivais da VW devem oferecer crossovers com propostas diferenciadas a partir dos próximos anos
Trabalho de Kleber Silva para retirar a camuflagem das fotos originais do VW Nivus

Trabalho de Kleber Silva para retirar a camuflagem das fotos originais do VW Nivus | Imagem: Kleber Silva

Notícia que foi destaque nesta semana, é inegável que o Volkswagen Nivus traz uma proposta e um visual bem singulares dentro do mercado nacional, sendo que em outros tempos dificilmente esperaríamos que uma ousadia dessa forma seria realizada pela fabricante alemã no Brasil. Marca sempre muito cautelosa antes de entrar em um segmento, a Volkswagen prefere analisar com calma a postura das concorrentes para só depois investir em determinada categoria. Tome como exemplo a demora da empresa para entrar no segmento de picapes médias com a Amarok, apenas para citar um dos casos. 

No caso do Nivus, temos um crossover interessante e diferenciado sob diversos aspectos. Segundo informações preliminares, ele será ligeiramente maior em relação ao T-Cross, com 4,26 m contra 4,19 m do SUV compacto hoje produzido no Paraná. O Nivus deverá manter os 2,56 m de entre-eixos do Polo, portanto sua cabine não deverá sobrar em termos de espaço interno como ocorre no T-Cross, SUV que oferece amplos 2,65 m na medida em questão. Um diferencial do Nivus aparece na capacidade do porta-malas.

Para introduzir no modelo a caída do teto mais pronunciada de um cupê, a Volkswagen precisou de um balanço traseiro (distância do centro da roda até o para-choque) relativamente amplo, o que abriu espaço para 415 litros de bagagem no porta-malas, volume bem melhor em relação aos 373 litros do T-Cross. Quem já andou no banco traseiro de um Polo atual sabe que o espaço traseiro é justo, mas permite acomodar com relativo conforto duas ou três pessoas ali, portanto o Nivus deverá entregar um conjunto bem versátil. Tudo isso, entretanto, só conseguiremos avaliar posteriomente em nosso primeiro contato com a novidade.

O motor 1.0 turbo com injeção direta (128 cv/20,4 kgfm) promete o nível elevado de eficiência que se espera de um carro moderno como o Nivus, bem como a transmissão automática de 6 marchas é quase “obrigatória” hoje em dia em qualquer segmento. Considerando que hoje o T-Cross automático mais acessível é tabelado em R$ 94.490, é de se esperar que o Nivus tenha valores abaixo desse patamar. Talvez seu catálogo mais completo, com assistentes de condução avançados como controle de velocidade de cruzeiro adaptativo (ACC), alerta de colisão com frenagem autônoma, entre outros, possa se aproximar do valor praticado para o SUV paranaense. Certamente o posicionamento de mercado do Nivus ainda é uma grande incógnita.

O Nivus é uma grande aposta da Volkswagen para o mercado brasileiro e sua receita de fato deve ser muito competitiva uma vez que, projetado inteiramente no Brasil, o modelo ganhou até mesmo ares internacionais e também será produzido na Europa. O Nivus estreia ainda a nova central multimídia VW Play, que deverá elevar o nível de interação e conectividade que é possível obter a bordo de um automóvel, oferecendo um leque maior de serviços como já explicamos.

O Nivus certamente abre as portas para uma tendência que crescerá cada vez mais nos mercados globais. Estamos falando de crossovers notadamente destinados ao uso urbano, caprichando no design, nível de tecnologia e mantendo o aspecto robusto que faz tanto sucesso entre os SUVs.

Falando especificamente do mercado brasileiro, se a VW tomou o Polo como uma referência para o Nivus, a Fiat também usará o Argo para entrar no segmento de SUVs/crossovers compactos. Talvez esse modelo seja revelado já no ano que vem com dimensões e atributos técnicos bem similares ao Nivus, incluindo o novo motor 1.0 Firefly Turbo sob o capô.

Ainda segundo apuramos, a Ford não esconde que tem nos planos uma mudança radical para a proposta do Ka no Brasil. Tudo leva a crer que o atual hatch compacto deve tornar-se um crossover de pequeno porte em sua próxima geração, de olho nas demandas atuais do público. Tomando como base a nova diretriz da fabricante norte-americana de investir apenas em SUVs e picapes, a lógica soa natural. Do ponto de vista administrativo, para as montadoras é ainda mais interessante estimular o sucesso dos utilitários. Maiores e mais caros, esses veículos permitem obter um retorno financeiro superior em relação a hatches e sedans.

Assim como os SUVs sublimaram as stations wagons e minivans, chegando até a tomar para si uma boa parte do público que optava por sedans médios e grandes, não é de se estranhar se em um futuro não muito distante até mesmo os atuais hatches compactos caminharem para abraçar um estilo mais robusto nas suas próximas gerações.

Confirmado para chegar ao mercado até o fim deste semestre, será muito interessante constatar a reação do público frente ao Nivus. Ele vai retirar parte das vendas do T-Cross? Ele será capaz de atrair clientes de outros segmentos? Ele se mostrará uma alternativa mais interessante aos atuais SUVs compactos do mercado? Não só a gente, como muitas outras fabricantes certamente estarão de olho nessas respostas. 

Trabalho de Kleber Silva para retirar a camuflagem das fotos originais do VW Nivus

Trabalho de Kleber Silva para retirar a camuflagem das fotos originais do VW Nivus

Trabalho de Kleber Silva para retirar a camuflagem das fotos originais do VW Nivus

Trabalho de Kleber Silva para retirar a camuflagem das fotos originais do VW Nivus

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